Como a Cielo (CIEL3) surpreendeu e cravou a maior alta do Ibovespa em 2022. As ações têm chances de avançar ainda mais na bolsa?
Com ganhos de mais de 120% neste ano, a Cielo (CIEL3) conseguiu enfim trazer resultados mais saudáveis que agradaram o mercado
Se você acompanha o sobe e desce da bolsa, provavelmente se deparou com o nome da Cielo (CIEL3) ao longo do ano. Somente neste mês, BTG Pactual e UBS recomendaram a compra do papel que vem fazendo a alegria dos investidores, com a maior alta do Ibovespa em 2022.
Ainda temos alguns pregões até o fim do ano, mas se considerarmos o fechamento de quarta-feira (21), a Cielo acumula um ganho de 124,99% na B3.
Mas o que fez a ação da empresa controlada por Bradesco e Banco do Brasil praticamente ressurgir das cinzas, após amargar uma desvalorização intensa nos últimos anos?
- Magazine Luiza (MGLU3) já era? Cara ou barata? Com uma queda de mais de 40% no ano, alguns fatores marcantes podem impactar a ação e concorrentes daqui para frente. Acesse neste link mais detalhes.
Segundo gestores e analistas do mercado, há fundamentos para o movimento e este foi mesmo um ano histórico para a Cielo. Afinal, a companhia conseguiu enfim trazer resultados mais saudáveis que agradaram o mercado.
Líder do segmento de maquininhas de cartão, a empresa foi a principal vítima do acirramento da concorrência após a abertura desse mercado. Com a entrada de nomes como Stone e PagSeguro, a Cielo perdeu participação e se viu obrigada a apertar as margens para fazer frente à competição.
As feridas do ataque ficaram expostas nas cotações da bolsa. Mesmo com a alta deste ano, as ações da Cielo amargam uma queda da ordem de 80% no acumulado dos últimos cinco anos.
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Por tudo isso, não eram muitos os analistas que acreditavam em uma virada em 2022. Então como a Cielo conseguiu reagir?
Cielo: mais eficiência, menos concorrência
Entre os principais destaques estão os bons números de transações, ganho de eficiência, um bom trabalho de reprecificação que impulsionou a receita e ainda os ganhos da Cateno — joint venture da Cielo com o Banco do Brasil (BBAS3) em cartões.
Se no passado a empresa perdeu espaço para suas concorrentes, como Stone e PagSeguro, neste ano ela foi capaz de atingir um ponto de inflexão — e marcou espaço como líder do segmento, largando na frente das demais e com maior poder de repasse da inflação. Aqui, ela soube como combinar ajuste de preço com custos mais controlados.
O balanço mais recente deixa isso bastante claro: o lucro líquido recorrente da Cielo atingiu R$ 421,7 milhões, uma alta de 99% na comparação com o mesmo período anterior — dado que chama a atenção de qualquer analista.
Foi o melhor resultado da empresa desde o segundo trimestre de 2019, marcando ainda o quinto trimestre consecutivo de crescimento na base anual.
Já o volume total de pagamentos (TPV, na sigla em inglês) realizados pelas maquininhas da Cielo, uma métrica importante para as adquirentes, foi de R$ 221 bilhões, alta de 23,1%.
Foi também o terceiro trimestre consecutivo de crescimento do yield de receitas, que totalizou 0,73%, um avanço trimestral de 0,02 ponto percentual — o indicador mostra como as transações feitas por empresas do segmento viram receita.
“A Cielo tem mantido o controle rígido dos custos, crescendo as despesas abaixo da inflação e, mais importante, abaixo dos volumes, garantindo ganhos de alavancagem operacional”, escreveram os analistas do BTG Pactual em relatório recente.
Mas a melhora nos números da Cielo não são fruto apenas das iniciativas da companhia. O alívio na competição no segmento de maquininhas de cartão também permitiu à empresa avançar tanto nos balanços como na bolsa neste ano.
Em outras palavras, o mercado está “mais racional”, de acordo com Lucas Ribeiro, responsável pela área de renda variável da Kínitro Capital.
