🔴 OURO DISPARA 55% EM 2025: AINDA DÁ PARA INVESTIR? – SAIBA COMO SE EXPOR AO METAL

Victor Aguiar

Victor Aguiar

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.

Leve alívio

Ibovespa sobe com ações mais enérgicas dos governos, mas não consegue ultrapassar os 75 mil pontos

O Ibovespa e as bolsas globais fecharam em alta, de olho nas iniciativas globais para barrar o avanço do coronavírus e conter os impactos à economia. A situação, contudo, segue preocupante

Victor Aguiar
Victor Aguiar
17 de março de 2020
18:01 - atualizado às 18:11
Selo Mercados FECHAMENTO Ibovespa dólar
Imagem: Montagem Andrei Morais / Shutterstock

Quando li o livro "1929: Quebra da bolsa de Nova York", escrito pelo mestre Ivan Sant'Anna, uma análise do comportamento de Wall Street nos meses anteriores ao crash me chamou a atenção. Os mercados americanos entraram numa tendência de 'lower highs, higher lows' — algo como 'máximas menores, mínimas maiores'.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Ou seja: mesmo quando as bolsas começaram a cair, essa baixa não ocorria em linha reta, com quedas firmes sendo sucedidas por sessões mais tranquilas e otimistas.

No entanto, para cada dia ligeiramente positivo, havia uma sessão com baixas expressivas, de modo que os pregões de recuperação nunca apagavam as perdas do passado — e o saldo final ia ficando cada vez pior.

Veja bem: eu não estou tentando comparar o momento atual com a crise de 1929. A dinâmica do surto de coronavírus, a estrutura de organização da economia global, a maturidade dos mercados financeiros — tudo é absolutamente diferente do cenário visto no crash.

Mas é impossível não notar que o Ibovespa está repetindo esse comportamento de 'lower highs, higher lows'. Há sessões de alta — como a desta terça-feira (17), em que o índice subiu 4,85%, aos 74.617,24 pontos —, mas elas nem de longe conseguem interromper o viés de baixa.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Para entender melhor o conceito, eu fiz um gráfico mostrando o comportamento do Ibovespa desde o início de março. Veja que as altas nunca o recolocam no patamar anterior, apenas ficando pelo caminho; as baixas, contudo, vão empurrando o índice cada vez mais para baixo:

Leia Também

Os mercados globais também têm mostrado comportamento semelhante. A sessão de hoje foi marcada por uma recuperação dos índices da Europa e dos Estados Unidos — o Dow Jones subiu 5,20%, o S&P 500 avançou 5,99% e o Nasdaq teve alta de 6,23%. São ganhos que, em condições normais, encheriam os olhos.

No entanto, as condições estão muito longe da normalidade: vale lembrar que, apenas ontem, o Dow Jones caiu 12,93%, o S&P 500 teve perda de 11,98% e o Nasdaq fechou em baixa de 12,32%.

Novamente: não estou prenunciando qualquer tipo de colapso ainda mais acentuado dos mercados no futuro. Apenas estou alertando que a alta vista hoje não necessariamente sinaliza o início de uma retomada — especialmente em circunstâncias tão incertas quanto as atuais.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

E o próprio mestre Ivan Sant'Anna — que infelizmente está confinado após retornar de uma viagem do exterior — também alerta para algo semelhante. Leia aqui a análise dele.

Ações enérgicas

Os investidores recebem bem as últimas iniciativas dos governos mundiais para tentar conter o avanço do coronavírus. Nos Estados Unidos, por exemplo, o governo Trump tem anunciado desde ontem pacotes de estímulo econômico e iniciativas para fortalecer o sistema de saúde do país.

Obviamente, a percepção de que a economia global será afetada fortemente não se dissipou com essas medidas, mas a postura diferente dos EUA — até agora, o alto escalão da Casa Branca mostrava certo desdém com o coronavírus — foi bem recebida pelo mercado.

