Temor reduzido com ômicron e alta das commodities levam recuperação ao Ibovespa, mas dólar sobe de olho nos riscos inalterados
Em semana de decisão de política monetária, o Ibovespa aproveitou o dia de agenda esvaziada para se recuperar das quedas recentes
Há menos de duas semanas o mundo enfrentava mais uma vez o caos do desconhecido. Uma nova variante do coronavírus — mais tarde batizada de ômicron pela Organização Mundial da Saúde (OMS) — assustou governos, médicos e investidores, e trouxe de volta as lembranças das piores consequências da pandemia.
É bem verdade que muito ainda é desconhecido, mas os especialistas parecem caminhar para um consenso de que o monstro é menos assustador do que o imaginado.
Anthony Fauci, infectologista e conselheiro da Casa Branca, ajudou a aliviar o humor dos investidores ao afirmar que, até o momento, a nova variante mostra casos predominantemente leves e pouco fatais.
A disseminação do coronavírus entre não vacinados em diversas regiões da Europa preocupa, mas a necessidade de lockdown nos mesmos modelos vistos no passado parece cada vez menos provável.
O apetite por risco no exterior levou as bolsas americanas a fecharem o dia em alta firme e o petróleo a se recuperar da queda recente.
O minério de ferro também teve uma madrugada de recuperação, o que fez com que a forte alta das empresas produtoras de commodities levasse o Ibovespa a avançar 1,70%, aos 106.859 pontos. O noticiário favorável também mexeu com as companhias aéreas, que subiram mais de 10%.
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Dessa vez o combustível veio de fora, mas o pano de fundo ainda é complicado para os negócios brasileiros. Por um lado, os analistas apostam em um acordo para que o fatiamento da PEC dos precatórios seja aprovado na Câmara, o que seria positivo para a bolsa.
Por outro, o Federal Reserve, o banco central americano, continua apontando para uma retirada dos estímulos monetários talvez mais rápida que o esperado. Já a inflação brasileira não mostra sinais de arrefecimento e deve cobrar um tom mais duro do Banco Central na decisão de juros da próxima quarta-feira.
Sem mudanças nos principais riscos domésticos, o dólar à vista encerrou o dia em alta de 0,18%, a R$ 5,6903. Já em compasso de espera pela decisão do Copom da próxima quarta-feira, os juros futuros mais curtos avançaram.
- Janeiro 2022: de 8,94% para 8,96%
- Janeiro 2023: de 11,30% para 11,40%
- Janeiro 2025: de 10,89% para 10,95%
- Janeiro 2027: de 10,94% para 10,99%
Petrobras em foco
A Petrobras chegou a avançar cerca de 2%, mas a empresa segue envolta em questões que desagradam o investidor.
No último domingo, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que até o fim de dezembro a companhia deve anunciar uma queda nos preços dos combustíveis.
A estatal divulgou que o ajuste de preços segue o curso normal e as políticas comerciais vigentes, mas a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu novo processo pedindo esclarecimentos sobre o episódio.
Semana de Copom
A inflação brasileira ultrapassou com folga o teto da meta estipulada pelo Banco Central, o que coloca ainda mais expectativa na decisão da Selic na última reunião do ano do Copom.
O Comitê já contratou uma alta de 150 pontos-base para a próxima reunião, o que faria a Selic subir de 7,75% para 9,25% em 2021. A divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, que mostrou uma retração de 0,1% na economia, segurou as projeções de uma alta mais brusca da taxa básica de juros, já que a retração da atividade econômica, por si só, já é um indicativo de redução do consumo.
O Copom deve divulgar a decisão de política monetária após o fechamento do mercado na quarta-feira (08), e a expectativa dos analistas é de que a instituição endureça o tom em seu comunicado.
Sobe e desce do Ibovespa
Com o clima favorável para uma recuperação, diversas notícias do cenário corporativo encontraram espaço para brilhar.
O ambiente favorável para viagens e bons números operacionais impulsionaram as companhias aéreas, enquanto a possibilidade de uma oferta de ações por parte da Novonor para vender sua fatia na Braskem e também a alta do petróleo fizeram com que a petroquímica tivesse alta firme. Confira as maiores altas do dia:
| CÓDIGO | NOME | ULT | VAR |
| GOLL4 | Gol PN | R$ 16,89 | 11,34% |
| AZUL4 | Azul PN | R$ 24,80 | 10,57% |
| BRKM5 | Braskem PNA | R$ 66,40 | 9,75% |
| AMER3 | Americanas S.A | R$ 29,83 | 7,26% |
| LAME4 | Lojas Americanas PN | R$ 5,45 | 6,24% |
A Méliuz liderou os piores desempenhos do dia após ter subido mais de 30% na última sexta-feira, repercutindo números da Black Friday. Confira também as maiores quedas:
| CÓDIGO | NOME | VALOR | VAR |
| CASH3 | Méliuz ON | R$ 3,02 | -11,70% |
| RDOR3 | Rede D'Or ON | R$ 47,73 | -3,22% |
| RAIL3 | Rumo ON | R$ 17,60 | -2,76% |
| CSAN3 | Cosan ON | R$ 21,89 | -2,15% |
| HAPV3 | Hapvida ON | R$ 11,23 | -1,75% |
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