Nubank (NUBR33) empolgou? Nem tanto. Saiba por que as ações dispararam após o balanço, mas logo perderam a força
Inadimplência do Nubank subiu mais que nos grandes bancos brasileiros no primeiro trimestre, mas analistas minimizaram a alta

As ações do Nubank chegaram a subir mais de 10% na primeira hora de negociação na bolsa nesta terça-feira (17), conforme o mercado reage aos resultados da fintech no primeiro trimestre.
Porém, os papéis perderam força na bolsa de Nova York (Nyse) e encerraram a sessão em queda de 6,21%, cotados a US$ 4,08.
Na noite de ontem (16), o Nubank reportou redução do prejuízo líquido, que atingiu US$ 45,1 milhões no primeiro trimestre. O resultado representa uma melhoria de 9% em relação ao mesmo período do ano passado.
O número veio melhor do que o estimado por analistas ouvidos pela FactSet, que esperavam prejuízo de US$ 77 milhões no período.
Já no cálculo ajustado por despesas relacionadas à remuneração baseada em ações e pelos efeitos tributários aplicáveis, o Nubank obteve lucro de US$ 10,1 milhões. Isso significa uma reversão do prejuízo de US$ 11,9 milhões registrado no 1T21.
Atenção para a inadimplência
A inadimplência, no entanto, foi um ponto de atenção, visto que as dívidas vencidas há mais de 90 dias atingiram nível mais alto que o observado nos grandes bancos brasileiros.
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O índice de inadimplência acima de 90 dias do Nubank aumentou 0,7 ponto percentual do quarto trimestre de 2021 para o primeiro trimestre de 2022, passando para 4,2%.
A título de comparação, o Bradesco foi o que teve maior aumento da inadimplência entre os grandes bancos na passagem de um trimestre para outro, de 0,4 ponto percentual. Mas o índice total ficou bem abaixo do que mostrou o Nubank, em 3,2%.
Veja a comparação da inadimplência total dos grandes bancos com o Nubank no 1T22:
Banco | Inadimplência total 1T22 | Inadimplência total 4T21 | Diferença (1T22-4T21) |
Santander (SANB11) | 2,9% | 2,7% | +0,2 p.p. |
Bradesco (BBDC4) | 3,2% | 2,8% | +0,4 p.p. |
Itaú Unibanco (ITUB4) | 2,6% | 2,5% | +0,1 p.p. |
Banco do Brasil (BBAS3) | 1,89% | 1,75% | +0,14 p.p. |
Nubank (NUBR33) | 4,2% | 3,5% | +0,7 p.p. |
E aqui a comparação da inadimplência das pessoas físicas no 1T22:
Banco | Inadimplência PF 1T22 | Inadimplência PF 4T21 | Diferença (1T22-4T21) |
Santander (SANB11) | 4,0% | 3,6% | +0,4 p.p. |
Bradesco (BBDC4) | 4,4% | 3,8% | +0,6 p.p. |
Itaú Unibanco (ITUB4)* | 3,1% | 2,7% | +0,4 p.p. |
Banco do Brasil (BBAS3) | 3,82% | 3,31% | +0,51 p.p. |
Nubank (NUBR33)** | 4,2% | 3,5% | +0,7 p.p. |
*Usamos inadimplência de pessoas físicas apenas da operação brasileira.
**Usamos inadimplência total, pois Nubank não detalha inadimplência de PF.
Nubank: analistas minimizam deterioração do crédito
Mesmo com o aumento notável da inadimplência, alguns bancos de investimento que cobrem o Nubank minimizaram a deterioração da carteira de crédito.
O JP Morgan, por exemplo, comparou o aumento da inadimplência total do Nubank com a inadimplência das pessoas físicas no Bradesco (que subiu 0,6 p.p. de um trimestre para o outro), e disse que os resultados estão alinhados.
Ao mesmo tempo, o BTG Pactual afirmou que a inadimplência parece estar sob controle, apesar da alta.
"Apesar do alerta com a magnitude do aumento da taxa de inadimplência, nós gostamos dos resultados do Nubank no primeiro trimestre de 2022, especialmente considerando o impacto que a expansão de clientes e empréstimos deve ter nos resultados do Nubank no médio e longo prazo", afirmou o UBS BB em relatório.
Já o Itaú BBA manteve o tom de cautela com o Nubank e ressaltou que a qualidade do crédito se deteriorou um pouco mais rápido.
"O aumento mais rápido da inadimplência reduziu a taxa de cobertura em 10%, para 229%, o que nós não esperamos que seja bem recebido pelo mercado", apontou o Itaú BBA.
Fim do lock-up pode prejudicar cotação
O período de lock-up acaba, oficialmente, nesta terça-feira (17), o que pode estar provocando a queda do preço das ações.
O lock-up, para quem não sabe, é uma cláusula contratual que determina um período no qual os investidores não podem vender as ações de uma empresa.
Com o fim da restrição, diretores e membros do conselho de administração estarão livres para vender os papéis do Nubank. Vale lembrar que a regra não incluía os clientes que receberam o "pedacinho" do Nubank no programa NuSócios.
A antecipação do fim do lock-up, antes previsto para junho, gerou especulações de que haveria uma enxurrada de ações do Nubank, o que pode reduzir ainda mais os preço dos papéis.
Porém, ontem (16), durante teleconferência de resultados, o presidente do Nubank, David Vélez, tentou passar uma imagem de tranquilidade em relação a esse tópico.
"Eles [os investidores] têm nos falado que não têm nenhum interesse em vender ações no curto prazo. Eu pessoalmente também vendo zero ações do Nubank", disse Vélez a analistas.
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