Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais caem em ajuste após Fed apertar os juros; com Selic estável, Ibovespa reage à comunicado do BC
Enquanto isso, os investidores aguardam as decisões de juros de outros bancos centrais, em uma Super Semana para as bolsas
Os Bancos Centrais dominaram o noticiário da semana, com a Super Quarta sendo o principal dia do mercado financeiro global e local. A decisão do Federal Reserve contrasta com a do BC local e as bolsas devem enfrentar grande volatilidade nesta quinta-feira (22).
O Fed, o BC dos EUA, decidiu por um acréscimo em 75 pontos-base a taxa básica de juros nos Estados Unidos. Foi a terceira alta de juro na mesma magnitude no país.
Já o BC local manteve os juros inalterados. A decisão não foi unânime, mas foi o que aconteceu: houve quem defendesse uma alta residual de 25 pontos-base. Mesmo assim, a Selic ficou mesmo em 13,75% ao ano.
Numa tentativa de demonstrar que está em alerta na batalha contra o dragão da inflação, o Copom assegurou que não hesitará em voltar a elevar a Selic se assim julgar necessário.
Ainda hoje, o Reino Unido também conhecerá a decisão de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês).
Com os olhos do mundo voltados para os BCs e a agenda esvaziada no campo dos indicadores, os investidores devem recalibrar suas posições em bolsa frente ao novo cenário de juros. Dessa forma, alguma volatilidade nas bolsas é esperada para hoje.
Leia Também
Enquanto as bolsas na Europa operam em queda antes da decisão de juros do BoE, os futuros de Nova York são negociados sem uma direção definida. No fechamento da Ásia e Pacífico, as bolsas reagiram negativamente à postura agressiva do Fed contra a inflação.
No pregão da última quarta-feira, o Ibovespa acompanhou a aversão ao risco de Nova York e fechou a sessão em queda de 0,52%, aos 111.935 pontos. O dólar à vista avançou 0,40%, a R$ 5,1730.
Confira o que movimenta as bolsas, o dólar e o Ibovespa hoje:
Outros Bancos Centrais para as bolsas digerirem
Já podemos afirmar que agora é oficial: não está fácil para ninguém.
Além do Fed e do BC do Brasil, o Banco Central da Suíça elevou o juro no país pela primeira vez em 15 anos. No Japão, a autoridade monetária local optou por não mexer na taxa de juro, mas interveio no mercado de câmbio pela primeira vez desde 1998.
Pode até parecer banal. Mas tanto o Japão quanto a Suíça exportam a imagem de estabilidade econômica. E o que para uns pode parecer um paraíso, para outros representa um flerte com a calamidade.
Inflação galopante nas terras da estabilidade
Imagine o que deve ser para as populações desses países conviver, respectivamente, com índices de inflação de 3% e 3,5%. Ao ano, claro.
Mais especificamente, a decisão do banco central suíço colocou um ponto final à era de taxas negativas de juro na Europa. Tudo isso em um momento no qual a economia global transita um terreno pantanoso entre a desaceleração e a recessão.
O que isso significa para as bolsas agora?
Diferentemente do que acontece no Brasil, a renda fixa no exterior volta a ser atrativa para os investidores devido a alta segurança desses ativos por lá.
Para efeitos de comparação, o retorno dos T-bond, os títulos do Tesouro norte-americano, voltaram a registrar máximas antes da decisão de juros do Fed. O Treasury de 2 anos está em quase 4%, os maiores níveis em 15 anos.
E essa migração de ativos resulta em um enxugamento dos recursos em bolsa. Em outras palavras, os índices devem ficar pressionados até o fim do ciclo de juros.
Corrida eleitoral e o Ibovespa
Estamos a 10 dias do primeiro turno das eleições e os ânimos estão à flor da pele.
Os ataques diretos aos candidatos começam a se intensificar nas campanhas, o discurso do voto útil volta a tomar o centro dos debates e as notícias falsas sobre os presidenciáveis devem aumentar ainda mais nos próximos dias.
Mas separar o que é espuma do que é informação é o mais importante para o investidor.
Estatais X Governo
Quando o assunto é eleição e política, os investidores pensam logo na interferência política na Petrobras (PETR3;PETR4).