Nesta terça-feira, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deu mais um passo em direção ao auxílio da economia, anunciando um programa de US$ 10 bilhões para reforçar a disponibilidade de crédito para famílias e empresas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
  • Eu gravei um vídeo para comentar esse movimento de recuperação visto nas bolsas globais. Veja abaixo:

No Brasil, também tivemos o lançamento de medidas de estímulo econômico. Ontem, o ministro Paulo Guedes anunciou um pacote de até R$ 147,3 bilhões para conter os impactos da doença, dos quais R$ 83,4 bilhões serão destinados à população mais vulnerável aos efeitos da crise.

Vale ressaltar que, dadas as fortes quedas vistas nas bolsas globais desde a semana passada, os níveis de preços de muitas ações caíram muito, o que naturalmente atrai investidores. E, considerando o noticiário mais animador, há quem opte por aumentar ligeiramente a posição em bolsa, apostando numa recuperação mais adiante.

No entanto, o bom desempenho visto nas bolsas globais nesta terça-feira não neutraliza as perdas relevantes contabilizadas ontem e na semana passada. Apenas no pregão de segunda-feira (16), o Ibovespa despencou quase 14%.

Mesmo com esse viés mais otimista visto hoje, a pandemia de coronavírus continua em primeiro plano para os mercados globais e ainda gera enorme preocupação. No mundo todo, já são mais de 7,8 mil mortos e cerca de 195 mil contaminados.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Além disso, tivemos hoje a confirmação da primeira morte por causa da doença no Brasil. Assim que a informação foi veiculada, a bolsa passou por um momento de instabilidade e chegou, inclusive, a aparecer no campo negativo. No entanto, levando em consideração o tom mais ameno visto lá fora, o Ibovespa conseguiu se recuperar.

Alívio no dólar, mas nem tanto

Após disparar quase 5% na sessão passada, o dólar à vista conseguiu algum alívio nesta terça-feira (17). A moeda americana até chegou a aparecer abaixo do nível dos R$ 5,00 no momento de maior calmaria, mas não conseguiu se sustentar nesses patamares.

Ao longo da sessão, a moeda americana oscilou entre os R$ 4,9610 (-1,81%) e os R$ 5,0857 (+0,66%) — um novo recorde nominal, em termos intradiários. Ao fim do dia, a divisa era negociada a R$ 5,0087, em baixa de 0,86%.

Analistas e operadores de câmbio destacam que houve uma certa correção no mercado de dólar, considerando a forte valorização da moeda americana na sessão passada e nos últimos dias. E esses ajustes foram desencadeados pela postura mais enérgica dos governos no combate ao surto de coronavírus.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Vale lembrar, ainda, que o BC promoveu um leilão de linha de até US$ 2 bilhões mais cedo, de modo a trazer algum alívio à moeda americana — iniciativa que foi eficaz para conter uma nova escalada da divisa americana.

Indecisão

Por aqui, os investidores continuaram apreensivos quanto ao futuro da Selic, em meio à postura agressiva do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Desde o início do mês, a autoridade dos EUA cortou os juros do país de maneira extraordinária em duas ocasiões, derrubando as taxas ao nível entre 0% e 0,25% ao ano.

Dada a influência do BC americano e de movimentos recentes por parte de outras autoridades monetárias do mundo, há a expectativa quanto a um corte semelhante por parte do Copom — a reunião que decidirá o futuro da Selic ocorrerá amanhã (18).

Muitos, inclusive, apostavam que o Copom também mexeria na Selic de forma extraordinária, o que não se concretizou. O argumento global para esse novo ciclo de alívio nos juros é o fornecimento de estímulo à economia, num esforço para reduzir os impactos do surto da doença.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

No entanto, há quem acredite que mais cortes de juros não surtirão o efeito desejado, uma vez que a crise do coronavírus cria um gargalo na oferta, e não na demanda. Além disso, há a questão da cotação do dólar: mais reduções na Selic fatalmente trarão ainda mais pressão ao câmbio.

No front das curvas de juros, os vencimentos mais curtos continuaram em baixa, evidenciando que o mercado está convencido de que o BC irá sim cortar a Selic. Veja abaixo como ficaram os principais DIs:

  • Janeiro/2021: de 3,84% para 3,60%;
  • Janeiro/2022: de 4,92% para 4,45%;
  • Janeiro/2023: de 5,93% para 5,38%;
  • Janeiro/2025: de 7,08% para 6,59%.

Top 5

Saiba quais foram as cinco maiores altas do Ibovespa hoje:

CÓDIGONOME PREÇO (R$)VARIAÇÃO
RAIL3Rumo ON16,60+14,01%
CRFB3Carrefour Brasil ON19,80+12,50%
COGN3Cogna ON5,91+11,72%
NTCO3Natura ON27,84+11,36%
BBSE3BB Seguridade ON26,67+10,76%

Confira também as maiores baixas do índice no momento:

CÓDIGONOME PREÇO (R$)VARIAÇÃO
SMLS3Smiles ON16,56-7,74%
VVAR3Via Varejo ON7,04-6,88%
CVCB3CVC ON9,95-4,33%
SULA11SulAmérica units30,58-3,69%
GOLL4Gol PN7,78-3,24%

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
BAITA DOR DE CABEÇA

O erro de R$ 1,1 bilhão do Grupo Mateus (GMAT3) que custou o dobro para a varejista na bolsa de valores

21 de novembro de 2025 - 14:10

A correção de mais de R$ 1,1 bilhão nos estoques expôs fragilidades antigas nos controles do Grupo Mateus, derrubou o valor de mercado da companhia e reacendeu dúvidas sobre a qualidade das informações contábeis da varejista

OPAS E INTERNACIONALIZAÇÃO

Debandada da B3: quando a onda de saída de empresas da bolsa de valores brasileira vai acabar?

21 de novembro de 2025 - 6:18

Com OPAs e programas de recompras de ações, o número de empresas e papéis disponíveis na B3 diminuiu muito no último ano. Veja o que leva as empresas a saírem da bolsa, quando esse movimento deve acabar e quais os riscos para o investidor

VIRADA NOS MERCADOS

Medo se espalha por Wall Street depois do relatório de emprego dos EUA e nem a “toda-poderosa” Nvidia conseguiu impedir

20 de novembro de 2025 - 15:59

A criação de postos de trabalho nos EUA veio bem acima do esperado pelo mercado, o que reduz chances de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) em dezembro; bolsas saem de alta generalizada para queda em uníssono

DADO DE EMPREGO

Depois do hiato causado pelo shutdown, Payroll de setembro vem acima das expectativas e reduz chances de corte de juros em dezembro

20 de novembro de 2025 - 12:15

Os Estados Unidos (EUA) criaram 119 mil vagas de emprego em setembro, segundo o relatório de payroll divulgado nesta quinta-feira (20) pelo Departamento do Trabalho

MERCADOS LÁ FORA

Sem medo de bolha? Nvidia (NVDC34) avança 5% e puxa Wall Street junto após resultados fortes — mas ainda há o que temer

20 de novembro de 2025 - 11:06

Em pleno feriado da Consciência Negra, as bolsas lá fora vão de vento em poupa após a divulgação dos resultados da Nvidia no terceiro trimestre de 2025

WHAT A WEEK, HUH?

Com R$ 480 milhões em CDBs do Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai 24% na semana, apesar do aumento de capital bilionário

20 de novembro de 2025 - 9:32

A companhia vive dias agitados na bolsa de valores, com reação ao balanço do terceiro trimestre, liquidação do Banco Master e aprovação da homologação do aumento de capital

NÃO ENGATOU

Braskem (BRKM5) salta quase 10%, mas fecha com ganho de apenas 0,6%: o que explica o vai e vem das ações hoje?

19 de novembro de 2025 - 18:49

Mercado reagiu a duas notícias importantes ao longo do dia, mas perdeu força no final do pregão

COMPRA OU VENDE?

SPX reduz fatia na Hapvida (HAPV3) em meio a tombo de quase 50% das ações no ano

19 de novembro de 2025 - 17:40

Gestora informa venda parcial da posição nas ações e mantém derivativos e operações de aluguel

VAI CAIR NA CONTA?

Dividendos: Banco do Brasil (BBAS3) antecipa pagamento de R$ 261,6 milhões em JCP; descubra quem entra no bolo

19 de novembro de 2025 - 11:33

Apesar de o BB ter terminado o terceiro trimestre com queda de 60% no lucro líquido ajustado, o banco não está deixando os acionistas passarem fome de proventos

EFEITOS DO IMBRÓGLIO

Liquidação do Banco Master respinga no BGR B32 (BGRB11); entenda os impactos da crise no FII dono do “prédio da baleia” na Av. Faria Lima

19 de novembro de 2025 - 10:20

O Banco Master, inquilino do único ativo presente no portfólio do FII, foi liquidado pelo Banco Central por conta de uma grave crise de liquidez

OPORTUNIDADES OU ARMADILHA?

Janela de emissões de cotas pelos FIIs foi reaberta? O que representa o atual boom de ofertas e como escapar das ciladas

19 de novembro de 2025 - 6:02

Especialistas da EQI Research, Suno Research e Nord Investimentos explicam como os cotistas podem fugir das armadilhas e aproveitar as oportunidades em meio ao boom das emissões de cotas dos fundos imobiliários

ALTA COM DESCONFORTO

Mesmo com Ibovespa em níveis recordes, gestores ficam mais cautelosos, mostra BTG Pactual

18 de novembro de 2025 - 15:22

Pesquisa com gestores aponta queda no otimismo, desconforto com valuations e realização de lucros após sequência histórica de altas do mercado brasileiro

DEPOIS DA LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL

Com quase R$ 480 milhões em CDBs do Banco Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai mais de 10% na bolsa

18 de novembro de 2025 - 11:41

As ações da companhia recuaram na bolsa depois de o BC determinar a liquidação extrajudicial do Master e a PF prender Daniel Vorcaro

ONDA DE REVISÕES CONTINUA

Hapvida (HAPV3) lidera altas do Ibovespa após tombo da semana passada, mesmo após Safra rebaixar recomendação

17 de novembro de 2025 - 15:53

Papéis mostram recuperação após desabarem mais de 40% com balanço desastroso no terceiro trimestre, mas onda de revisões de recomendações por analistas continua

REAÇÃO AOS BALANÇOS

Maiores quedas do Ibovespa: Rumo (RAIL3), Raízen (RAIZ4) e Cosan (CSAN3) sofrem na bolsa. O que acontece às empresas de Rubens Ometto?

17 de novembro de 2025 - 15:15

Trio do grupo Cosan despenca no Ibovespa após balanços fracos e maior pressão sobre a estrutura financeira da Raízen

FUNDOS IMOBILIÁRIOS

Os FIIs mais lucrativos do ano: shoppings e agro lideram altas que chegam a 144%

15 de novembro de 2025 - 16:23

Levantamento mostra que fundos de shoppings e do agronegócio dominaram as maiores valorizações, superando com sobra o desempenho do IFIX

ESTRATÉGIA DOS GESTORES

Gestora aposta em ações ‘esquecidas’ do Ibovespa — e faz o mesmo com empresas da Argentina

15 de novembro de 2025 - 15:30

Logos Capital acumula retorno de quase 100% no ano e está confiante com sua carteira de ações

FECHAMENTO DOS MERCADOS

Ibovespa retoma ganhos com Petrobras (PETR4) e sobe 2% na semana; dólar cai a R$ 5,2973

14 de novembro de 2025 - 18:44

Na semana, MBRF (MBRF3) liderou os ganhos do Ibovespa com alta de mais de 32%, enquanto Hapvida (HAPV3) foi a ação com pior desempenho da carteira teórica do índice, com tombo de 40%

O DIA DEPOIS DO BALANÇO

Depois do balanço devastador da Hapvida (HAPV3) no 3T25, Bradesco BBI entra ‘na onda de revisões’ e corta preço-alvo em quase 50%

14 de novembro de 2025 - 17:37

Após reduzir o preço-alvo das ações da Hapvida (HAPV3) em quase 50%, o Bradesco BBI mantém recomendação de compra, mas com viés cauteloso, diante de resultados abaixo das expectativas e pressões operacionais para o quarto trimestre

QUEM É VIVO SEMPRE APARECE. OU MELHOR: QUEM É OI

Depois de escapar da falência, Oi (OIBR3) volta a ser negociada na bolsa e chega a subir mais de 20%

14 de novembro de 2025 - 16:52

Depois de a Justiça reverter a decisão que faliu a Oi atendendo um pedido do Itaú, as ações voltaram a ser negociadas na bolsa depois de 3 pregões de fora da B3

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar