Dólar à vista sobe a R$ 4,28 e chega a uma nova máxima; Ibovespa cai, pressionado pelo pessimismo externo
O pessimismo com os indicadores da Europa e o receio dos impactos da disseminação do coronavírus elevam a aversão ao risco nos mercados e empurram o dólar à níveis inéditos. O Ibovespa também sente o baque e cai mais de 1,5%
Uma mistura de dados econômicos menos animadores, tanto no Brasil quanto no exterior, com uma cautela ainda elevada em relação ao coronavírus, dispara uma nova onda de aversão ao risco nos mercados. Nesse cenário, o dólar à vista atingiu um novo recorde em termos nominais, enquanto o Ibovespa cai mais de 1%.
O dólar à vista fechou o pregão desta sexta-feira (31) em alta de 0,65%, a R$ 4,2850, superando a máxima anterior, registrada em 27 de novembro do ano passado (R$ 4,2586). Somente nesta semana, a moeda americana acumulou alta de 2,4%; no ano, os ganhos chegam a 6,81%.
No mesmo horário, o Ibovespa recuava 1,62%, aos 113.652,93 pontos — na mínima, foi aos 113.219,06 pontos (-2,00%).
Ontem, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou estado de emergência global em razão do surto da doença, embora tenha elogiado a atuação da China para conter a disseminação do vírus.
Mas fato é que o coronavírus continua se espalhando pelo mundo. Já são mais de 200 mortos e quase dez mil pessoas contaminadas no mundo, a maior parte delas na China — apenas a África e a América Latina não possuem casos confirmados até agora.
Do ponto de vista de agenda econômica, há sinais preocupantes vindos da Europa. No velho continente, o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro e da Itália decepcionaram, ao passo que as vendas no varejo da Alemanha recuaram 3,3% em dezembro.
Leia Também
No Brasil, dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que o desemprego continua elevado, em 11% em dezembro, ante 11,6% em igual período de 2018. Ainda assim, o indicador está dentro do esperado pelo mercado.
Nesse cenário de cautela, o dólar se fortaleceu em relação às divisas de países emergentes, num movimento de fuga de ativos de risco. A moeda americana se valorizou em relação ao peso mexicano, o rublo russo, o peso chileno, o rand sul-africano e o peso colombiano, entre outras.
Assim, o real acompanhou seus pares e perdeu terreno na comparação com o dólar — e nem mesmo a atuação do Banco Central foi capaz de atenuar a pressão no câmbio.
Mais cedo, a instituição vendeu US$ 3 bilhões em leilões de linha, ou seja, a venda de moeda americana com compromisso de recompra. Por enquanto, a autoridade monetária ainda não anunciou novas atuações para a próxima semana.
Pressão nas bolsas
A manifestação da OMS deu força ao Ibovespa e às bolsas americanas no último pregão. Essa reação, no entanto, teve vida curta: nesta sexta-feira (31), os mercados acionários dos dois países voltam a aparecer no campo negativo.
Com o desempenho do momento, o Ibovespa vai amargando perdas de quase 4% na semana e caminha para encerrar o mês com uma baixa acumulada de mais de 1,5%.
Nos Estados Unidos, a situação é semelhante: o Dow Jones cai 1,93%, o S&P 500 recua 1,61% e o Nasdaq tem baixa de 1,36% — com o desempenho de hoje, os dois primeiros índices zeraram os ganhos acumulados no ano.
Juros tranquilos
Já as curvas de juros fecharam em leve alta nesta sexta-feira, sem se afastar muito da estabilidade, em meio à expectativa quanto à decisão da Selic, a ser anunciada na próxima semana: há quem acredite em mais um corte de 0,25 ponto na taxa básica, mas há quem aposte na manutenção em 4,5% ao ano.
Veja abaixo como ficaram as curvas mais líquidas nesta sexta-feira:
- Janeiro/2021: de 4,36% para 4,37%;
- Janeiro/2023: de 5,50% para 5,52%;
- Janeiro/2025: estável em 6,20%;
- Janeiro/2027: de 6,59% para 6,60%.
Top 5
Confira os papéis de melhor desempenho do Ibovespa nesta sexta-feira:
- JBS ON (JBSS3): +2,04%
- Totvs ON (TOTS3): +1,80%
- Yduqs ON (YDUQ3): +1,70%
- IRB ON (IRBR3) +1,52%
- Marfrig ON (MRFG3): +1,39%
Veja também as maiores quedas do índice no momento:
- CCR ON (CCRO3): -3,14%
- B2W ON (BTOW3): -3,04%
- Cia Hering ON (HGTX3): -3,02%
- Santander Brasil units (SANB11): -2,95%
- CSN ON (CSNA3): -2,76%
Os recordes voltaram: ouro é negociado acima de US$ 4.450 e prata sobe a US$ 69 pela 1ª vez na história. O que mexe com os metais?
No acumulado do ano, a valorização do ouro se aproxima de 70%, enquanto a alta prata está em 128%
LCIs e LCAs com juros mensais, 11 ações para dividendos em 2026 e mais: as mais lidas do Seu Dinheiro
Renda pingando na conta, dividendos no radar e até metas para correr mais: veja os assuntos que dominaram a atenção dos leitores do Seu Dinheiro nesta semana
R$ 40 bilhões em dividendos, JCP e bonificação: mais de 20 empresas anunciaram pagamentos na semana; veja a lista
Com receio da nova tributação de dividendos, empresas aceleraram anúncios de proventos e colocaram mais de R$ 40 bilhões na mesa em poucos dias
Musk vira primeira pessoa na história a valer US$ 700 bilhões — e esse nem foi o único recorde de fortuna que ele bateu na semana
O patrimônio do presidente da Tesla atingiu os US$ 700 bilhões depois de uma decisão da Suprema Corte de Delaware reestabelecer um pacote de remuneração de US$ 56 bilhões ao executivo
Maiores quedas e altas do Ibovespa na semana: com cenário eleitoral e Copom ‘jogando contra’, índice caiu 1,4%; confira os destaques
Com Copom firme e incertezas políticas no horizonte, investidores reduziram risco e pressionaram o Ibovespa; Brava (BRAV3) é maior alta, enquanto Direcional (DIRR3) lidera perdas
Nem o ‘Pacman de FIIs’, nem o faminto TRXF11, o fundo imobiliário que mais cresceu em 2025 foi outro gigante do mercado; confira o ranking
Na pesquisa, que foi realizada com base em dados patrimoniais divulgados pelos FIIs, o fundo vencedor é um dos maiores nomes do segmento de papel
De olho na alavancagem, FIIs da TRX negociam venda de nove imóveis por R$ 672 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo comunicado divulgado ao mercado, os ativos estão locados para grandes redes do varejo alimentar
“Candidatura de Tarcísio não é projeto enterrado”: Ibovespa sobe e dólar fecha estável em R$ 5,5237
Declaração do presidente nacional do PP, e um dos líderes do Centrão, senador Ciro Nogueira (PI), ajuda a impulsionar os ganhos da bolsa brasileira nesta quinta-feira (18)
‘Se eleição for à direita, é bolsa a 200 mil pontos para mais’, diz Felipe Miranda, CEO da Empiricus
CEO da Empiricus Research fala em podcast sobre suas perspectivas para a bolsa de valores e potenciais candidatos à presidência para eleições do próximo ano.
Onde estão as melhores oportunidades no mercado de FIIs em 2026? Gestores respondem
Segundo um levantamento do BTG Pactual com 41 gestoras de FIIs, a expectativa é que o próximo ano seja ainda melhor para o mercado imobiliário
Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025
Mesmo após uma enxurrada de proventos desde outubro, analistas veem espaço para novos anúncios e pagamentos relevantes na bolsa brasileira
Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall
A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão
Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo
Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic
Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade
Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva
‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú
Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros
Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander
Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores
Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI
Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno
Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais
O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50
Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa
As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores
Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema
Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem
