Contrariando os demais papéis que se destacaram no pregão desta sexta-feira (11), as ações do IRB (IRBR3) não repercutem nenhuma melhora operacional ou notícia animadora, mas ainda assim chegaram a disparar quase 9% na máxima do dia.
Em entrevista ao Infomoney, Luiz Barsi, um dos maiores investidores individuais da bolsa brasileira, afirmou que adquiriu mais 1,5 milhões de ações da companhia no dia 4 de fevereiro, quando a cotação dos papéis era de R$2,82. Nos últimos 12 meses, a resseguradora acumula uma queda de quase 50%.
Segundo Barsi, a aquisição dos papéis está alinhada com uma perspectiva de médio e longo prazo. As ações da resseguradora fecharam a sessão com alta de 0,95%, a R$ 3,18.
Felipe Vella, analista de research da Ativa Investimentos, deixa claro que não é a movimentação de Barsi em si que mexe com os papéis e sim o efeito manada gerado nos investidores de varejo que "estão comprando as ações única e exclusivamente porque o maior investidor do Brasil está comprando, isso gera um fluxo artificial".
Hoje considerada uma empresa-problema, o IRB já foi uma das queridinhas da bolsa, passando por momentos de alta volatilidade. Os primeiros sinais de problema começaram a aparecer em 2020, quando a gestora de fundos Squadra apontou inconsistências nos balanços apresentados pela companhia.
As fraudes fiscais e polêmicas envolvendo o mega-investidor Warren Buffett levaram a companhia a um processo de reestruturação que parece estar levando mais tempo do que o inicialmente planejado.
Em conversa com analistas no início do mês, o diretor financeiro do IRB, Willy Jordan, apontou que o processo estava levando mais tempo do que o inicialmente planejado, já que se descobriu que a empresa não era lucrativa.
Para reverter o quadro, a companhia pode se ver obrigada a realizar um novo aumento de capital e uma nova realocação de ativos estratégicos