Euforia no exterior faz o Ibovespa ter o melhor pregão em mais de um mês; dólar cai a R$ 5,72
O Ibovespa fechou em alta de mais de 4% e retomou o nível dos 81 mil pontos, pegando carona no otimismo externo. O dólar caiu mais de 2% e voltou a R$ 5,72

Uma onda de otimismo tomou conta dos mercados globais nesta segunda-feira (18). Crise econômica, tensões com o coronavírus, atritos geopolíticos? Não, nada disso importou: o avanço nos testes de uma vacina contra a Covid-19, somado a um possível novo pacote de auxílio financeiros nos EUA, fez os mercados respirarem aliviados, no exterior e no Brasil.
O Ibovespa, por exemplo, abriu em alta firme e, em poucos minutos, retomou os 80 mil pontos. Ao fim da sessão, o índice ainda foi além: fechou em forte alta de 4,69%, aos 81.194,29 pontos — o melhor desempenho em termos percentuais desde 6 de abril.
O mercado de câmbio também teve um dia de alívio: o dólar à vista terminou em baixa de 2,03%, aos R$ 5,7206, e chegou à menor cotação desde 6 de maio. No mês, contudo, a divisa ainda acumula ganhos de 5,18%.
- Eu gravei um vídeo para explicar o a dinâmica dos mercados nesta segunda-feira. Veja abaixo:
O noticiário internacional trouxe uma série de elementos que injetaram confiança nos investidores e se sobrepuseram aos fatores de risco que permanecem no horizonte. E, em primeiro plano, apareceu o avanço num possível tratamento para o coronavírus.
A Moderna, empresa americana de biotecnologia, anunciou mais cedo que todos os 45 voluntários que participaram dos testes com uma nova vacina que está em desenvolvimento produziram anticorpos que podem ajudar na proteção contra a doença.
A novidade faz as ações da Moderna dispararem 19,96% em Wall Street e aumentou as esperanças quanto ao surgimento de um tratamento mais eficaz contra a Covid-19 — e essa perspectiva serviu para diminuir a aversão ao risco nos mercados globais.
Leia Também
Além disso, os agentes financeiros também repercutiram a entrevista dada na noite de domingo (17) pelo presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell: entre outros pontos, ele disse que a instituição "não está sem munição" para combater os impactos econômicos da pandemia.
Por fim, os investidores também comemoraram a aprovação, pela Câmara dos EUA, de mais um pacote de auxílio financeiro para o país no montante de US$ 3 trilhões — e, na Europa, as iniciativas cada vez mais firmes de reabertura econômica também serviram para melhorar o humor dos ativos globais.
Assim, a combinação desses elementos acabou permitindo a recuperação firme das bolsas globais: na Europa, as principais praças subiram mais de 4% e, nos EUA, o Dow Jones (+3,85%), o S&P 500 (+3,15%) e o Nasdaq (+2,44%) também tiveram ganhos intensos, ajudando a dar força ao Ibovespa.
Fatores de risco
Mas, apesar do tom positivo visto nesta segunda, ainda há diversos pontos de turbulência no exterior. A própria entrevista de Powell trouxe informações preocupantes: o presidente do Fed admitiu que a recuperação dos EUA pode se arrastar até 2021 e que a que a economia poderia "facilmente" ter uma contração de 20% a 30%.
Além disso, o pacote de auxílio emergencial de US$ 3 trilhões nos EUA ainda não é certo: a pauta recebeu sinal verde da Câmara, de maioria democrata, mas ainda precisa ser aprovada pelo Senado, de maioria republicana — o que coloca uma boa dose de incerteza quanto à tramitação do tema.
E, em termos internacionais, ainda há a escalada nas tensões entre EUA e China, que sinalizam o reaquecimento da guerra comercial — as potências dão a entender que podem dar início a uma nova onda de sobretaxações, em meio às acusações quanto à responsabilidade pela pandemia de coronavírus.
Nada disso, contudo, foi capaz de diminuir o otimismo dos investidores, que assumiram uma postura menos defensiva nesta segunda-feira.
Brasília em foco
No lado doméstico, os investidores continuaram acompanhando de perto os desdobramentos do noticiário político e a deterioração nas relações entre governo e Congresso, temendo que, nesse ambiente belicoso, os esforços para o ajuste fiscal e a continuidade das reformas econômicas seja deixado de lado.
Ainda assim, considerando o otimismo generalizado visto no exterior, as preocupações locais acabaram ficando em segundo plano nesta segunda-feira — e mesmo o mercado de juros futuros também conseguiu passar por um alívio.
Em meio ao recuo mais firme do dólar à vista e às projeções cada vez mais fracas para a economia brasileira em 2020 — o boletim Focus agora trabalha com um cenário de retração de 5,12% do PIB do país neste ano —, os DIs fecharam em baixa, refletindo as apostas em novos cortes na Selic para dar sustentação à atividade doméstica:
- Janeiro/2021: de 2,56% para 2,53%;
- Janeiro/2022: de 3,51% para 3,42%;
- Janeiro/2023: de 4,72% para 4,58%.
Alívio para as aéreas
No Ibovespa, as ações das companhias aéreas e de empresas ligadas ao setor de viagens dominaram a ponta positiva, em meio à leitura de que uma eventual vacina contra o coronavírus poderia reaquecer a indústria do turismo global.
Azul PN (AZUL4) fechou em forte alta de 29,87%, a R$ 14,39 — CVC ON (CVCB3) e Gol PN (GOLL4) também despontaram entre as maiores altas do índice. A queda do dólar também ajuda as aéreas, que têm uma fatia relevante da dívida em dólar.
