Com coronavírus ampliando a aversão ao risco, BC entra em campo para tentar conter o dólar
Enquanto o coronavírus avança e leva tensão para os mercados, o Banco Central brasileiro tenta segurar a escalada da moeda americana, que tem um movimento de valorização em todo o mundo

A disseminação do coronavírus pelo mundo tem provocado uma onda de estresse por todo o globo. E a aversão ao risco que marcou a semana deve continuar por mais algum tempo.
Além da intensa queda da bolsa brasileira nos últimos dias, o mercado local também vê o dólar marcar recorde atrás de recorde.
A moeda americana passa por um processo de valorização global. Por aqui, o dólar já marca uma alta acumulada de 11,58% no ano.
Ontem, após alta de 0,78%, fechou o dia em R$ 4,4759, mas chegou a marcar R$ 4,5011 no meio da tarde.
O BC entrou mais uma vez em campo e anunciou novas atuações no mercado cambial, com 4 ofertas de leilões para tentar segurar a escalada da moeda. A atuação surge em dia de ptax, quando o Banco Central não costuma fazer leilões de swap.
Está previsto a injeção de US$ 4,65 bilhões para suprir a demanda por hedge.
Leia Também
- Às 9h30, o BC fará um leilão de swap cambial de US$ 1 bilhão, não associado a nenhuma rolagem.
- Às 10h20, serão duas ofertas de venda de dólares com compromisso de recompra da moeda no futuro no total de US$ 3 bilhões.
- Às 11h30, novo leilão de swap cambial, no valor de US$ 650 milhões, para a rolagem antecipada de vencimentos programados para abril.
Banho vermelho
Sessões ruins não são exclusividade do Brasil. No exterior, as bolsas também estão marcadas pela aversão ao risco e fortalecimento do dólar.
O número de casos do novo coronavírus continua caindo na China, mas cresce de modo acelerado nos demais países do mundo.
Ontem, a Organização Mundial da Saúde (OMS) fez um alerta para a possibilidade do surto se tornar uma pandemia, mas disse também que a doença pode ser contida. No Brasil, o número de casos suspeitos já é de 132, com apenas 1 confirmado.
As preocupações dos investidores são quanto aos impactos da doença no médio e longo prazo, com reflexos nas empresas e economia global. Mesmo com o alerta das organizações de saúde, ainda é difícil prever até onde a doença pode chegar.
Na Ásia, o mercado ficou marcado com mais um dia de perdas acentuadas, com as bolsas chinesas caindo mais de 3,5% - pior mês desde maio do ano passado. O país ainda surfava na cola das atuações do Banco Central para conter os impactos do coronavírus na economia, por isso ainda performa acima de outras bolsas pelo mundo.
Tanto nos Estados Unidos como o índice pan-europeu Stoxx 600 continuam uma onda intensa de correção nos mercados. Enquanto a queda na Europa foi de mais de 3%, as bolsas americanas tiveram uma queda forte de 4%.
Hoje, os índices futuros em Wall Street sinalizam mais um dia de aversão ao risco e apresentam queda firme. Na Europa, o Stoxx-600 pode ter a sua pior semana em mais de uma década.
O Ibovespa teve mais um dia fortemente pressionado e caiu mais 2,59% e fechou aos 112.9832,54 pontos. No mês, o principal índice da bolsa brasileira acumula uma queda de 9,47%.
Petróleo também em queda
O Petróleo também opera no vermelho pela sexta sessão consecutiva. Por volta das 07h30, o petróleo WTI para abril tinha queda de 3,57% na New York Mercantile Exchange (Nymex), a US$ 45,41 o barril. Já o Brent para maio recuava 2,93% na ICE, a US$ 50,65.
Risco extra
Por aqui, os investidores também monitoram o clima em Brasília, com o atrito entre governo e a classe política.
O presidente Jair Bolsonaro convocou pessoas para uma manifestação no próximo dia 15 e uma das pautas seria a "defesa do governo contra o Congresso". O mercado teme um desgaste entre o governo e o congresso, o que poderia atrasar a agenda de reformas econômicas.
Agenda
No Brasil, temos a divulgação dos dados de desemprego (9h) e a resultado consolidado do setor público (14h).
No exterior a sexta-feira também é de agenda cheia. Nos Estados Unidos temos o índice de inflação, que pode renovar as apostas pela queda de juros no país. Já na China, é grande a expectativa pelo PMI oficial industrial de fevereiro.
Fique de olho
- Petrobras inicia processo para vender participação na holding Gaspetro e nos campos de Merluza e Lagosta.
- A Petrobras irá manter as demissões na Ansa e propôs melhorar o pacote de benefícios. Sindicatos ainda irão votar a proposta.
- Presidente do Santander Brasil, Sérgio Rial foi indicado para compor o conselho global da companhia
- Conselho do Iguatemi aprovou a emissão de R$ 264 milhões em debêntures
- Metalfrio adiou a divulgação do balanço para o dia 9
De operário a milionário: Vencedor da Copa BTG Trader operava “virado”
Agora milionário, trader operava sem dormir, após chegar do turno da madrugada em seu trabalho em uma fábrica
Apesar de queda com alívio nas tensões entre EUA e China, ouro tem maior sequência de ganhos semanais desde 2008
O ouro, considerado um dos ativos mais seguros do mundo, acumulou valorização de 5,32% na semana, com maior sequência de ganhos semanais desde setembro de 2008.
Roberto Sallouti, CEO do BTG, gosta do fundamento, mas não ignora análise técnica: “o mercado te deixa humilde”
No evento Copa BTG Trader, o CEO do BTG Pactual relembrou o início da carreira como operador, defendeu a combinação entre fundamentos e análise técnica e alertou para um período prolongado de volatilidade nos mercados
Há razão para pânico com os bancos nos EUA? Saiba se o país está diante de uma crise de crédito e o que fazer com o seu dinheiro
Mesmo com alertas de bancos regionais dos EUA sobre o aumento do risco de inadimplência de suas carteiras de crédito, o risco não parece ser sistêmico, apontam especialistas
Citi vê mais instabilidade nos mercados com eleições de 2026 e tarifas e reduz risco em carteira de ações brasileiras
Futuro do Brasil está mais incerto e analistas do Citi decidiram reduzir o risco em sua carteira recomendada de ações MVP para o Brasil
Kafka em Wall Street: Por que você deveria se preocupar com uma potencial crise nos bancos dos EUA
O temor de uma infestação no setor financeiro e no mercado de crédito norte-americano faz pressão sobre as bolsas hoje
B3 se prepara para entrada de pequenas e médias empresas na Bolsa em 2026 — via ações ou renda fixa
Regime Fácil prevê simplificação de processos e diminuição de custos para que companhias de menor porte abram capital e melhorem governança
Carteira ESG: BTG passa a recomendar Copel (CPLE6) e Eletrobras (ELET3) por causa de alta no preço de energia; veja as outras escolhas do banco
Confira as dez escolhas do banco para outubro que atendem aos critérios ambientais, sociais e de governança corporativa
Bolsa em alta: oportunidade ou voo de galinha? O que você precisa saber sobre o Ibovespa e as ações brasileiras
André Lion, sócio e CIO da Ibiuna, fala sobre as perspectivas para a Bolsa, os riscos de 2026 e o impacto das eleições presidenciais no mercado
A estratégia deste novo fundo de previdência global é investir somente em ETFs — entenda como funciona o novo ativo da Investo
O produto combina gestão passiva, exposição internacional e benefícios tributários da previdência em uma carteira voltada para o longo prazo
De fundo imobiliário em crise a ‘Pacman dos FIIs’: CEO da Zagros revela estratégia do GGRC11 — e o que os investidores podem esperar daqui para frente
Prestes a se unir à lista de gigantes do mercado imobiliário, o GGRC11 aposta na compra de ativos com pagamento em cotas. Porém, o executivo alerta: a estratégia não é para qualquer um
Dólar fraco, ouro forte e bolsas em queda: combo China, EUA e Powell ditam o ritmo — Ibovespa cai junto com S&P 500 e Nasdaq
A expectativa por novos cortes de juros nos EUA e novos desdobramentos da tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo mexeram com os negócios aqui e lá fora nesta terça-feira (14)
IPO reverso tem sido atalho das empresas para estrear na bolsa durante seca de IPOs; entenda do que se trata e quais os riscos para o investidor
Velocidade do processo é uma vantagem, mas o fato de a estreante não precisar passar pelo crivo da CVM levanta questões sobre a governança e a transparência de sua atuação
Ainda mais preciosos: ouro atinge novo recorde e prata dispara para máxima em décadas
Tensões fiscais e desconfiança em moedas fortes como o dólar levam investidores a buscar ouro e prata
Sparta mantém posição em debêntures da Braskem (BRKM5), mas fecha fundos isentos para não prejudicar retorno
Gestora de crédito privado encerra captação em fundos incentivados devido ao excesso de demanda
Bolsa ainda está barata, mas nem tanto — e gringos se animam sem pôr a ‘mão no fogo’: a visão dos gestores sobre o mercado brasileiro
Pesquisa da Empiricus mostra que o otimismo dos gestores com a bolsa brasileira segue firme, mas perdeu força — e o investidor estrangeiro ainda não vem em peso
Bitcoin (BTC) recupera os US$ 114 mil após ‘flash crash’ do mercado com Donald Trump. O que mexe com as criptomoedas hoje?
A maior criptomoeda do mundo voltou a subir nesta manhã, impulsionando a performance de outros ativos digitais; entenda a movimentação
Bolsa fecha terceira semana no vermelho, com perdas de 2,44%; veja os papéis que mais caíram e os que mais subiram
Para Bruna Sene, analista de renda variável na Rico, “a tão esperada correção do Ibovespa chegou” após uma sequência de recordes históricos
Dólar avança mais de 3% na semana e volta ao patamar de R$ 5,50, em meio a aversão ao risco
A preocupação com uma escalada populista do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez o real apresentar de longe o pior desempenho entre divisas emergentes e de países exportadores de commodities
Dólar destoa do movimento externo, sobe mais de 2% e fecha em R$ 5,50; entenda o que está por trás
Na máxima do dia, divisa chegou a encostar nos R$ 5,52, mas se desvalorizou ante outras moedas fortes