Os segredos da bolsa: ações de dois setores têm uma semana intensa pela frente
A agenda econômica doméstica continua no centro das atenções do mercado, mas diversos eventos no exterior podem trazer volatilidade à bolsa
É janeiro e o ano ainda não engrenou: as escolas seguem fechadas, Brasília está às moscas e muita gente ainda está em férias. Mas, por mais que os dias ainda estejam com aquela cara de recesso, o mercado financeiro está com a corda toda — e muitos fatores podem mexer com a bolsa nesta semana.
Tanto aqui quanto lá fora, a agenda econômica irá ditar os rumos das negociações nos próximos dias. Em destaque, aparecem os dados de inflação no Brasil e os números de atividade nos Estados Unidos — indicadores que podem elevar a cautela ou renovar o otimismo dos investidores.
Mas ainda há outros fatores no horizonte. A semana também é marcada pelo Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, evento que reúne lideranças políticas, econômicas e sociais. Entre os participantes deste ano, está o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump — e o mercado estará atento às declarações do republicano.
No meio do caminho tinha uma infação
Por aqui, as atenções estarão voltadas à divulgação do IPCA-15 de janeiro, na quinta-feira (23). O dado é especialmente importante por fornecer um termômetro da inflação no país — e, ultimamente, a leitura tem indicado uma leve febre.
O recente choque nos preços das carnes têm provocado pressões inflacionárias nos últimos meses, levando o IPCA a fechar o ano de 2019 ligeiramente acima do centro da meta de inflação, a 4,31%.
E por que isso é importante para quem está investindo em bolsa? A resposta é simples: uma inflação mais alta acaba inibindo novos cortes na Selic — e a taxa de juros mexe diretamente com as cotações de inúmeras ações.
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Em sua última reunião, o Copom deixou em aberto a possibilidade de promover mais um ajuste negativo na Selic no início de 2020, sinalizando que esse movimento dependia da evolução dos indicadores econômicos, especialmente a inflação.
Assim, caso os índices inflacionários se mantivessem sob controle, uma Selic a 4,25% era vista como provável; mas, caso uma pressão maior sobre os preços fosse constatada, o ciclo de cortes nos juros provavelmente seria encerrado.
Desta maneira, o IPCA-15 é crucial para o futuro da Selic: caso o índice venha mais suave, dando a entender que a questão do preço das carnes foi apenas um choque momentâneo, o mercado voltará a apostar no corte de juros.
Nesse panorama binário, as ações de empresas que são mais dependentes do crédito e do consumo — como varejistas e construtoras — são as que podem apresentar maior volatilidade nos próximos dias. Por mais que a economia não sinta imediatamente os efeitos de uma mudança nos juros, o mercado sempre se antecipa, ajustando suas posições de acordo com o cenário.
Desta maneira, fique atento a ações como Magazine Luiza ON (MGLU3), Via Varejo ON (VVAR3), Lojas Americanas PN (LAME4) e B2W ON (BTOW3). No setor de construção, destaque para Cyrela ON (CYRE3), MRV ON (MRVE3), EZTec ON (EZTC3), Tenda ON (TEND3) e Even ON (EVEN3), entre outras.
Falando em construção...
O setor tem se destacado positivamente, apesar de os dados da economia brasileira ainda patinarem. As perspectivas são de expansão em 2020 — e os dados operacionais das empresas no quarto trimestre reforçam o otimismo.
Até o momento, quatro companhias já divulgaram suas prévias operacionais nos três últimos meses do ano: Direcional, Helbor e Trisul reportaram números bastante fortes e que agradaram o mercado, enquanto a MRV publicou resultados menos animadores.
Tanto é que, desde o início do ano, as ações das três empresas cujos resultados foram elogiados apresentam um desempenho bastante expressivo — o destaque é Direcional ON (DIRR3), com alta de 11,73%.

As empresas não costumam reportar com antecedência a data de divulgação das prévias operacionais — a publicação desses números é opcional. Assim, vale ficar atento às movimentações de empresas como Tenda, Cyrela e EZTec nos próximos dias.
Mas, mesmo que elas não reportem os números operacionais em breve, o clima é de otimismo no setor de construção. Quem estava posicionado nas empresas do segmento no começo do ano, se deu bem até agora.
A montanha mágica
Lá fora, destaque para a reunião dos líderes globais na montanha mágica de Davos. E, em primeiro plano, aparece o discurso do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na abertura do Fórum Econômico Mundial, previsto para 7h30 (horário de Brasília) de terça-feira (21).
A fala do republicano será acompanhada de perto, considerando os recentes atritos do país com o Irã e o recém-assinado acordo comercial com a China. Uma postura mais amistosa de Trump tende a acalmar os mercados, mas eventuais declarações agressivas ou sinalizações de novos conflitos comerciais podem trazer mau humor às bolsas.
Como sempre, fique atento ao comportamento dos mercados externos antes e depois da fala do presidente americano, uma vez que a volatilidade lá fora muitas vezes influencia diretamente o rumo das negociações aqui dentro.
Além disso, papéis de empresas mais ligadas ao comércio global, como Vale ON (VALE3), Suzano ON (SUZB3) e Petrobras — tanto ON (PETR3) quanto PN (PETR4) — podem apresentar movimentações mais intensas, de acordo com o tom assumido por Trump.
De olho nos bancos
As ações do setor bancário podem ter desempenhos interessantes ao longo da semana. E não por causa de algum fator específico que irá acontecer nos próximos dias, mas sim por uma questão técnica: esses papéis caíram bastante desde o início do ano.
Assim, eventuais movimentos de recuperação não estão descartados, uma vez que essa correção mais intensa também não foi desencadeada pelo noticiário ou por questões fundamentalistas.
Em 2020, os papéis PN do Itaú Unibanco (ITUB4) já recuaram 5,78%, enquanto as ações ON do Banco do Brasil (BBAS3) recuaram 5,11% — ambas estão no top 5 de piores desempenhos do Ibovespa no ano.

Mais exterior
Ainda lá fora, há outros dois eventos importantes no radar:
- PMI dos Estados Unidos em janeiro, na sexta (24): o dado mede o nível de atividade da economia do país. Assim, uma leitura forte tende a animar as bolsas, enquanto um resultado fraco pode trazer pessimismo;
- Decisão de juros do Banco Central Europeu, na quinta (23): a presidente da instituição, Christine Lagarde, irá discursar no mesmo dia, e eventuais pistas quanto ao futuro da política monetária do bloco serão acompanhadas pelo mercado.
Início parado
Dito tudo isso: essa segunda-feira (20) tende a ser bem vagarosa nos mercados financeiros globais. Afinal, as bolsas dos Estados Unidos estarão fechadas, em comemoração ao Dia de Martin Luther King — o que reduz a liquidez no mundo todo.
Assim, se você quer um dia de folga nesta semana, é melhor usar a segunda-feira para descansar — os próximos dias serão intensos.
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