Inflação oficial fecha 2019 em 4,31% e supera estimativas do mercado
Segundo o IBGE, o dos preços em dezembro, de 1,15%, foi o maior registrado para o mês desde 2002; no ano, índice superou as expectativas do mercado.
![Inflação](https://media.seudinheiro.com/uploads/2020/01/shutterstock_1422677939-715x402.jpg)
A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 1,15% no mês de dezembro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (10).
Segundo o IBGE, o avanço foi o maior registrado para o mês desde 2002. Com o resultado de dezembro, o índice fechou 2019 a 4,31%. O valor ficou acima do centro da meta, que era de 4,25%, e também superou as projeções do mercado, que eram de 4,13%.
Segundo o analista da Capital Research, Ernani Reis, mesmo superando as estimativas, o número foi bem recebido pelos agentes financeiros. O especialista lembra que, também nesta sexta, a Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou a prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) para janeiro, que ficou abaixo do esperado, a 0,67%.
Para Reis, o indicador da FGV mostra que a disparada dos índices no final do ano passado não deve continuar em 2020. "Independentemente disso, a possibilidade de uma mudança de trajetória do IPCA com impacto sobre a taxa básica de juros, Selic, ainda é monitorada pelo mercado", diz.
Inflação alta costuma levar o BC a aumentar os juros, enquanto uma inflação mais baixa e controlada dá espaço pra redução dos juros. Hoje, a taxa básica está em 4,5% - por ora, a estimativa é que os juros se mantenham nesse patamar neste ano.
Para 2020, o mercado ainda tem uma expectativa de que o IPCA feche em 3,59%, segundo o Boletim Focus, do Banco Central. O centro da meta é de 4,00%, podendo o índice oscilar de 2,50% a 5,50%.
Inflação por período
- Dezembro: 1,15%
- Novembro: 0,51%
- Dezembro de 2018: 0,15%
- Acumulado no ano: 4,31%
Razões para a alta
Os preços do grupo alimentos e bebidas, que subiram 6,37%, pesaram no bolso dos brasileiros no ano passado, segundo o IBGE. A alta foi puxada principalmente pelas carnes, cujos preços dispararam no mercado interno devido ao aumento das exportações para a China e à desvalorização do real.
Segundo Pedro Kislanov, do IBGE, pesou também a alta nos planos de saúde, de 8,24%, por conta do reajuste autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). "A alimentação fora do domicílio também influenciou o índice”, diz.
O IBGE ainda destaca a alta dos combustíveis (3,57%) e das passagens áreas, que subiram de 4,35% em novembro para 15,62% em dezembro. Os jogos de azar (12,88%) também impactaram a inflação de dezembro, em função do reajuste nos preços das apostas, vigente desde novembro.
Calculado pelo IBGE desde 1980, o IPCA abrange o consumo de famílias com rendimento monetário de entre um e 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte.
![](https://media.seudinheiro.com/uploads/2020/01/Gráfico-IBGE-2020-1-10-1.jpeg)
Cálculo vai mudar
A partir de janeiro de 2020, a conta elaborada pelo IBGE para chegar ao IPCA vai mudar. Na lista de itens avaliados pelo instituto, saem aqueles cujo peso dentro do orçamento familiar ficou menor - como aparelhos de DVD e as máquinas fotográficas. Passam a fazer parte do cálculo itens como transporte por aplicativos e serviços de streaming.
Na nova composição, são 377 produtos e serviços, seis a menos do que o modelo atual de pesquisa. No total, o IPCA passa a ter 56 novos subitens. Ou seja, 62 itens foram substituídos ou retirados da lista.
A nova lista de componentes do IPCA surgiu a partir dos dados coletados na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018. Depois de dez anos sem levantamentos, a POF revelou uma profunda mudança nos hábitos dos brasileiros - que deixaram, por exemplo, de fazer ligações pelos orelhões e passaram a utilizar as chamadas de voz e vídeo do WhatsApp.
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