🔴 ESTA FERRAMENTA PODE MULTIPLICAR SEU INVESTIMENTO EM ATÉ 285% – SAIBA MAIS

Victor Aguiar
Victor Aguiar
Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.
Novo recorde

Cautela, Copom e coronavírus: os três ‘Cs’ que levaram o dólar a R$ 5,70 pela primeira vez na história

O dólar à vista rompeu o nível de R$ 5,70, pressionado pela aversão ao risco que tomou conta dos investidores domésticos. O Ibovespa fechou em queda

Dólar
Imagem: Shutterstock

O dólar à vista teve um forte alívio na semana passada, acumulando baixa de quase 4% e chegando a tocar os R$ 5,33. Quem apostava numa despressurização da moeda americana, contudo, se deu mal: desde segunda-feira (4), a divisa entrou num ciclo de forte alta, anulando todas as perdas recentes — e, mais que isso, chegando a um novo recorde.

Desde o início da sessão desta quarta-feira (6), ficou claro que a tendência para o câmbio seria ascendente: o dólar à vista até abriu a sessão em leve baixa, mas logo virou e voltou ao campo positivo — de onde não mais saiu. E, ao longo do dia, foi ganhando cada vez mais força, pressionado pela forte aversão ao risco por parte dos investidores.

Tanto é que, no fechamento, a divisa era cotada a R$ 5,7024, em alta de 1,97%. Trata-se de uma nova máxima nominal de encerramento e a primeira vez na história que a moeda ultrapassa a faixa dos R$ 5,70 ao fim de uma sessão — somente nesta semana, a alta acumulada já chega a 4,75%; desde o começo de 2020, os ganhos somam 42,14%.

A nova rodada de valorização do dólar ante o real pode ser explicada por uma combinação entre três 'Cs': cautela com o cenário político, Copom e coronavírus. A junção desses três fatores foi particularmente explosiva para o câmbio, que costuma ser um termômetro mais fiel do nível de preocupação dos investidores em relação aos riscos futuros.

Na bolsa, o dia também foi de maior prudência, embora o mercado acionário tenha mostrado um comportamento bem mais ameno: o Ibovespa terminou o pregão em baixa de 0,51%, aos 79.063,68 pontos.

O clima mais apreensivo no exterior até contribuiu para pressionar os ativos domésticos nesta quarta-feira: lá fora, o dia foi de fortalecimento do dólar ante as demais divisas de países emergentes e de baixa no Dow Jones (-0,91%) e no S&P 500 (-0,70%).

Só que, considerando o campo minado visto por aqui, pode-se afirmar que o panorama doméstico foi determinante para levar o dólar às máximas e imprimir mais uma baixa ao Ibovespa.

  • Eu gravei um vídeo para explicar a dinâmica dos mercados brasileiros nesta quarta-feira. Veja abaixo:

Turbulência em Brasília

Uma enorme nuvem de dúvidas paira sobre Brasília, considerando a deterioração nas relações entre governo e Congresso e os desdobramentos do depoimento do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro.

À Polícia Federal de Curitiba, Moro voltou a afirmar que o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir diretamente em seu trabalho, pedindo especificamente pelo controle da superintendência da PF no Rio de Janeiro. No mercado, a leitura foi a de que apesar de o depoimento não trazer elementos bombásticos, ele certamente traz mais tensão à cena política.

Assim, qualquer movimentação por parte do governo — através de entrevistas ou de pronunciamentos oficiais do presidente Bolsonaro — tem o poder de mexer com o rumo das negociações, o que estressa os investidores e aumenta a aversão ao risco nos mercados locais.

Ainda em Brasília, o mercado continuou preocupado com os rumos do ajuste fiscal, já que a Câmara aprovou ontem o auxílio financeiro emergencial para Estados e municípios, no montante de R$ 125 bilhões. O texto, agora, volta para o Senado.

Ao fim da tarde, até tivemos um ligeiro alívio no clima político: o plenário da Câmara aprovou, em segundo turno, a PEC do 'Orçamento de Guerra' — uma movimentação que, embora favorável aos planos do governo, não foi capaz de trazer alívio ao dólar.

Elementos preocupantes

Ainda no Brasil, tivemos diversos outros pontos de estresse aos investidores, com destaque para o forte aumento nos casos do coronavírus no país — o Brasil, agora, caminha para se tornar o novo epicentro da doença no mundo.

Já são 7.921 mortes por causa da Covid-19, com 600 óbitos apenas entre segunda (4) e terça (5) — um novo recorde em 24 horas no país. Ao todo, 114.715 pessoas foram contaminadas no Brasil, de acordo com os dados do ministério da Saúde.

A percepção de que a curva de contágio do coronavírus ainda está na fase ascendente no país aumenta a preocupação a respeito das políticas de saúde pública e dos impactos à economia. Ontem, foi reportada a forte queda de 9,1% na produção industrial em março ante fevereiro, mostrando que a atividade doméstica já sente um forte impacto da pandemia.

Além disso, a agência de classificação de risco Fitch reduziu para negativa a perspectiva da nota do Brasil, um indício de que a próxima movimentação pode ser um rebaixamento na nota do país, atualmente em BB-.

Dia de Copom

Além de todos esses pontos de estresse, ainda há a decisão de juros do Copom, com divulgação prevista para depois do fechamento dos mercados. É unânime a leitura de que o BC irá cortar os juros, mas não há consenso quanto à magnitude dessa redução: no momento, as apostas dividem-se entre baixas de 0,5 ponto ou de 0,75 ponto.

Dito isso, os investidores estarão particularmente atentos às sinalizações da autoridade monetária, buscando pistas quanto à visão do BC para o futuro e os possíveis próximos passos para a Selic.

O mercado de juros futuros até fechou com ligeiros ajustes positivos na ponta curta, considerando a disparada no dólar à vista. Essa alta, no entanto, não diminui a leitura de que o ciclo de alívio monetário tende a continuar em 2020:

  • Janeiro/2021: de 2,71% para 2,74%;
  • Janeiro/2022: estável em 3,53%;
  • Janeiro/2023: de 4,72% para 4,66%;
  • Janeiro/2025: de 6,53% para 6,42%.

Mais balanços

No lado corporativo, a temporada de balanços do primeiro trimestre de 2020 continua com força total. Nesta quarta-feira, destaque para as ações ON da Tim (TIMP3), que caíram 2,23% mesmo após a companhia reportar um lucro líquido de R$ 164 milhões no período, um crescimento de 8,3% na base anual.

No lado positivo do Ibovespa, o setor de varejo on-line despontou entre os principais ganhos, dado o otimismo dos investidores com o segmento de e-commerce após o Mercado Livre reportar resultados fortes no primeiro trimestre deste ano.

Veja abaixo as cinco maiores altas do Ibovespa nesta quarta-feira:

CÓDIGONOMEPREÇO (R$)VARIAÇÃO
BTOW3B2W ON89,18+19,13%
MGLU3Magazine Luiza ON55,15+9,86%
LAME4Lojas Americanas PN27,42+7,36%
NTCO3Natura ON36,50+5,74%
VVAR3Via Varejo ON10,01+3,20%

Confira também as cinco maiores quedas do índice:

CÓDIGONOMEPREÇO (R$)VARIAÇÃO
CVCB3CVC ON11,66-5,89%
CMIG4Cemig PN8,82-4,65%
BPAC11BTG Pactual units39,50-4,57%
EMBR3Embraer ON7,16-4,53%
BRML3BR Malls ON8,74-3,96%

Compartilhe

Proventos

Usiminas (USIM5) e Banrisul (BRSR6) anunciam dividendos; veja quanto as empresas vão pagar e quem poderá receber

25 de abril de 2024 - 19:12

Siderúrgica vai pagar R$ 330 milhões, enquanto o banco gaúcho distribuirá R$ 75 milhões aos acionistas

DESTAQUES DA BOLSA

Cogna (COGN3) nota 10? Banco estrangeiro passa a recomendar compra das ações, que lideram altas da B3

25 de abril de 2024 - 13:39

O banco também avalia um preço justo para as ações entre R$ 2,80 e R$ 4,40, o que representa um potencial valorização das ações de até 120%

MERCADOS HOJE

Bolsa hoje: Com ‘cabo de guerra’ entre Petrobras (PETR4) e Wall Street, Ibovespa fecha em leve queda; dólar sobe a R$ 5,16

25 de abril de 2024 - 6:56

RESUMO DO DIA: O dia ficou nublado para os mercados acionários com a divulgação de novos dados econômicos nos Estados Unidos e um impasse de meses solucionado na Petrobras (PETR4). Com alguns raios de sol patrocinados pela petroleira, o Ibovespa sustentou os 124 mil pontos, mas ainda assim termino o dia entre nuvens.  O principal […]

CONFIRA O CRONOGRAMA

Magazine Luiza (MGLU3) recebe sinal verde para grupamento de ações e dá prazo para acionistas ajustarem as posições

24 de abril de 2024 - 19:02

A operação será feita na proporção de 10:1. Ou seja, grupos de 10 papéis MGLU3 serão unidos para formar uma única nova ação

MERCADOS HOJE

Bolsa hoje: Ibovespa cai com bancos e NY antes de resultados da Vale (VALE3); dólar sobe a R$ 5,14

24 de abril de 2024 - 6:46

RESUMO DO DIA: O Ibovespa está encarando uma montanha-russa nesta semana, com a temporada de balanços corporativos ganhando tração e Brasília voltando a dividir as atenções dos investidores. Depois de começar o dia em alta, o principal índice da bolsa brasileira terminou o pregão com queda de 0,33%, aos 124.740 pontos. Já o dólar recuperou […]

DESTAQUES DA BOLSA

Exame bem feito: Fleury (FLRY3) acerta o diagnóstico com aquisição milionária e ações sobem 4%

23 de abril de 2024 - 14:04

A aquisição marca a entrada do Grupo Fleury em Santa Catarina com a estratégia B2C, o modelo de negócio direto ao consumidor

MERCADOS HOJE

Bolsa hoje: Ibovespa recua com pressão de Vale (VALE3) na véspera do balanço; dólar cai após dados nos EUA

23 de abril de 2024 - 7:06

RESUMO DO DIA: O Ibovespa até começou a semana com o pé direito, mas hoje faltou impulso para sustentar a continuidade de ganhos da véspera O Ibovespa fechou com queda de 0,34%, aos 125.148 pontos. O dólar à vista segue enfraquecido e terminou o dia a R$ 5,1304, com baixa de 0,74%. Por aqui, o […]

SEM PARAR

A bolsa nunca mais vai fechar? O plano da Bolsa de Valores de Nova York para negociar ações 24 horas por dia, sete dias da semana

22 de abril de 2024 - 17:22

O tema esquentou nos últimos anos por conta da negociação de criptomoedas e também por concorrentes da Nyse, que tentam registro para funcionar sem intervalo

EXCLUSIVO

Gestor do Quasar Agro (QAGR11) acusa Capitânia de “estratégia predatória” em disputa sobre FII com mais de 20 mil cotistas na B3 

22 de abril de 2024 - 13:32

A Capitânia solicitou no mês passado uma assembleia para discutir uma possível troca na gestão do fundo imobiliário

MERCADOS HOJE

Bolsa hoje: Com Petrobras (PETR4) e Wall Street, Ibovespa fecha em alta; dólar cai e volta para o nível abaixo de R$ 5,20

22 de abril de 2024 - 6:54

RESUMO DO DIA: A Petrobras (PETR4) deu o tom do pregão mais uma vez e impulsionou o principal índice a bolsa brasileira, mas sem desprezar o apoio de Wall Street. O Ibovespa fechou em alta de 0,36%, aos 125.573 pontos. Já o dólar seguiu a trajetória de queda e fechou a R$ 5,1687, com baixa […]

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar