Inflação, agenda cheia, pressão extra nas contas públicas e a trajetória da política monetária dos países ricos não é o melhor dos panos de fundos para o mercado financeiro, mas os investidores locais seguem sendo salvos de dias amargos pelo gringo.
O investidor estrangeiro continua vendo o Brasil como uma boa oportunidade de investimento e, assim como foi durante o mês de janeiro, faz toda a diferença no comportamento dos mercados locais.
Com o cenário de aversão ao risco em escala global e a perspectiva de elevação dos juros nos Estados Unidos, é difícil dizer até quando essa será a realidade, mas por enquanto, o desejo é que o momento seja eterno enquanto dure.
A semana começou sem muito fôlego, mas o alívio no câmbio se acentuou ao longo do dia, e o dólar à vista voltou a figurar na casa dos R$ 5,25, em uma queda de 1,26%, a menor cotação para a moeda americana desde setembro de 2021. No aguardo da ata da última reunião do Copom, que será divulgada amanhã, os juros futuros também tiveram uma tarde de queda.
CÓDIGO | NOME | ÚLTIMO | FECHAMENTO |
DI1F23 | DI jan/23 | 11,98% | 11,99% |
DI1F25 | DI Jan/25 | 11,02% | 11,09% |
DI1F26 | DI Jan/26 | 11,02% | 11,09% |
DI1F27 | DI Jan/27 | 11,14% | 11,22% |
O sobe e desce da bolsa brasileira nesta segunda-feira (07) acompanhou a volatilidade que também atingiu a bolsa de Nova York, mas a composição do nosso índice traz dinâmicas internas próprias que contribuíram para o saldo final levemente negativo – o Ibovespa recuou 0,22%, aos 111.996 pontos. Wall Street também ficou próximo do zero a zero. O Nasdaq recuou 0,58%, o S&P 500 caiu 0,37% e o Dow Jones fechou o dia estável.
Petróleo e minério de ferro tentaram equilibrar a equação. Com o retorno das negociações na China, após a pausa de uma semana para a celebração do Ano Novo Chinês, as siderúrgicas e mineradoras voltaram a ter a commodity negociada em Qingdao e fecharam a sessão em alta. Além disso, o mercado está na expectativa pelos resultados de produção da Vale que serão divulgados nos próximos dias.
Já o petróleo tem batido máximas com a tensão crescente entre Estados Unidos e Rússia, com o temor de que um conflito armado interfira na oferta global, mas a segunda-feira foi de realização de lucros, puxando as ações da Petrobras para uma queda de mais de 1%.
Brasília em pauta
Para Gustavo Bertotti, head de renda variável da Messem Investimentos, a pressão política que esteve escondida durante o recesso parlamentar deve voltar a pressionar e pautar o Ibovespa nas próximas semanas.
As propostas dos parlamentares para tentar segurar a elevação dos preços dos combustíveis, em um momento em que o barril de petróleo se aproxima da casa dos US$ 100, pressionam o fiscal.
Dentre as propostas apresentadas, a que mais preocupa é a que foi batizada de “PEC Kamikaze” pela equipe econômica.
O texto prevê desonerações no combustível até 2023 e inclui benefícios como vale-gás e bolsa caminhoneiro, mas sem nenhuma compensação fiscal. Segundo estimativas, o custo poderia ser de R$ 100 bilhões para os cofres públicos.
Sobe e desce do Ibovespa
Entre as maiores altas, o destaque do dia fica com as ações do BB Seguridade. A companhia anunciou o seu resultado do quarto trimestre e mostrou um aumento no lucro e na distribuição de dividendos, o que agradou os investidores. Confira as maiores altas do dia:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
BBSE3 | BB Seguridade ON | R$ 24,14 | 5,74% |
JBSS3 | JBS ON | R$ 35,92 | 4,91% |
YDUQ3 | Yduqs ON | R$ 22,54 | 4,26% |
BRML3 | BR Malls ON | R$ 9,62 | 3,89% |
USIM5 | Usiminas PNA | R$ 16,85 | 3,25% |
O mercado repercute negativamente as projeções de sinergia anunciadas pela Hapvida (HAPV3) e NotreDame Intermédica (GNDI3). Os analistas ficaram decepcionados com os números anunciados e com o fato de que a maior parte das sinergias se dará por meio de receitas futuras da nova empresa e não pela otimização de custos.
Fora do Ibovespa o destaque negativo ficou com as ações da Oi. A companhia teve forte queda, repercutindo a notícia de que o Ministério Público Federal pediu ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) que barre a compra da Oi Móvel pela TIM, Telefônica e Claro. Confira também as maiores quedas:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
GNDI3 | Intermédica ON | R$ 67,70 | -4,67% |
HAPV3 | Hapvida ON | R$ 11,85 | -4,67% |
VIIA3 | Via ON | R$ 4,06 | -3,79% |
SOMA3 | Grupo Soma | R$ 13,37 | -3,33% |
CSAN3 | Cosan ON | R$ 22,54 | -3,30% |