R$ 5,35: com uma ajuda do exterior, o dólar zerou os ganhos no mês e virou para queda
O clima tranquilo visto nos mercados globais abriu espaço para mais uma queda no dólar à vista — a sexta nas últimas sete sessões. Com isso, a moeda americana voltou aos níveis do fim de abril, afastando-se cada vez mais do patamar dos R$ 6,00

Em 14 de maio, o dólar à vista bateu os R$ 5,97 na máxima intradiária e parecia fadado a chegar aos R$ 6,00 num futuro próximo. E não à toa: aqui dentro, o cenário político passava por fortes turbulências; lá fora, a incerteza em relação ao coronavírus estava em níveis elevados. Tudo conspirava para a escalada da moeda americana.
Passadas menos de duas semanas, o dólar à vista terminou essa terça-feira (26) cotado a R$ 5,3578, em baixa de 1,83% — a sexta queda nas últimas sete sessões. Com o desempenho de hoje, a moeda americana zerou os ganhos em maio e, agora, já acumula um recuo de 1,49% desde o começo do mês.
É uma virada de tendência que nem os mais otimistas esperavam: em pouco tempo, a percepção de risco político diminuiu sensivelmente, o que já provocou uma primeira onda de alívio no câmbio. E, embora o exterior continue com seus focos de tensão, também tivemos algumas melhorias no cenário internacional.
- Eu gravei um vídeo para explicar a dinâmica por trás dos mercados nesta terça-feira. Veja abaixo:
O noticiário global foi o grande motor por trás dessa nova queda do dólar: lá fora, os investidores se animaram com os avanços no desenvolvimento de mais uma vacina contra o coronavírus. Como resultado, as bolsas globais tiveram um dia positivo e o dólar caiu em escala global, abrindo mais espaço para a recuperação do mercado doméstico de câmbio.
Nos EUA, o Dow Jones fechou em alta de 2,17%, o S&P 500 teve ganho de 1,23% e o Nasdaq avançou 0,17% — as principais praças da Europa também subiram em bloco. E o Ibovespa?
Bem, o Ibovespa chegou a operar em alta de 1,95% no melhor momento do dia, tocando os 87.332,53 pontos. Mas, ao longo do pregão, o índice foi perdendo força, num movimento de realização dos ganhos recentes — e terminou em leve queda de 0,23%, aos 85.468,91 pontos.
Leia Também
Ainda assim, não é possível falar em cautela ou pessimismo dos investidores na bolsa. Afinal, o Ibovespa ainda tem ganhos de 4% na semana e de 6,16% em maio — assim, uma leve correção é mais que natural, considerando a valorização dos últimos dias.
Injeção de ânimo
Esse viés mais relaxado visto nos mercados globais se deve a uma conjunção de fatores. Em primeiro plano, apareceu mais uma possível vacina contra o coronavírus, desta vez desenvolvida pela empresa americana Novavax: a companhia informou que seu tratamento experimental começará a ser testado em humanos.
A notícia aumentou a esperança quanto a uma solução para a crise da Covid-19: se bem sucedida, a vacina permitirá a reabertura das economias e o fim do isolamento social, abrindo espaço para uma recuperação mais rápida da atividade mundial.
O otimismo do mercado, no entanto, não se concentra sobre a Novavax ou qualquer outra empresa que esteja tentando desenvolver um tratamento. A leitura é a de que com diversas companhias avançando em seus estudos, alguma delas eventualmente terá sucesso e conseguirá chegar a uma vacina.
Assim, a notícia da Novavax serve para aumentar a percepção de que o leque de opções está ficando mais amplo, o que aumenta a chance de sucesso — e injeta ânimo nos investidores.
Além disso, a reabertura gradual vista em diversos países também contribuiu para aumentar o otimismo dos mercados: na Europa e nos EUA, as inciativas para normalização começam a ganhar impulso; na Ásia, o Japão também anunciou as primeiras medidas de relaxamento do isolamento social.
