Cavalo de pau: o que os analistas dizem sobre o casamento da BRF e Marfrig
Juntas, BRF e Marfrig formam uma empresa com receita da ordem de R$ 75 bilhões, com atuação global em carne bovina, suína e de frango. Mas os analistas ainda têm dúvidas sobre as sinergias (economias) que a união pode trazer

Uma buscava uma vida mais simples depois de uma fase agressiva, quando se envolveu em polêmicas e teve problemas até com a polícia. A outra já foi ambiciosa e chamada de campeã nacional, mas depois de passar por maus bocados decidiu se concentrar no que faz de melhor. Só que tudo mudou quando as duas informaram que pretendem se casar, em um anúncio que chocou a sociedade.
Podia ser a sinopse de uma novela ou de uma série da Netflix, mas estou falando dos planos de fusão das empresas de alimentos BRF e Marfrig. O anúncio na noite de ontem representa uma virada radical na estratégia das empresas e pegou o mercado de surpresa.
Na superfície, o negócio faz todo sentido. Afinal, ambas têm negócios altamente complementares. Se a fusão for adiante, a nova empresa formada por BRF e Marfrig será uma grande fornecedora de carne bovina, suína e de frango, com fábricas no Brasil e Estados Unidos e atuação global.
Mas os analistas ainda têm dúvidas sobre as sinergias (economias) que a união pode trazer. Também não se sabe quem vai ficar no comando da nova empresa.
A fusão pode trazer um alívio para a BRF, que anunciou um amplo plano de venda de ativos para reduzir o endividamento, mas não conseguiu cumprir a meta. A Marfrig também passou por um regime e vendeu no ano passado a Keystone por US$ 2,4 bilhões. Mas havia divulgado projeções agressivas para o resultado deste ano.
Nas contas do Itaú BBA, a empresa combinada teria uma receita da ordem de R$ 75 bilhões e uma alavancagem líquida ao redor de quatro vezes, com base no balanço do primeiro trimestre e assumindo a consolidação total da National Beef pela Marfrig.
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Pelos termos iniciais do negócio, os acionistas da BRF ficarão com 84,98% da nova companhia, enquanto os detentores de papéis da Marfrig ficarão com os 15,02% restantes. Ou seja, em linha com o valor de mercado das companhias no fechamento de ontem na bolsa.
No pregão de hoje, as ações da Marfrig (MRFG3) se saíram melhor. No fechamento do dia, os papéis apresentaram alta de 0,88%, enquanto os da BRF (BRFS3) recuaram 4,62%. Confira também a nossa cobertura completa de mercados. A seguir, a visão dos analistas que cobrem as empresas sobre o anúncio de ontem:
BTG Pactual: "Um cavalo de pau"
Recomendação para BRF: neutra (em revisão)
Recomendação para Marfrig: compra (em revisão)
"Um aspecto curioso do acordo, e que explica por que nos pegou completamente de surpresa, foi que ele aponta para uma direção muito diferente em relação ao que ambas as empresas haviam dito ao mercado."
"Na BRF, aumenta a complexidade do negócio de carne bovina, que a empresa até recentemente buscava vender (incluindo a participação na Minerva), ao mesmo tempo em que caminha na direção oposta à meta anterior de simplificação e foco no essencial para construir uma cultura unificada 'BRF'."
"Para a Marfrig, representa mais uma súbita mudança para uma empresa cujo principal objetivo desde a venda da Keystone era se concentrar na construção de uma plataforma global de carne bovina."
XP Investimentos: "Neutro a positivo para ambas"
Recomendação para BRF: neutra
Recomendação para Marfrig: compra
"Nós vemos a relação como justa, e a transação como neutra a positiva para ambas, mas existem riscos de execução e mais detalhes são necessários."
"As sinergias são difíceis de mensurar neste momento, no entanto, vemos potencial de otimização de gastos administrativos, despesas de vendas e oportunidades comerciais."
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