Nossa repórter Julia Wiltgen analisou os planos de governo dos principais candidatos à frente nas pesquisas e o que eles pensam sobre interferências na estatal você confere na nossa matéria especial.
Lula e o agro
Depois de se desentender com representantes do agronegócio após declarações polêmicas envolvendo o desmatamento, o ex-presidente e candidato à eleição Luiz Inácio Lula da Silva voltou a acenar para o setor.
O candidato do PT afirmou em entrevista ao Canal Rural, que, se eleito, o ministro da Agricultura será uma pessoa "de bem" e que "conheça o agronegócio e o mundo das exportações". "Uma pessoa que tenha sensibilidade e olhar para esse País. Será uma pessoa que será motivo de orgulho", disse o candidato.
A lista de nomes
Lula não citou eventuais nomes para um possível futuro governo, mas entre os cotados pelo setor para um eventual ministério em seu governo estão o deputado federal e ex-ministro da Agricultura do governo Dilma, Neri Geller (PP-MT), e o senador licenciado Carlos Fávaro (PSD-MT), que compõem o núcleo de interlocução da campanha petista com o setor produtivo.
Em acenos de que escolherá como ministro alguém do setor, Lula citou os ex-ministros da Agricultura de sua gestão, Roberto Rodrigues e Reinhold Stephanes.
Bolsonaro na ONU
Em segundo lugar nas pesquisas eleitorais, o presidente Bolsonaro seguiu sua agenda em Nova York após abrir a 77ª Assembleia Geral das Nações Unidas na terça-feira (19). Em tom eleitoral, o candidato à reeleição atacou de forma velada seu principal opositor.
“Não valem nada”
Ao comentar sobre sua expectativa quanto ao primeiro turno da disputa, disse que o que tem sentido é que o povo está ao seu lado, mas não respondeu a uma pergunta sobre se entregaria o cargo caso perdesse nas urnas.
"Essas pesquisas não valem de nada. Se você acredita em pesquisas, não vou falar contigo", respondeu Bolsonaro ao jornalista da BBC Leandro Prazeres.
"Não vou falar em hipóteses. Vamos ganhar no primeiro turno", emendou, ao ser questionado sobre a possibilidade de ter de deixar o cargo caso perca as eleições.
Bolsa hoje: agenda do dia
- Reino Unido: BoE divulga decisão de política monetária (8h)
- Estados Unidos: Pedidos de auxílio-desemprego (9h30)
- Ministério da Economia: Divulgação do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias do 4º bimestre de 2022 (14h30)
- Ministério da Economia: Secretário especial do Tesouro e Orçamento, Esteves Colnago, concede coletiva sobre relatório bimestral (15h)
- Estados Unidos: Assembleia geral das Nações Unidas (o dia todo)
Debandada da B3: quando a onda de saída de empresas da bolsa de valores brasileira vai acabar?
Com OPAs e programas de recompras de ações, o número de empresas e papéis disponíveis na B3 diminuiu muito no último ano. Veja o que leva as empresas a saírem da bolsa, quando esse movimento deve acabar e quais os riscos para o investidor
Medo se espalha por Wall Street depois do relatório de emprego dos EUA e nem a “toda-poderosa” Nvidia conseguiu impedir
A criação de postos de trabalho nos EUA veio bem acima do esperado pelo mercado, o que reduz chances de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) em dezembro; bolsas saem de alta generalizada para queda em uníssono
Depois do hiato causado pelo shutdown, Payroll de setembro vem acima das expectativas e reduz chances de corte de juros em dezembro
Os Estados Unidos (EUA) criaram 119 mil vagas de emprego em setembro, segundo o relatório de payroll divulgado nesta quinta-feira (20) pelo Departamento do Trabalho
Sem medo de bolha? Nvidia (NVDC34) avança 5% e puxa Wall Street junto após resultados fortes — mas ainda há o que temer
Em pleno feriado da Consciência Negra, as bolsas lá fora vão de vento em poupa após a divulgação dos resultados da Nvidia no terceiro trimestre de 2025
Com R$ 480 milhões em CDBs do Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai 24% na semana, apesar do aumento de capital bilionário
A companhia vive dias agitados na bolsa de valores, com reação ao balanço do terceiro trimestre, liquidação do Banco Master e aprovação da homologação do aumento de capital
Braskem (BRKM5) salta quase 10%, mas fecha com ganho de apenas 0,6%: o que explica o vai e vem das ações hoje?
