Pré-mercado: ajuste pós-Copom e balanço da Petrobras devem movimentar a bolsa hoje
E mais: a temporada de balanços não dá trégua, com os ruídos de Brasília destoando do coro do Ibovespa

A bolsa brasileira sentiu a cautela até o último minuto do pregão, antes da decisão de política monetária do Copom. A alta da Selic era dada como certa, e as expectativas, que giravam em torno de um aumento entre 1,0 e 1,25 pontos percentuais, se confirmaram: o Banco Central elevou a taxa básica de juros de 4,25% para 5,25% ao ano.
A decisão do BC visa conter a disparada da inflação, que já acumula alta de 8,35% nos últimos 12 meses. Além disso, o aumento da conta de luz com a crise hídrica que se avizinha deve fazer os preços subirem ainda mais.
O pregão desta quinta-feira (05) deve ser marcado por um ajuste ao novo momento de alta na Selic. Ao mesmo tempo, os investidores devem digerir o balanço da Petrobras, também divulgado na noite de ontem.
Os ADRs, recibos de ações da petroleira negociados no exterior, chegaram a disparar 10,66% no pré-mercado de Nova York na manhã de hoje. Isso fez o principal ETF brasileiro em Wall Street, o EWZ, amanhecer em alta de 1,49%, o que deve refletir no índice brasileiro.
Aqui no Seu Dinheiro, preparamos uma série de matérias especiais para esse momento de alta na Selic:
- Como ficam os seus investimentos em renda fixa com a Selic em 5,25% ao ano
- COMPARATIVO: Veja o que mudou no novo comunicado do Copom
- Fim do ciclo de alta da Selic? Tudo depende da manutenção do teto de gastos e da política fiscal — e as próximas semanas devem ser decisivas
Confira o que mais deve movimentar o mercado nesta quinta-feira (05):
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Diretamente de Brasília
Apesar do otimismo antes da abertura do mercado, o investidor não tira os olhos da política e o pé do freio. O Palácio do Planalto deve enfrentar um novo capítulo da crise política, o que deve injetar cautela nos mercados hoje.
A Câmara aprovou ontem, em caráter de urgência, a proposta de reforma tributária do Imposto de Renda, o que abre espaço para a PEC dos precatórios e o parcelamento das dívidas do governo com a justiça. No curto prazo, o alongamento desses pagamentos abre espaço para novos gastos ainda em 2022.
Entretanto, os próximos governos devem herdar essa dívida, o que pode comprometer as contas públicas no futuro. Essa manobra é vista como um movimento do presidente Jair Bolsonaro para aprovar o aumento do Auxílio Brasil, o Bolsa Família do governo atual, e aumentar seu apoio para a eleição de 2022.
Mesmo assim, a extrapolação do teto de gastos deve ser acompanhada de perto pelos investidores.
Nas ruas de Wall Street
O exterior deve ficar de olho na temporada de balanços do dia e no número de pedidos de auxílio-desemprego dos Estados Unidos. É esperado que o número de novas solicitações caia em 24 mil, atingindo 385 mil trabalhadores.
Ontem, o relatório de empregos privados ADP, que é considerado uma prévia do payroll dos Estados Unidos, veio abaixo do esperado. A previsão do The Wall Street Journal era de 653 mil novos postos de trabalho, mas o número veio quase pela metade, com 330 mil novas vagas de emprego em julho.
O payroll, a folha de pagamento dos EUA, deve ser divulgado nesta sexta-feira (06).
Bolsas pelo mundo
Os principais índices asiáticos encerraram o pregão desta quinta-feira (05) sem um único sinal. Do lado positivo, os balanços da região animaram os negócios, mas, do lado negativo, o fraco desempenho das petroquímicas e mineradoras, somado ao medo da variante delta, mantiveram as bolsas pressionadas.
No Velho Continente, de maneira semelhante, os balanços e dados regionais mantêm os índices em alta, mas o fôlego dos negócios é curto antes da decisão de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês).
Por fim, os futuros de Nova York apontam para um pregão de ganhos, apesar dos números fracos de emprego, que pressionaram no último pregão. O movimento de recuperação de hoje deve manter os índices em alta.
Agenda do dia
- FGV: Indicador de antecedente de emprego (IAEmp) de julho (8h)
- Estados Unidos: Balança comercial de junho (9h30)
- Estados Unidos: Pedidos de auxílio-desemprego (9h30)
- Banco Central: Presidente do BC, Roberto Campos Neto, e o ministro da Economia, Paulo Guedes, participam de almoço fechado à imprensa (12h30)
- G20 realiza reunião de economia digital
Balanços
- Estados Unidos: Moderna (antes da abertura)
- Brasil: Cia. Gering (após o fechamento)
- Brasil: Eneva (após o fechamento)
- Brasil: Engie (após o fechamento)
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