Ninguém no mercado duvidava que a combinação das operadoras de saúde Hapvida (HAPV3) e NotreDame Intermédica (GNDI3) tinha um grande potencial de sinergias. Mas hoje as companhias trouxeram uma estimativa mais precisa dos ganhos com a fusão.
A companhia combinada deverá obter R$ 1,38 bilhão de sinergias operacionais de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) adicional a partir de 2025. Os ganhos vão ocorrer gradualmente nos próximos três anos com a integração das operações das empresas.
Na B3, as ações da Intermédica (GNDI3) serão incorporadas pela da Hapvida (HAPV3) e deixam de ser negociadas no dia 11 de fevereiro. A data de início das operações com os novos papéis HAPV3 está marcada para a próxima segunda-feira, dia 14.
A incorporação da Intermédica ocorrerá em parte via troca de ações e o restante em dinheiro, no valor aproximado de R$ 5,126 por ação.
Os acionistas de GNDI3 ainda terão direito a um dividendo extraordinário de R$ 1 bilhão (aproximadamente R$ 1,613 por ação), que será pago no dia 29 de março, mesma data em que a Hapvida vai desembolsar a parcela em dinheiro.
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A primeira reação do mercado ao anúncio das sinergias de Hapvida e Intermédica não foi das mais animadoras. Logo após a abertura, as ações HAPV3 negociavam em forte queda de 8,13% na B3.
Após uma reunião inicial eufórica à fusão anunciada no início de 2021, as ações de ambas as companhias foram perdendo força. Nos últimos 12 meses, aos papéis HAPV3 acumulam queda de 30% e os GNDI3, de 27%.
Hapvida e Intermédica: de onde virão as sinergias
Hapvida e Intermédica divulgaram um documento com detalhes de onde virão as sinergias estimadas da combinação entre as companhias. Os ganhos virão basicamente de quatro frentes:
- Aumento de receitas de cross-sell dos planos corporativos já existentes nas companhias, a criação de um produto único na forma de um plano nacional com utilização de rede verticalizada e aproveitamento da capacidade ociosa da rede própria para prestação de serviços para terceiros e convênios;
- Redução de custos médico-hospitalares com a centralização da cadeia de suprimentos, otimização e renegociação dos contratos existentes, compartilhamento da rede própria, investimentos para incremento de verticalização e gestão hospitalar mais eficiente com a integração e padronização de sistemas;
- Padronização das práticas de distribuição entre as companhias e fidelização com corretores; e
- Redução de despesas gerais e administrativas com a otimização das despesas com localização e funcionamento e contratos diversos com terceiros.
Hapvida e Intermédica estimam que os custos para a integração atinjam de R$ 100 milhões a R$ 150 milhões até 2024. Os cálculos das sinergias não incluem essas despesas, mas também não consideram as sinergias tributárias do negócio.
As empresas esperam atingir aproximadamente 40% das sinergias operacionais até 31 de dezembro de 2022, 70% até o fim de 2023 e 100% em 2024.
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