Assim, os mercados globais mostraram-se bastante tranquilos nesta terça-feira, contribuindo para a recuperação em bloco das bolsas e para o alívio do dólar em escala mundial.
Sem estresse
Por aqui, o cenário político não teve muitas alterações desde a noite de ontem: a percepção é a de que o noticiário em Brasília está mais calmo nos últimos dias — o vídeo da reunião ministerial do dia 22 não gerou o turbilhão prometido.
Quanto ao câmbio, nem mesmo a baixa de 0,59% vista no IPCA-15 em maio foi capaz de impedir o alívio no dólar à vista. Por mais que a deflação abra espaço para um corte mais acentuado na Selic — o que, em tese, traria pressão à moeda americana —, os investidores seguem bastante tranquilos nesta terça-feira.
Aliás, os DIs ficaram perto da estabilidade, tanto na ponta curta quanto na longa, mostrando que o mercado aposta em mais uma baixa de 0,50 a 0,75 ponto na Selic na próxima reunião do Copom, em junho:
- Janeiro/2021: estável em 2,38%;
- Janeiro/2022: de 3,20% para 3,24%;
- Janeiro/2023: de 4,27% para 4,34%;
- Janeiro/2025: de 6,10% para 6,01%.
Top 5
No lado positivo do Ibovespa, destaque para as ações ON do Magazine Luiza (MGLU3), em forte alta de 6,75% — a empresa fechou o primeiro trimestre de 2020 com um crescimento na receita e no e-commerce, dados que animaram o mercado em relação às perspectivas da companhia para o curto prazo.
Veja abaixo os cinco papéis de melhor desempenho do índice nesta terça-feira:
CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
BTOW3 | B2W ON | 95,40 | +9,18% |
HYPE3 | Hypera ON | 30,50 | +7,02% |
MGLU3 | Magazine Luiza ON | 64,48 | +6,75% |
WEGE3 | Weg ON | 40,42 | +6,26% |
GNDI3 | Intermédica ON | 62,40 | +4,87% |
Confira também as cinco maiores baixas do Ibovespa:
CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
LREN3 | Lojas Renner ON | 38,15 | -5,50% |
IRBR3 | IRB ON | 7,39 | -5,26% |
BBDC3 | Bradesco ON | 17,55 | -4,52% |
BBDC4 | Bradesco PN | 19,21 | -4,33% |
CVCB3 | CVC ON | 13,50 | -4,26% |
Agora seria um bom momento para a Rede D’Or (RDOR3) comprar o Fleury (FLRY3), avalia BTG; banco vê chance mais alta de negócio sair
Analistas consideram que diferença entre os valuations das duas empresas tornou o negócio ainda mais atrativo; Fleury estaria agora em bom momento de entrada para a Rede D’Or efetuar a aquisição
As três ações do setor de combustíveis que podem se beneficiar da Operação Carbono Oculto, segundo o BTG
Para os analistas, esse trio de ações na bolsa brasileira pode se beneficiar dos desdobramentos da operação da Polícia Federal contra o PCC; entenda a tese
XP Malls (XPML11) vende participação em nove shoppings por R$ 1,6 bilhão, e quem sai ganhando é o investidor; cotas sobem forte
A operação permite que o FII siga honrando com as contas à pagar, já que, em dezembro deste ano, terá que quitar R$ 780 milhões em obrigações
Mercado Livre (MELI34) nas alturas: o que fez os analistas deste bancão elevarem o preço-alvo para as ações do gigante do e-commerce
Os analistas agora projetam um preço-alvo de US$ 3.200 para as ações do Meli ao final de 2026; entenda a revisão
As maiores altas e quedas do Ibovespa em agosto: temporada de balanços 2T25 dita o desempenho das ações
Não houve avanços ou recuos na bolsa brasileira puxados por setores específicos, em um mês em que os olhos do mercado estavam sobre os resultados das empresas
Ibovespa é o melhor investimento do mês — e do ano; bolsa brasileira pagou quase o dobro do CDI desde janeiro
O principal índice de ações brasileiras engatou a alta em agosto, impulsionado pela perspectiva de melhora da inflação e queda dos juros — no Brasil e nos EUA
Agora é a vez do Brasil? Os três motivos que explicam por que ações brasileiras podem subir até 60%, segundo a Empiricus
A casa de análise vê um cenário favorável para as ações e fundos imobiliários brasileiros, destacando o valor atrativo e os gatilhos que podem impulsionar o mercado, como o enfraquecimento do dólar, o ciclo de juros baixos e as eleições de 2026
Ibovespa ignora NY, sobe no último pregão da semana e fecha mês com ganho de 6%
No mercado de câmbio, o dólar à vista terminou o dia em alta, rondando aos R$ 5,42, depois da divulgação de dados de inflação nos EUA e com a questão fiscal no radar dos investidores locais
Entram Cury (CURY3) e C&A (CEAB3), saem São Martinho (SMTO3) e Petz (PETZ3): bolsa divulga terceira prévia do Ibovespa
A nova composição do índice entra em vigor em 1º de setembro e permanece até o fim de dezembro, com 84 papéis de 81 empresas
É renda fixa, mas é dos EUA: ETF inédito para investir no Tesouro americano com proteção da variação do dólar chega à B3
O T10R11 oferece acesso aos Treasurys de 10 anos dos EUA em reais, com o bônus do diferencial de juros recorde entre Brasil e EUA
Ibovespa sobe 1,32% e crava a 2ª maior pontuação da história; Dow e S&P 500 batem recorde
No mercado de câmbio, o dólar à vista terminou o dia com queda de 0,20%, cotado a R$ 5,4064, após dois pregões consecutivos de baixa
FIIs fora do radar? Santander amplia cobertura e recomenda compra de três fundos com potencial de dividendos de até 17%; veja quais são
Analistas veem oportunidade nos segmentos de recebíveis imobiliários, híbridos e hedge funds
Batalha pelo galpão da Renault: duas gestoras disputam o único ativo deste FII, que pode sair do mapa nos dois cenários
Zagros Capital e Tellus Investimentos apresentam propostas milionárias para adquirir galpão logístico do VTLT11, locado pela Renault
Para o BTG, esta ação já apanhou demais na bolsa e agora revela oportunidade para investidores ‘corajosos’
Os analistas já avisam: trata-se de uma tese para aqueles mais tolerantes a riscos; descubra qual é o papel
Não é uma guerra comercial, é uma guerra geopolítica: CEO da AZ Quest diz o que a estratégia de Trump significa para o Brasil e seus ativos
Walter Maciel avalia que as medidas do presidente norte-americano vão além da disputa tarifária — e explica como os brasileiros devem se posicionar diante do novo cenário
É hora de voltar para as ações brasileiras: expectativa de queda dos juros leva BTG a recomendar saída gradual da renda fixa
Cenário se alinha a favor do aumento de risco, com queda da atividade, melhora da inflação e enfraquecimento do dólar
Dólar e bolsa sobem no acumulado de uma semana agitada; veja as maiores altas e baixas entre as ações
Últimos dias foram marcados pela tensão entre EUA e Brasil e também pela fala de Jerome Powell, do BC norte-americano, sobre a tendência para os juros por lá
Rumo ao Novo Mercado: Acionistas da Copel (CPLE6) aprovam a migração para nível elevado de governança na B3 e a unificação de ações
Em fato relevante enviado à CVM, a companhia dará prosseguimento às etapas necessárias para a efetivação da mudança
“Não acreditamos que seremos bem-sucedidos investindo em Nvidia”, diz Squadra, que aposta nestas ações brasileiras
Em carta semestral, a gestora explica as principais teses de investimento e também relata alguns erros pelo caminho
Bolsas disparam com Powell e Ibovespa sobe 2,57%; saiba o que agradou tanto os investidores
O presidente do Fed deu a declaração mais contundente até agora com relação ao corte de juros e levou o dólar à vista a cair 1% por aqui