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Victor Aguiar
Victor Aguiar
Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.
Alta voltagem

Previdência e Trump dão um choque de realidade nos mercados e Ibovespa fecha em queda

Novos atrasos na tramitação da reforma da Previdência, somados ao tom mais agressivo assumido por Trump na ONU, eletrocutaram o Ibovespa e derrubaram o principal índice da bolsa brasileira de volta aos 103 mil pontos

Victor Aguiar
Victor Aguiar
24 de setembro de 2019
10:35 - atualizado às 14:33
Perigo alta voltagem
Após cinco sessões na faixa dos 104 mil pontos, o Ibovespa tomou um choque e fechou em quedaImagem: Ben Hershey/Unsplash

O Ibovespa estava numa boa fase. O principal índice da bolsa brasileira, afinal, conseguiu terminar os últimos cinco pregões no nível dos 104 mil pontos, resistindo às instabilidades geradas pela guerra comercial e pelas decisões de política monetária no mundo.

Mas, com a confiança lá no alto, o mercado acionário brasileiro parece ter ignorado alguns fatores de risco que estavam no radar. E, nesta terça-feira (24), dois fatores de instabilidade — um doméstico e outro externo — se uniram para dar um choque no Ibovespa.

O índice até começou a sessão de hoje no campo positivo, chegando a subir 0,24% mais cedo, aos 104.892,90 pontos. Mas, com notícias desfavoráveis no front da reforma da Previdência e sinalizações pouco amigáveis por parte do presidente americano, Donald Trump, os agentes financeiros foram eletrocutados.

Como resultado, o Ibovespa fechou o pregão em queda de 0,73%, aos 103.875,66 pontos — é a primeira vez desde o dia 16 que o índice encerra uma sessão abaixo dos 104 mil pontos. No mês, contudo, a bolsa brasileira ainda acumula ganhos de 2,71%.

O mercado de câmbio também sentiu os efeitos dessa onda de cautela, embora em menor intensidade: o dólar à vista terminou o dia praticamente estável, em ligeira queda de 0,05%, a R$ 4,1692. No entanto, a moeda americana ficou longe das mínimas — mais cedo, bateu os R$ 4,1535 (-0,43%).

Para quantificar melhor a intensidade desse choque, é melhor explicar separadamente os dois fatores que estiveram por trás da corrente elétrica que atravessou os mercados nesta terça-feira. Comecemos, então, pelo lado doméstico, já que o noticiário de Brasília foi responsável pela primeira descarga de energia que atingiu as negociações.

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Dedo na tomada

Ainda durante a manhã, os líderes do Senado decidiram cancelar a sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que seria realizada nesta terça-feira — na pauta, estava a provação da nova versão do relatório, de modo a liberá-la para votação no plenário da Casa.

Agora, uma nova sessão da CCJ do Senado está prevista para a próxima terça-feira (1), com o texto sendo deliberado pelo plenário na quarta (2). "Como a reforma ainda é um assunto importante, qualquer atraso gera um estresse nos mercados", diz um operador. Vale lembrar que, originalmente, a votação da reforma pelo plenário aconteceria hoje.

Esse novo atraso fez o Ibovespa perder força e virar ao campo negativo por volta de 11h, destoando das bolsas americanas, que nesse horário ainda conseguiam sustentar um leve desempenho positivo.

Um segundo operador ainda pondera que os mercados não foram reagiram ao discurso do presidente Jair Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU. "Toda essa virada foi por causa da Previdência e das dificuldades que estão sendo vistas no Senado. Esses atrasos e movimentos não são bons".

Soltando faísca

Lá fora, o desencadeador da cautela foi o discurso de Donald Trump na ONU. Entre outros pontos, o presidente americano reforçou sua postura protecionista, afirmando que não aceitará um acordo comercial com a China que não seja vantajoso para os EUA.

"A China não só se recusou a adotar as reformas prometidas, como também adotou um modelo econômico que depende de enormes barreiras de mercado, pesados subsídios estatais, manipulação cambial, transferências forçadas de tecnologia e roubo de propriedade intelectual", disse Trump nesta manhã.

Embora o tom mais agressivo adotado por Trump tenha trazido cautela aos mercados acionários de maneira generalizada, um aspecto da fala do presidente americano acabou mexendo diretamente com o desempenho do setor de tecnologia.

E isso porque, durante seu pronunciamento, o republicano atacou diretamente as plataformas de redes sociais, afirmando que um pequeno número de companhias desse setor estaria adquirindo imenso poder. Assim, papéis de empresas como Facebook, Twitter e Alphabet passaram a cair forte em Nova York.

Assim, o Dow Jones (-0,53%), o S&P 500 (-0,84%) e o Nasdaq (-1,46%) também terminaram o dia no campo negativo, o que contribuiu para enfraquecer ainda mais o Ibovespa. E olha que toda essa reação negativa ocorreu antes da confirmação da abertura, pela Câmara dos Representantes, de um pedido de impeachment contra o presidente americano...

Curto circuito

As declarações de Trump cortaram o otimismo visto lá fora durante a manhã. Mais cedo, os agentes financeiros reagiam positivamente às sinalizações emitidas pelo secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, confirmando que a próxima rodada de negociações comerciais com a China ocorrerá em duas semanas.

As indicações de que Washington e Pequim tentavam criar bases mais amistosas para o encontro de outubro faziam com que os mercados mostrassem-se mais dispostos a assumir riscos. Em meio aos temores de uma desaceleração econômica mais intensa no mundo, qualquer avanço nas negociações é bem recebido pelos investidores.

No entanto, o tom mais agressivo assumido por Trump em relação à China acabou neutralizando essa percepção mais positiva em relação aos desdobramentos da guerra comercial. Agora, o mercado volta a mostrar dúvida quanto aos eventuais avanços que poderão ser atingidos nessa nova rodada formal de negociações entre as potências.

Juros elétricos

No front doméstico, os agentes financeiros também repercutiram a ata da última reunião do Copom, que decidiu pelo corte de 0,5 ponto na taxa Selic, levando-a a um novo piso histórico de 5,5% ao ano. No documento, o Banco Central reforçou a mensagem de que novas reduções na taxa básica de juros devem ocorrer nos próximos encontros.

Além disso, os mercados ainda reagiram à alta de 0,09% na inflação medida pelo IPCA-15 em setembro — no ano, o indicador acumula ganho de 2,60% e, em 12 meses, de 3,22%. Com a inflação sob controle, ganha força a leitura de que, de fato, há espaço adicional para cortes na Selic.

Mas, mesmo com essas duas sinalizações apontando um corte mais profundo da Selic no futuro, as curvas de juros fecharam em alta, tanto na ponta curta quanto na longa. Os DIs também foram influenciados pela onda de cautela gerada pelo atraso na tramitação da Previdência no Senado e pela piora do humor no exterior.

Assim, as curvas com vencimento em janeiro de 2021 subiram de 5,00% para 5,03%, e as para janeiro de 2023 avançaram de 6,13% para 6,15%. No vértice mais extenso, os DIS para janeiro de 2025 foram de 6,74% para 6,79%.

Choques no Ibovespa

No lado positivo do índice, destaque para o setor de frigoríficos, com JBS ON (JBSS3) fechando em alta de 7,10%, BRF ON (BRFS3) avançando 4,36% e Marfrig ON (MRFG3) subindo 2,72%. Os papéis reagiram positivamente ao aumento de 76% nas importações de carne de porco pela China, em meio ao surto de febre suína que atinge a produção do país asiático.

Na ponta oposta, as mineradoras e siderúrgicas despontaram como destaques negativos do Ibovespa: Vale ON (VALE3) caiu 2,43%, Usiminas PNA (USIM5) recuou 2,83% e CSN ON (CSNA3) teve baixa de 4,03%, após o minério de ferro fechar em queda de 3,50% no porto chinês de Qingdao.

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