Risco fiscal faz juros futuros dispararem e bolsa tem mais um dia de perdas; dólar vai a R$ 5,69
O cenário doméstico se sobrepõe ao exterior, com risco fiscal e ameaças de paralisação do Banco Central no centro do debate nacional.
Nenhuma boa fase de videogame está completa sem um bom desafio. É justamente isso que faz com que o próximo nível seja tão recompensador e emocionante, mas nem sempre as coisas andam como o planejado. O “chefão” não seria o chefão se ele não fosse duro na queda.
O mercado brasileiro parece empacado na mesma fase do jogo há alguns bons meses, mas pelo menos tem sido bem-sucedido em evitar um game over. É que toda vez que o chefão parece ter sido finalmente derrotado, ele assume novas formas. Em certos momentos pode até parecer que alguns truques tirados da cartola e manobras complexas podem ser a combinação perfeita, mas não passam de ilusões.
Infelizmente para os investidores brasileiros, esse problema não é facilmente resolvido com o botão de "desligar" e uma voltinha para tomar um ar. O risco fiscal está por toda parte.
A PEC dos precatórios parecia ter sido a solução, mas o líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros, segue falando em revisar mais uma vez as contas para encaixar mais gastos. Os servidores públicos também fazem pressão e buscam reajustes semelhantes aos concedidos aos policiais. Isso sem falar na falta de compensação tributária para a prorrogação da desoneração da folha de pagamento para quase 20 setores.
Com um chefão dessa magnitude, os juros futuros voltaram a disparar, e o DI com vencimento para janeiro de 2023 encerrou a sessão acima dos 12%. A inclinação da curva de juros contaminou os demais ativos, que tiveram um dia de muita volatilidade.
CÓDIGO | NOME | ULT | ABERTURA |
DI1F23 | DI jan/23 | 12,04% | 11,88% |
DI1F25 | DI Jan/25 | 11,16% | 10,89% |
DI1F26 | DI Jan/26 | 11,05% | 10,81% |
DI1F27 | DI Jan/27 | 11,10% | 10,89% |
Pelo segundo dia consecutivo, as empresas produtoras de commodities foram responsáveis por limitar as perdas da bolsa brasileira. O Ibovespa chegou a operar em alta, mas encerrou a sessão em queda de 0,39%, aos 103.513 pontos.
Leia Também
O risco fiscal fez sua parte, mas as pressões externas também contribuíram para o dia instável do dólar. A ata da última reunião do Federal Reserve será divulgada amanhã, e os investidores voltam a temer um indicativo mais concreto sobre a elevação da taxa de juros no país. A moeda americana encerrou o pregão em alta de 0,48%, a R$ 5,6900.
Confira também alguns dos destaques do noticiário corporativo que movimentaram o dia:
- Stone e PagSeguro enfrentam dia difícil na bolsa após UBS BB rebaixar a recomendação dos papéis;
- Joe Biden está incomodado com o preço da carne nos Estados Unidos, e planos para reverter o quadro podem impactar JBS e Marfrig.
Desoneração barulhenta
O risco fiscal envolvendo a desoneração da folha de pagamento agora conta com uma possível judicialização da medida provisória (MP) do presidente da República, Jair Bolsonaro.
A medida que prorroga por dois anos a desoneração da folha de pagamento para 17 setores econômicos, considerados os que mais geram vagas de empregos no país, pode ir para o judiciário. Técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU) acreditam que a União deve compensar o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) pela desoneração da folha de pagamento dos 17 setores.
Os servidores afirmam que a revisão do cálculo do teto de gastos abre um espaço artificial nas contas públicas e a renúncia fiscal pode chegar a R$ 9,08 bilhões.
A sanção da medida ficou travada porque a equipe econômica cobrou a exigência de compensação, com aumento de outros impostos, pela redução da tributação para as empresas desses setores, mas ela não ocorreu, embora esteja prevista na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
Digerindo dados
A semana começou com os investidores à espera dos dados de emprego dos Estados Unidos. A bola da vez desta terça-feira é o relatório Jolts de emprego, divulgado ao meio-dia, e que mostrou uma criação de empregos menor do que a esperada. Já o PMI Industrial do país recuou acima do previsto.
Na noite da última segunda-feira (03), o PMI industrial da China avançou de 49,9 para 50,9, indicando uma expansão das atividades. Já o mesmo indicador do Reino Unido caiu menos do que o esperado, a 57,9 em dezembro.
Ainda existe uma grande expectativa em torno da divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve amanhã, que deve trazer maiores detalhes sobre a alta nos juros americanos. Com isso, as bolsas americanas fecharam o dia com sinais mistos.
