As quedas nos preços dos contratos futuros de petróleo se aprofundaram ainda mais na tarde desta terça-feira (21). O petróleo WTI para junho recua mais de 50% e já é negociado a menos de US$ 10 o barril, a US$ 9,60. Ontem, o WTI para maio, que vence hoje, fechou com queda de mais de 300%, a um preço negativo pela primeira vez na história.
Já o Brent, também para junho, recua 27,49%, sendo negociado a US$ 18,83 o barril. É a primeira vez que o Brent fica abaixo dos US$ 20 em 18 anos.
Mais cedo, os preços do petróleo chegaram a ter certo alívio em meio às notícias de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) vai fazer hoje uma teleconferência extra para debater a crise, embora sem a perspectiva de já sair alguma decisão.
Outra reunião, marcada para 10 de maio, estaria sendo articulada para debater novos cortes na produção. Mesmo assim, as perdas voltaram a se aprofundar na parte da tarde.
A queda nos preços da commodity no mercado futuro reflete a expectativa de uma demanda muito menor que a oferta em razão das paralisações para combate à pandemia do coronavírus no mundo. Com isso, os estoques dos consumidores estão cheios, e o custo da armazenagem, que está quase no limite, está ultrapassando os preços praticados no mercado.
A forte queda nos preços dos Brent pode impactar as ações da Petrobras, uma vez que a estatal usa como referência o petróleo negociado em Londres. Nesta terça, a bolsa brasileira permanece fechada em razão do feriado de Tiradentes, mas os recibos de ações da Petrobras (ADR) negociados na bolsa de Nova York recuam 4,07%. Já o EWZ, fundo de índice (ETF) de ações brasileiras, recua 2,87%.
O desempenho dos preços do petróleo contribuiu para as bolsas asiáticas e europeias fecharem em queda nesta terça, e também pesa nas bolsas americanas. Acompanhe a nossa cobertura completa de mercados.
*Com Estadão Conteúdo.