Veja abaixo os cinco papéis de melhor desempenho do Ibovespa nesta segunda-feira:
CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
AZUL4 | Azul PN | 14,39 | +29,87% |
CVCB3 | CVC ON | 12,58 | +19,24% |
BRKM5 | Braskem PNA | 26,95 | +14,97% |
GOLL4 | Gol PN | 12,43 | +14,46% |
MRVE3 | MRV ON | 15,48 | +13,82% |
No lado oposto, as ações de companhias exportadoras apresentaram as maiores baixas do índice — você pode ler mais sobre o desempenho desses papéis nesta matéria. Confira as cinco maiores quedas do índice:
CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
BEEF3 | Minerva ON | 12,96 | -9,94% |
SUZB3 | Suzano ON | 41,18 | -8,55% |
KLBN11 | Klabin units | 20,00 | -7,96% |
MRFG3 | Marfrig ON | 13,11 | -6,62% |
JBSS3 | JBS ON | 21,79 | -6,60% |
Santander (SANB11) divulga lucro de R$ 3,9 bi no primeiro trimestre; o que o CEO e o mercado têm a dizer sobre esse resultado?
Lucro líquido veio em linha com o esperado por Citi e Goldman Sachs e um pouco acima da expectativa do JP Morgan; ações abriram em queda, mas depois viraram
Mexendo o esqueleto: B3 inclui Smart Fit (SMFT3) e Direcional (DIRR3) na última prévia do Ibovespa para o próximo quadrimestre; veja quem sai para dar lugar a elas
Se nada mudar radicalmente nos próximos dias, as duas ações estrearão no Ibovespa em 5 de maio
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Azul (AZUL4) volta a tombar na bolsa; afinal, o que está acontecendo com a companhia aérea?
Empresa enfrenta situação crítica desde a pandemia, e resultado do follow-on, anunciado na semana passada, veio bem abaixo do esperado pelo mercado
Para Gabriel Galípolo, inflação, defasagens e incerteza garantem alta da Selic na próxima semana
Durante a coletiva sobre o Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do segundo semestre de 2024, o presidente do Banco Central reafirmou o ciclo de aperto monetário e explicou o raciocínio por trás da estratégia
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Trump quer brincar de heterodoxia com Powell — e o Fed que se cuide
Criticar o Fed não vai trazer parceiros à mesa de negociação nem restaurar a credibilidade que Trump, peça por peça, vem corroendo. Se há um plano em andamento, até agora, a execução tem sido tudo, menos coordenada.
Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente
Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.
Azul (AZUL4) chega a cair mais de 10% (de novo) e lidera perdas do Ibovespa nesta segunda-feira (28)
O movimento de baixa ganhou força após a divulgação, na última semana, de uma oferta pública primária
Copom busca entender em que nível e por quanto tempo os juros vão continuar restritivos, diz Galípolo, a uma semana do próximo ajuste
Em evento, o presidente do BC afirmou que a política monetária precisa de mais tempo para fazer efeito e que o cenário internacional é a maior preocupação do momento
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Ibovespa: Dois gatilhos podem impulsionar alta da bolsa brasileira no segundo semestre; veja quais são
Se nos primeiros quatro meses do ano o Ibovespa tem atravessado a turbulência dos mercados globais em alta, o segundo semestre pode ser ainda melhor, na visão estrategista-chefe da Empiricus
Se errei, não erro mais: Google volta com o conversor de real para outras moedas e adiciona recursos de segurança para ter mais precisão nas cotações
A ferramenta do Google ficou quatro meses fora do ar, depois de episódios nos quais o conversor mostrou a cotação do real bastante superior à realidade
OPA do Carrefour (CRFB3): de ‘virada’, acionistas aprovam saída da empresa da bolsa brasileira
Parecia que ia dar ruim para o Carrefour (CRFB3), mas o jogo virou. Os acionistas presentes na assembleia desta sexta-feira (25) aprovaram a conversão da empresa brasileira em subsidiária integral da matriz francesa, com a consequente saída da B3
Vale (VALE3) sem dividendos extraordinários e de olho na China: o que pode acontecer com a mineradora agora; ações caem 2%
Executivos da companhia, incluindo o CEO Gustavo Pimenta, explicam o resultado financeiro do primeiro trimestre e alertam sobre os riscos da guerra comercial entre China e EUA nos negócios da empresa
JBS (JBSS3) avança rumo à dupla listagem, na B3 e em NY; isso é bom para as ações? Saiba o que significa para a empresa e os acionistas
Próximo passo é votação da dupla listagem em assembleia marcada para 23 de maio; segundo especialistas, dividendos podem ser afetados
Vai dar zebra no Copom? Por que a aposta de uma alta menor da Selic entrou no radar do mercado
Uma virada no placar da Selic começou a se desenhar a pouco mais de duas semanas da próxima reunião do Copom, que acontece nos dias 6 e 7 de maio
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Dona do Google vai pagar mais dividendos e recomprar US$ 70 bilhões em ações após superar projeção de receita e lucro no trimestre
A reação dos investidores aos números da Alphabet foi imediata: as ações chegaram a subir mais de 4% no after market em Nova York nesta quinta-feira (24)
Subir é o melhor remédio: ação da Hypera (HYPE3) dispara 12% e lidera o Ibovespa mesmo após prejuízo
Entenda a razão para o desempenho negativo da companhia entre janeiro e março não ter assustado os investidores e saiba se é o momento de colocar os papéis na carteira ou se desfazer deles