Sobe e desce do Ibovespa
As ações da CSN Mineração lideraram pelo segundo dia consecutivo as maiores altas do Ibovespa. Para Rafael Passos, da Ajax Capital, o movimento ainda é efeito do rebalanceamento de carteira do início do ano e impulsionado pela entrada da companhia no Ibovespa. Confira as maiores altas do dia:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
CMIN3 | CSN Mineração ON | R$ 7,55 | 7,09% |
ITUB4 | Itaú Unibanco PN | R$ 22,12 | 2,84% |
KLBN11 | Klabin units | R$ 26,17 | 2,55% |
SUZB3 | Suzano ON | R$ 60,89 | 2,18% |
B3SA3 | B3 ON | R$ 10,95 | 2,15% |
Confira também as maiores quedas:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
BIDI11 | Banco Inter unit | R$ 24,30 | -13,68% |
BIDI4 | Banco Inter PN | R$ 8,18 | -12,98% |
PETZ3 | Petz ON | R$ 14,41 | -8,91% |
BPAN4 | Banco Pan PN | R$ 9,43 | -7,82% |
LWSA3 | Locaweb ON | R$ 11,89 | -6,75% |
Depois de virar as costas para o bitcoin (BTC), Rússia começa a testar pagamentos internacionais com criptomoedas neste mês
Apesar da recente legislação, a proibição da Rússia de usar criptomoedas para pagamentos domésticos continua em vigor
Acordo preliminar para evitar greve é visto “com bons olhos” e faz ações da Boeing saltarem quase 6% hoje
Os trabalhadores aceitaram uma recomposição salarial geral de 25% nos próximos quatro anos, reconhecendo as dificuldades financeiras da empresa
Round 2 da bolsa: Ibovespa acompanha inflação dos EUA em preparação para dados do IPCA
Nos EUA, aumentam as apostas por um corte de juros maior; por aqui, inflação persistente sinaliza aumento das taxa Selic
Ajuste seu alarme: Resultado do payroll define os rumos dos mercados, inclusive do Ibovespa; veja o que esperar
Relatório mensal sobre o mercado de trabalho norte-americano será decisivo para antecipar o próximo passo do Fed
Acabou a farra do Ibovespa? Setembro começou mal para a Bolsa, mas não é motivo para preocupação
Alguns fatores parecem ter pesado no humor, como os velhos riscos fiscais que voltaram aos holofotes e o bloqueio da plataforma X
O Copom “errou a mão” nas decisões de juros? Diretor do Banco Central revela perspectivas sobre Selic, inflação e intervenções no câmbio
Segundo Diogo Guillen, a visão do Copom não mudou em relação a fazer o que for necessário para convergir a inflação à meta de 3% ao ano
Depois de empate com sabor de vitória, Ibovespa repercute cardápio de notícias locais e dados sobre o mercado de trabalho dos EUA
Números do governo central e da balança comercial dividem atenção com Galípolo, conta de luz e expectativa com payroll nos EUA
Embraer (EMBR3), Yduqs (YDUQ3) e Petz (PETZ3) são as maiores altas da bolsa em dia de ganho de 1% do Ibovespa
O mercado também devolve parte das perdas recentes; nas duas primeiras sessões de setembro, o principal índice de ações da B3 chegou a acumular queda de 1,21%
O mês do cachorro louco mudou? Depois das máximas históricas de agosto, Ibovespa luta para sair do vermelho em setembro
Temores referentes à desaceleração da economia dos EUA e perda de entusiasmo com inteligência artificial penalizam as bolsas
Existe espaço para o real se fortalecer mesmo que o Banco Central não suba a Selic — e aqui estão os motivos, segundo a Kinea Investimentos
Apesar do “efeito Rashomon” nos mercados, gestora se mantém comprada na moeda brasileira e no dólar norte-americano
Aumento das tensões internacionais faz Goldman Sachs recomendar ouro, mesmo com o metal perto das máximas históricas
Há, contudo, um novo elemento que coloca ainda mais lenha na fogueira do rali do ouro, e ele vem da demanda — ou, melhor dizendo, a falta dela — da China
Não deve ser hoje: Ibovespa aguarda PIB em dia de aversão ao risco lá fora e obstáculos para buscar novos recordes
Bolsas internacionais amanhecem no vermelho com temores com o crescimento da China, o que também afeta o minério de ferro e o petróleo
O Ibovespa experimentou novos recordes em agosto — e uma combinação de acontecimentos pode ajudar a bolsa a subir ainda mais
Enquanto o ambiente externo segue favorável aos ativos de risco, a economia brasileira tem se mostrado mais resistente que o esperado
Primavera Sound é cancelado no Brasil e na América Latina em 2024; T4F (SHOW3) diz o motivo
Segundo o documento, a decisão foi tomada após “muitos meses de trabalho e tentativas para garantir a realização do festival”
Setembro finalmente chegou: Feriado nos EUA drena liquidez em início de semana com promessa de fortes emoções no Ibovespa
Agenda da semana tem PIB e balança comercial no Brasil; nos EUA, relatório mensal de emprego é o destaque, mas só sai na sexta
Agenda econômica: PIB do Brasil e o dado mais importante da economia dos EUA são os destaques da semana; veja o calendário completo
Investidores aguardam início de corte de juros nos EUA e dados do payroll vão indicar a magnitude da tesourada do Federal Reserve
A 3R Petroleum vai trocar de nome — e também de ticker; veja quando ela deixará de negociar como RRRP3
Novo nome da 3R Petroleum “reforça a brasilidade, a bravura da equipe e parceiros na entrega de melhores resultados”, diz CEO.
Ibovespa salta mais de 6% e é o melhor investimento de agosto; bitcoin (BTC) despenca 11% e fica na lanterna – veja ranking completo
Impulsionado principalmente pela perspectiva de cortes de juros nos Estados Unidos, o índice registrou o melhor desempenho mensal deste ano
Vem mais intervenção aí? Dólar dispara pelo quinto dia seguido, Banco Central entra com leilões e Campos Neto diz o que pode acontecer agora
Além de fatores técnicos e da valorização da moeda norte-americana no exterior, um conjunto de questões locais colabora com a escalada da divisa em relação ao real
Em dia de caos na bolsa, Ibovespa consegue sustentar os 136 mil pontos e garante ganhos na semana; dólar sobe a R$ 5,6350
A queda do principal índice da bolsa brasileira acontece mesmo após dado crucial de inflação nos Estados Unidos vir em linha com as expectativas dos economistas; os percalços do mercado brasileiro são locais