Mercado reagiu a duas notícias importantes ao longo do dia, mas perdeu força no final do pregão
SPX reduz fatia na Hapvida (HAPV3) em meio a tombo de quase 50% das ações no ano
Gestora informa venda parcial da posição nas ações e mantém derivativos e operações de aluguel
Dividendos: Banco do Brasil (BBAS3) antecipa pagamento de R$ 261,6 milhões em JCP; descubra quem entra no bolo
Apesar de o BB ter terminado o terceiro trimestre com queda de 60% no lucro líquido ajustado, o banco não está deixando os acionistas passarem fome de proventos
Liquidação do Banco Master respinga no BGR B32 (BGRB11); entenda os impactos da crise no FII dono do “prédio da baleia” na Av. Faria Lima
O Banco Master, inquilino do único ativo presente no portfólio do FII, foi liquidado pelo Banco Central por conta de uma grave crise de liquidez
Janela de emissões de cotas pelos FIIs foi reaberta? O que representa o atual boom de ofertas e como escapar das ciladas
Especialistas da EQI Research, Suno Research e Nord Investimentos explicam como os cotistas podem fugir das armadilhas e aproveitar as oportunidades em meio ao boom das emissões de cotas dos fundos imobiliários
Mesmo com Ibovespa em níveis recordes, gestores ficam mais cautelosos, mostra BTG Pactual
Pesquisa com gestores aponta queda no otimismo, desconforto com valuations e realização de lucros após sequência histórica de altas do mercado brasileiro
Com quase R$ 480 milhões em CDBs do Banco Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai mais de 10% na bolsa
As ações da companhia recuaram na bolsa depois de o BC determinar a liquidação extrajudicial do Master e a PF prender Daniel Vorcaro
Hapvida (HAPV3) lidera altas do Ibovespa após tombo da semana passada, mesmo após Safra rebaixar recomendação
Papéis mostram recuperação após desabarem mais de 40% com balanço desastroso no terceiro trimestre, mas onda de revisões de recomendações por analistas continua
Maiores quedas do Ibovespa: Rumo (RAIL3), Raízen (RAIZ4) e Cosan (CSAN3) sofrem na bolsa. O que acontece às empresas de Rubens Ometto?
Trio do grupo Cosan despenca no Ibovespa após balanços fracos e maior pressão sobre a estrutura financeira da Raízen
Os FIIs mais lucrativos do ano: shoppings e agro lideram altas que chegam a 144%
Levantamento mostra que fundos de shoppings e do agronegócio dominaram as maiores valorizações, superando com sobra o desempenho do IFIX
Gestora aposta em ações ‘esquecidas’ do Ibovespa — e faz o mesmo com empresas da Argentina
Logos Capital acumula retorno de quase 100% no ano e está confiante com sua carteira de ações
Ibovespa retoma ganhos com Petrobras (PETR4) e sobe 2% na semana; dólar cai a R$ 5,2973
Na semana, MBRF (MBRF3) liderou os ganhos do Ibovespa com alta de mais de 32%, enquanto Hapvida (HAPV3) foi a ação com pior desempenho da carteira teórica do índice, com tombo de 40%
Depois do balanço devastador da Hapvida (HAPV3) no 3T25, Bradesco BBI entra ‘na onda de revisões’ e corta preço-alvo em quase 50%
Após reduzir o preço-alvo das ações da Hapvida (HAPV3) em quase 50%, o Bradesco BBI mantém recomendação de compra, mas com viés cauteloso, diante de resultados abaixo das expectativas e pressões operacionais para o quarto trimestre
Depois de escapar da falência, Oi (OIBR3) volta a ser negociada na bolsa e chega a subir mais de 20%
Depois de a Justiça reverter a decisão que faliu a Oi atendendo um pedido do Itaú, as ações voltaram a ser negociadas na bolsa depois de 3 pregões de fora da B3
Cogna (COGN3), C&A (CEAB3), Cury (CURY3): Veja as 20 empresas que mais se valorizaram no Ibovespa neste ano
Companhias de setores como educação, construção civil e bancos fazem parte da lista de ações que mais se valorizaram desde o começo do ano
