Estados Unidos e Rússia seguem testando limites diplomáticos, mas Ibovespa ignora tensão e sobe 1%; dólar vai a R$ 5,05
Enquanto as bolsas internacionais amargaram perdas na casa de 1%, o Ibovespa seguiu atraindo o fluxo estrangeiro
Simples, porém engenhoso, o jogo “jenga” é um clássico de festas de família ou encontros de amigos em todo o mundo. Misturando equilíbrio, força e estratégia, o objetivo é não ser a pessoa responsável por deixar o bloco de torres despedaçar. A afobação costuma ser o inimigo número um de um bom jogador e pode ser fatal.
Desde que o jogo foi criado, há mais de 50 anos, o mundo talvez esteja presenciando a partida mais importante disputada no século XXI. Os competidores? Estados Unidos e Rússia. A plateia? Na primeira fila, a União Europeia e, depois, o resto do mundo.
A China observa tudo de longe e só se manifesta pedindo para que os colegas tenham moderação e não transformem isso em uma brincadeira de mão – um temor compartilhado com o restante da plateia.
Em nome da soberania ucraniana e de olho no complexo fluxo de mercadorias e benefícios econômicos que a região pode trazer, as duas potências buscam provocar instabilidade ao opositor.
Sob o olhar atento de todos, Estados Unidos e Rússia continuam o seu jogo de poder, sempre testando os limites, mas sem chegar de fato a causar uma instabilidade grande o suficiente para um desmoronamento. Até agora.
O movimento de ontem foi da Rússia, com o presidente Vladimir Putin utilizando conflitos regionais como forma de fortalecer a sua disputa. O russo reconheceu as regiões separatistas da Ucrânia – Donetsk e Luhansk –, contrariando os tratados internacionais e flertando com o envio de tropas para território oficialmente ucraniano.
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Os Estados Unidos, apoiados pela União Europeia, responderam com sanções econômicas que visam a minar o financiamento militar da Rússia e dos estados separatistas. A ameaça é de que, caso uma invasão de fato ocorra, as consequências podem ser ainda piores.
Por enquanto, a partida parece empatada, e o índice futuro da bolsa de Moscou reagiu com um salto de 7% ao discurso de Joe Biden. Wall Street chegou a ensaiar uma recuperação, mas o temor de um conflito levou a mais um dia de perdas expressivas. O Ibovespa também balançou, mas por aqui o pregão foi mais uma vez na contramão do cenário global.
O principal índice da bolsa brasileira fechou a sessão em alta de 1,04%, aos 112.892 pontos. O dólar à vista recuou 1,08%, a R$ 5,0521, o nível mais baixo desde julho do ano passado. Os juros futuros, no entanto, tiveram um dia de pressão.
Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos, explica que o desconto visto na bolsa brasileira no último ano e o cenário atual de outros países emergentes fazem com que os ativos domésticos despontem como opção.
“Na China existem conversas sobre regulação de tecnologia e minério de ferro. O mercado mexicano andou bem, o chileno tem incertezas com relação ao novo governo, e a Rússia pode sofrer graves sanções econômicas devido ao conflito com a Ucrânia. O Brasil é uma boa opção dentro desse contexto e ainda temos o diferencial da taxa de juros".
Crise no leste europeu
A tensão na Ucrânia segue sendo o pano de fundo principal dos mercados globais. A decisão de Vladimir Putin de reconhecer as regiões separatistas da Ucrânia – Donetsk e Luhansk –, inaugurou um novo capítulo no conflito que se desenha. Enquanto isso, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia informou que retirará todo o seu corpo diplomático da Ucrânia, citando ameaças aos diplomatas russos.
Os Estados Unidos e a União Europeia soltaram comunicados pedindo à Rússia que reverta o reconhecimento de independência concedido ontem e que outros países não sigam Putin na decisão.
O bloco europeu também alertou que a Rússia não deve utilizar o reconhecimento dos separatistas como um pretexto para uma ação militar.
Em decisão unânime, os países da UE divulgaram um pacote de sanções que miram 27 indivíduos e entidades que estão envolvidos com o movimento separatista das duas regiões reconhecidas pela Rússia. Josep Borell, alto representante da União Europeia para a Política Externa, informou que bancos que financiarem operações militares também serão alvo de restrições.
Joe Biden também se pronunciou. Duas das principais instituições financeiras russas – VEB e o banco militar – foram bloqueadas, e o Ocidente está proibido de financiar a dívida russa por meio da compra de títulos no mercado europeu. Novas sanções devem ser anunciadas em caso de invasão.
Para Eduardo Cubas, sócio e head de alocação da Manchester Investimentos, os países devem seguir se desafiando, mas sem levar a uma situação de guerra, mas o cenário e a volatilidade herdada da situação devem seguir movimentando os mercados nos próximos meses.
Sobe e desce do Ibovespa
Confira as maiores altas do dia:
| CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
| SOMA3 | Grupo Soma | R$ 13,35 | 8,54% |
| COGN3 | Cogna ON | R$ 2,42 | 6,61% |
| VIIA3 | Via ON | R$ 3,96 | 5,32% |
| RAIL3 | Rumo ON | R$ 16,04 | 5,04% |
| ASAI3 | Assaí ON | R$ 13,02 | 4,49% |
Dentre as maiores quedas, o destaque fica com o Banco Inter (BIDI11). O banco digital apresentou o seu balanço do quarto trimestre com um lucro de R$ 78,5 milhões, mas com uma rentabilidade de apenas 1%.
| CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
| BIDI11 | Banco Inter unit | R$ 24,92 | -5,57% |
| AMER3 | Americanas S.A | R$ 29,98 | -4,80% |
| EMBR3 | Embraer ON | R$ 17,87 | -2,62% |
| BRAP4 | Bradespar PN | R$ 29,19 | -1,48% |
| RRRP3 | 3R Petroleum ON | R$ 36,52 | -1,40% |
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