"A Cielo negociou a níveis muito baixos quando estava mais desacreditada e com um ambiente muito mais acirrado neste mercado. Não quero dizer que hoje está mais fácil, mas com menos competição há mais racionalização na hora de precificar um ativo. Isso ajudou a empresa a respirar", diz.
Mas é hora de comprar Cielo (CIEL3)?
Com tanto hype em cima de um papel, é natural que o investidor se questione se esse ainda é o momento certo de comprar o ativo ou se essa oportunidade ficou para trás. Afinal, uma ação que valorizou mais de 100% em um ano como a da Cielo ainda pode andar mais?
Aparentemente sim. Atualmente, o BTG Pactual e o UBS têm um preço-alvo de R$ 7 para CIEL3 — potencial de alta de 40,8% considerando o fechamento de quarta-feira (21).
Apesar de alguns fatores de risco como a alta da inflação e dos juros por mais tempo do que previsto inicialmente, o mercado vê fundamentos no papel. Hoje, ele sofre tais efeitos como qualquer outra empresa.
Nos cálculos do BTG, a Cielo pode entregar um resultado final de cerca de R$ 2 bilhões em 2023. Caso isso aconteça, a empresa estaria sendo negociada a um múltiplo preço/lucro de 5,7 vezes, considerado atraente para os analistas do banco.
E, claro, os resultados também estão no radar dos investidores, já que os balanços trimestrais mais recentes da empresa vieram acima das expectativas.
"Muitos investidores ainda são céticos com a Cielo porque ela foi mal durante muito tempo e recuperar a confiança plenamente depende de uma entrega consistente de resultados por mais tempo", diz Pedro Gonzaga, sócio da Mantaro Capital.
Além da necessidade de manter esse bom desempenho e transformá-lo em histórico, os analistas e gestores irão monitorar especialmente os lucros futuros da companhia, assim como suas margens.
O momento das empresas de meio de pagamento
A Cielo (CIEL3) pode até estar em um momento bem positivo, mas isso não quer dizer que todo o setor de meios de pagamento vai bem. Em relatório recente, o JP Morgan afirmou que está difícil ter uma visão mais construtiva sobre as empresas do setor no geral, mesmo com a indústria de cartões crescendo acima da média neste ano.
Um dos pontos que justificam a análise mais cautelosa está no aumento da inadimplência, algo que começou a pesar no apetite a risco dos bancos e promete reduzir o crescimento do cartão de crédito.
Os cartões de débito, por sua vez, não seriam capazes de ocupar esse lugar, já que as transações começam a ser substituídas pelas transferências via Pix.
Dessa forma, o JP Morgan espera uma desaceleração do TPV — o total de pagamentos processados dentro de um determinado período por essas empresas.
O documento aponta também que será difícil reverter essa situação em 2023.
"Sentimos que o próximo grande catalisador para as ações de pagamento serão os cortes na Selic", dizem os analistas.
Matheus Amaral, analista do Inter, tem uma visão semelhante quando fala a respeito dos cartões de crédito. Ele relembra que um dos pontos de maior atenção durante a última temporada de resultados das empresas brasileiras foi justamente a inadimplência observada nos grandes bancos.
Logo, um caminho natural para eles seria secar a torneira do crédito, que afeta a quantidade de transações por cartões feitas pelos consumidores.
"Esperávamos que o pico da inadimplência poderia ser agora neste trimestre, mas ela se estenderá ainda para o primeiro e o segundo trimestre do ano que vem, especialmente nas linhas mais arriscadas", afirma.
Aqui também vale fazer uma ressalva: empresas como a Cielo têm uma vantagem competitiva em relação aos novos entrantes, como Stone e PagSeguro, por contarem com mais disponibilidade de crédito e menor custo de financiamento.
Seja como for, e apesar das perspectivas positivas de curto prazo para a Cielo, talvez esteja na hora de as empresas do setor como um todo pensarem no futuro e diversificar as fontes de receitas, de acordo com um gestor de fundos de ações.
"A competição nesse mercado é muito forte. Se elas ficarem restritas ao modelo de antecipação de pagamentos e captação de transações, fica difícil evoluir e ter a precificação adequada", defende.
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