Não vai ser desta vez. A Compass, subsidiária da Cosan, não irá mais realizar o IPO (oferta pública inicial de ações, da sigla em inglês) que havia sido protocolado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) há aproximadamente dois meses.
A Cosan, empresa do ramo de infraestrutura e energia que também controla a Raízen e a Moove, informou a decisão de suspender a oferta na tarde de hoje.
Em comunicado à CVM, a controladora citou a "deterioração das condições de mercado" como o fundamento da suspensão da oferta.
O tempo mais fechado para dar entrada na B3 não é novidade. Na semana passada, a Caixa Seguridade resolveu interromper, de novo, o seu processo de abertura de capital, também mencionando o cenário desfavorável.
Há menos de duas semanas, a Plano & Plano, controlada pela Cyrela, realizou um IPO bem aquém do esperado. O preço da ação ficou em R$ 9,40, abaixo do piso da faixa indicativa, que variava de R$ 11,25 a R$ 15,25.
A Melnick, construtora subsidiária da Even, fez uma oferta em que o seu papel foi precificado no piso, a R$ 8,50. Foi o mesmo caso da Hidrovias, cuja ação saiu a R$ 7,56 — ainda sendo a maior oferta do ano.
Atualmente, existem outras 41 empresas com pedidos de IPO em análise pela xerife do mercado de capitais.
No acumulado do ano, os IPOs movimentaram R$ 20,8 bilhões, sendo R$ 9,6 bilhões em ofertas primárias (em que os recursos levantados são embolsados pela companhia) e R$ 11,2 bilhões em secundárias (em que os recursos ficam com os acionistas vendedores das ações).
A Compass realiza distribuição, geração térmica e comercialização de gás natural, além de "trading", ou seja, operações de compra e venda de energia elétrica.
O pedido de abertura de capital da empresa havia entrado em análise no dia 31 de julho. A Cosan disse que manterá o mercado informado sobre atualizações de realizar a operação.