Ibovespa fecha em alta consistente com exterior e expectativa de novo corte de juro
Dólar subiu com comentários de Guedes, mas situação global da moeda limitou alta

A perspectiva de continuidade das medidas de estímulo adotadas por governos e bancos centrais de diversos países com o objetivo de atenuar os impactos econômicos e financeiros da pandemia do novo coronavírus finalmente voltaram a repercutir no Ibovespa nesta quarta-feira depois de duas sessões nas quais o principal índice do mercado brasileiro de ações simplesmente descolou-se da alta em outros mercados, principalmente Wall Street.
Nesta volta a seu ritmo normal, enquanto o Nasdaq renovava mais uma vez seu nível recorde de fechamento, o Ibovespa registrava uma alta consistente em meio à expectativa de que um acordo entre democratas e republicanos em torno de um pacote de estímulo à economia dos Estados Unidos possa ser costurado no Congresso norte-americano ainda esta semana.
Apesar disso, o Ibovespa não conseguiu manter a marca dos 103 mil pontos atingida em meio às máximas do dia. O principal índice da B3 subiu 1,57%, encerrando a quarta-feira a 102.801,76 pontos.
O movimento de alta foi impulsionado principalmente por fatores externos, afirmou o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira. "Existe uma possibilidade real de acordo sobre o pacote de estímulo à economia norte-americana", observou ele.
Expectativa com Copom ajudou
Desta vez, porém, o Ibovespa não se limitou a acompanhar Wall Street. Houve também um ingrediente local. A perspectiva de um novo corte de juro pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) na reunião que termina daqui a pouco estimulou a bolsa a seguir subindo.
Durante a maior parte da manhã, os investidores locais deixaram de lado as preocupações fiscais no Brasil, em especial as discussões referentes à reforma tributária e à prorrogação do auxílio-emergencial, e foram às compras depois de um início de semana ruim no mercado brasileiro de ações.
Leia Também
Entretanto, o índice saiu das máximas e o dólar passou a subir no início da tarde depois de o governo ter sinalizado que pretende insistir na criação de um novo imposto sobre transações eletrônicas, mas a alta seguiu consistente, em linha com Wall Street.
A alta do Ibovespa foi puxada pelo avanço acentuado das ações ON e PN da Petrobras (PETR3 e PETR4). Ambas subiram mais de 6% na esteira da alta do preço do barril de petróleo nos mercados internacionais por causa da queda nos estoques estratégicos dos EUA.
As ações PN da Gerdau (GGBR4) subiram mais de 5% com analistas avaliando que a siderúrgica apresentou dados fortes para o segundo trimestre de 2020, considerando-se que o Brasil enfrentou no período o pior momento econômico da pandemia do novo coronavírus até agora.
Já o balanço do Iguatemi (IGTA3) puxou consigo todo o setor de shopping centers. Analistas esperavam um impacto mais forte da pandemia sobre a empresa. Tal entendimento impulsionou os papéis ON do Iguatemi e posicionou seus pares no Ibovespa entre as maiores altas do dia.
Confira a seguir quais foram as maiores altas e as maiores quedas do Ibovespa nesta quarta-feira.
MAIORES ALTAS
- Klabin Unit (KLBN11) +9,78%
- Multiplan ON (MULT3) +8,03%
- Iguatemi ON (IGTA3) +7,76%
- BR Malls ON (BRML3) +7,72%
- Suzano ON (SUZB3) +7,60%
MAIORES QUEDAS
- Hypera ON (HYPE3) -2,84%
- Ambev ON (ABEV3) -1,64%
- Cielo ON (CIEL3) -1,36%
- Tim Participações ON (TIMP3) -1,26%
- B2W Digital ON (BTOW3) -1,21%
Dólar e juro
O dólar, por sua vez, ensaiou uma queda no início do pregão, mas passou a subir no começo da tarde depois de o ministro da Economia, Paulo Guedes, ter afirmado que o governo tem pela frente um esforço de reindustrialização com juros mais baixos, impostos mais simples e câmbio mais elevado.
Apesar disso, o déficit maior que o esperado da balança comercial dos EUA e os dados mistos de criação de empregos no setor privado norte-americano limitaram a alta da taxa de câmbio e o dólar fechou a R$ 5,2930 (+0,14%).
Os contratos de juros futuros também fecharam em alta acompanhando o dólar. O mercado de juros futuros também refletiu os temores com o cenário fiscal enquanto analistas apostam em um tom mais conservador do BC no comunicado a ser divulgado ao término da reunião de política monetária do Copom.
Confira os principais vencimentos:
- Janeiro/2021: de 1,913% para 1,955%;
- Janeiro/2022: de 2,742% para 2,770%;
- Janeiro/2023: de 3,763% para 3,810%;
- Janeiro/2025: de 5,283% para 5,350%.
Méliuz (CASH3) levanta R$ 180,1 milhões com oferta de ações; confira o valor do papel e entenda o que acontece agora
O anúncio de nova oferta de ações não foi uma surpresa, já que a plataforma de cashback analisava formas de levantar capital para adquirir mais bitcoin
Compensação de prejuízos para todos: o que muda no mecanismo que antes valia só para ações e outros ativos de renda variável
Compensação de prejuízos pode passar a ser permitida para ativos de renda fixa e fundos não incentivados, além de criptoativos; veja as regras propostas pelo governo
Com o pé na pista e o olho no céu: Itaú BBA acredita que esses dois gatilhos vão impulsionar ainda mais a Embraer (EMBR3)
Após correção nas ações desde as máximas de março, a fabricante brasileira de aviões está oferecendo uma relação risco/retorno mais equilibrada, segundo o banco
Ações, ETFs e derivativos devem ficar sujeitos a alíquota única de IR de 17,5%, e pagamento será trimestral; veja todas as mudanças
Mudanças fazem parte da MP que altera a tributação de investimentos financeiros, publicada ontem pelo governo; veja como ficam as regras
Banco do Brasil (BBAS3) supera o Itaú (ITUB4) na B3 pela primeira vez em 2025 — mas não do jeito que o investidor gostaria
Em uma movimentação inédita neste ano, o BB ultrapassou o Itaú e a Vale em volume negociado na B3
Adeus, dividendos isentos? Fundos imobiliários e fiagros devem passar a ser tributados; veja novas regras
O governo divulgou Medida Provisória que tira a isenção dos dividendos de FIIs e Fiagros, e o investidor vai precisar ficar atento às regras e aos impactos no bolso
Fim da tabela regressiva: CDBs, Tesouro Direto e fundos devem passar a ser tributados por alíquota única de 17,5%; veja regras do novo imposto
Governo publicou Medida Provisória que visa a compensar a perda de arrecadação com o recuo do aumento do IOF. Texto muda premissas importantes dos impostos de investimentos e terá impacto no bolso dos investidores
Gol troca dívida por ação e muda até os tickers na B3 — entenda o plano da companhia aérea depois do Chapter 11
Mudança da companhia aérea vem na esteira da campanha de aumento de capital, aprovado no plano de saída da recuperação judicial
Petrobras (PETR4) não é a única na berlinda: BofA também corta recomendação para a bolsa brasileira — mas revela oportunidade em uma ação da B3
O BofA reduziu a recomendação para a bolsa brasileira, de “overweight” para “market weight” (neutra). E agora, o que fazer com a carteira de investimentos?
Cemig (CMIG4), Rumo (RAIL3), Allos (ALOS3) e Rede D’Or (RDOR3) pagam quase R$ 4 bilhões em dividendos e JCP; veja quem tem direito a receber
A maior fatia é da Cemig, cujos proventos são referentes ao exercício de 2024; confira o calendário de todos os pagamentos
Fundo Verde: Stuhlberger segue zerado em ações do Brasil e não captura ganhos com bolsa dos EUA por “subestimar governo Trump”
Em carta mensal, gestora criticou movimentação do governo sobre o IOF e afirmou ter se surpreendido com recuo rápido do governo norte-americano em relação às tarifas de importação
Santander Renda de Aluguéis (SARE11) está de saída da B3: cotistas aprovam a venda do portfólio, e cotas sobem na bolsa hoje
Os investidores aceitaram a proposta do BTG Pactual Logística (BTLG11) e, com a venda dos ativos, também aprovaram a liquidação do FII
Fundo imobiliário do segmento de shoppings vai pagar mais de R$ 23 milhões aos cotistas — e quem não tem o FII na carteira ainda tem chance de receber
A distribuição de dividendos é referente a venda de um shopping localizado no Tocantins. A operação foi feita em 2023
Meu medo de aviões: quando o problema está na bolsa, não no céu
Tenho brevê desde os 18 e já fiz pouso forçado em plena avenida — mas estou fora de investir em ações de companhias aéreas
Bank of America tem uma ação favorita no setor elétrico, com potencial de alta de 23%
A companhia elétrica ganhou um novo preço-alvo, que reflete as previsões macroeconômicas do Brasil e desempenho acima do esperado
Sem dividendos para o Banco do Brasil? Itaú BBA mantém recomendação, mas corta preço-alvo das ações BBSA3
Banco estatal tem passado por revisões de analistas depois de apresentar resultados ruins no primeiro trimestre do ano e agora paga o preço
Santander aumenta preço-alvo de ação que já subiu mais de 120% no ano, mas que ainda pode se valorizar e pagar dividendos
De acordo com analistas do banco, essa empresa do ramo da construção civil tem uma posição forte, sendo negociada com um preço barato mesmo com lucros crescendo em 24%
Dividendos e recompras: por que esta empresa do ramo dos seguros é uma potencial “vaca leiteira” atraente, na opinião do BTG
Com um fluxo de caixa forte e perspectiva de se manter assim no médio prazo, esta corretora de seguros é bem avaliada pelo BTG
“Caixa de Pandora tributária”: governo quer elevar Imposto de Renda sobre JCP para 20% e aumentar CSLL. Como isso vai pesar no bolso do investidor?
Governo propõe aumento no Imposto de Renda sobre JCP e mudanças na CSLL; saiba como essas alterações podem afetar seus investimentos
FIIs e fiagros voltam a entrar na mira do Leão: governo quer tirar a isenção de IR e tributar rendimentos em 5%; entenda
De acordo com fontes ouvidas pelo Valor Econômico, a tributação de rendimentos de FIIs e fiagros, hoje isentos, entra no pacote de medidas alternativas ao aumento do IOF