BC decide taxa de juros em raro anúncio com emoção e divisão de apostas
Corte da Selic é dado como certo. Dúvida é sobre redução de 0,25 ponto ou meio ponto percentual. Mas antes, acompanharemos o BC americano

A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) desta quarta-feira (31) sobre a taxa Selic será com emoção, coisa rara no mundo do Banco Central (BC), e muito dinheiro na mesa.
O usual no mundo dos Bancos Centrais são decisões que chancelam consensos que foram formados pelos próprios BCs. Mas, algumas vezes, o mercado se divide. Seja porque enxerga o que quer e não a mensagem que o BC passou, seja porque o BC deixou espaço em sua comunicação para diferentes avaliações do que pode acontecer.
Antes de seguir adiante com o Copom, taxas de juros menores favorecem a alocação em ativos de risco, como bolsa de valores, fundos imobiliários e títulos longos do Tesouro Direto. Segue o link para um e-book gratuito sobre perspectivas de investimento no segundo semestre. Mas falaremos mais sobre a relação do BC com os investimentos ao longo do texto.
De volta ao mundo da política monetária, só para ilustrar o quão raras são reuniões com emoção por aqui, a última vez que o mercado foi dividido para uma decisão do Copom, foi em maio de 2018, quando o BC confirmou Selic de 6,5% ao ano, enquanto parte do mercado acreditava em ao menos mais uma redução.
Dentro do próprio Copom, os dissensos são ainda mais difíceis. A última vez que vimos um placar dividido foi em março de 2016. Naquela reunião, com Selic a 14,25%, dois diretores tinham votado por mais uma elevação.
Para o encontro de hoje, levantamento feito pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Estadão, mostrou que 51 instituições trabalham com o ciclo de redução do juro começando já, sendo que 27 delas esperam corte de 0,25 ponto, para 6,25%, e outras 24 estimam corte de meio ponto, para 6% ao ano.
Leia Também
Até corte de 0,75 ponto foi aventado em discussões de economistas nas redes. E também sempre há a chance de o BC não fazer nada.
Quem fica no 0,25 ponto, adota uma postura mais conservadora, em linha com o discurso do próprio Banco Central na sua comunicação oficial. O presidente da instituição, Roberto Campos Neto, chegou a dizer, no fim de junho, que a aprovação da reforma da Previdência pela Câmara não implicaria, necessariamente, em uma redução da taxa de juros.
Já quem espera um corte de 0,5 ponto argumenta que o cenário está propício para juros menores de forma mais rápida e lista uma inegável decepção com a retomada da atividade, inflação bem comportada e expectativas de redução de juros nos Estados Unidos e zona do euro.
https://twitter.com/mamollica/status/1154092633322655746?s=20
Como há divisão, a quantidade de dinheiro na mesa é maior e cresce ainda mais em função das diferentes avaliações sobre até que ponto a Selic pode cair. Um aceno mais conservador por parte do BC conduzido por Roberto Campos Neto pode trazer um pregão bastante agitado para a quinta-feira.
Uma coisa é certa: estamos na temporada de juro baixo
Mas independentemente de 0,25 ou meio ponto, o que é cada vez mais consensual é que juros menores vieram para ficar na economia brasileira. Receber 100% do CDI parece sempre algo apetitoso, mas lembre-se que o CDI está em queda e pode ficar ao redor de 5% ao ano. Dependendo da inflação, ter ganhos reais vai exigir maior diversificação e exposição a ativos de maior risco. O sonhado 1% ao mês "sem preocupação" já acabou e faz algum tempo...

Como chegamos até aqui
Podemos destacar dois grandes vetores que levaram o mercado a embarcar na aposta de um novo ciclo de cortes.
- Primeiro, um cenário de redução de juros por outros Bancos Centrais, como resposta a uma esperada desaceleração da atividade mundial. O BC brasileiro já incorporou essa mudança no seu cenário deixando de falar em cena externa desafiadora.
- O segundo vetor é doméstico. A aprovação da reforma da Previdência em primeiro turno teria removido o grande ponto de preocupação do Copom, que falava da necessidade de avanços concretos na agenda de reformas. O próprio Campos Neto falou em avanço óbvio nesse ponto.
A inflação, que é o mandato principal do BC, já tinha deixado de ser preocupação central, com expectativas e projeções mostrando Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) nas metas ao longo dos próximos anos.
Para dar uns parâmetros, com Selic em 5,5% neste e no fim do próximo ano, o mercado projeta IPCA de 3,8% e 3,9% em 2019 e 2020. As metas são de 4,25% para este ano e de 4% para o próximo.
Nas últimas contas do BC, da reunião de junho, com Selic em 5,75% no fim deste ano e subindo a 6,5% no fim de 2020, a inflação ficaria em 3,6% em 2019 e 3,9% em 2020.
Ao atualizar essas projeções, hoje, o Banco Central pode ajudar a balizar melhor outra dispersão nas expectativas do mercado, sobre o tamanho do ciclo. A mediana do Focus, boletim semanal do BC que reúne as projeções de economistas, aponta para 5,5% no fim deste ano e de 2020, mas já vimos instituições, como o Bank of America Merrill Lynch, falando em juro de 4,75% em 2019.
Não é só a Previdência
Além da questão das reformas, o BC vinha enfatizando em sua comunicação outros pontos relevantes à condução da política monetária.
Primeiro, para o BC, o juro real (taxa nominal descontada a inflação) já está em terreno estimulativo, ou seja, um patamar que impulsiona a atividade econômica. Essa taxa, calculada com o swap de juros de 360 dias descontado da inflação projetada em 12 meses, está na casa dos 1,7% ao ano. Em outubro de 2016, quando o BC começou a reduzir a Selic de 14,25%, essa taxa estava ao redor de 7%.
No entanto, não é só a Selic que importa. Segundo o BC, a economia também sofreu com choques, como greve dos caminhoneiros e eleições, que perduraram mais tempo que o previsto, adensando o nevoeiro de incerteza causado pela questão fiscal (parcialmente dispersado com a reforma).
Agora, esses eventos já teriam sido superados e a economia teria espaço para uma retomada gradual. Além disso, as condições financeiras “que sofreram aperto relevante entre o segundo e quarto trimestres de 2018, já caminharam para terreno mais estimulativo”.
Podemos resumir a discussão dentro do Copom sobre quão mais estimulativo o juro real pode ficar sem colocar em risco as metas de inflação. Lembrando que as ações tomadas pelo BC miram cada vez mais 2020, tendo em vista os efeitos cumulativos e defasados das ações do Copom no lado real da economia.
As projeções para o crescimento do PIB estacionaram ao redor de 0,8% para 2019, saindo de 2,5% no começo do ano. O próprio BC trabalha com 0,8%, contra prognóstico inicial de 2,4%. Para 2020, a mediana do Focus está em 2,1%.
Antes do Copom, a bola é do Fed
A decisão do Copom será conhecida pouco depois das 18 horas. Antes disso, vamos acompanhar a reunião do Federal Reserve (Fed), banco central americano, que divulga sua decisão às 15 horas. O presidente Jerome Powell concederá entrevista as 15h30.
Depois de alguma indefinição, o mercado firmou posição para um corte de 0,25 ponto no juro básico, que está entre 2,25% e 2,5% ao ano desde o fim do ano passado. Há também forte pressão política, com Donald Trump atacando constantemente o Fed e seus membros para cobrar um corte de juro.
Apesar das preocupações com a guerra comercial e seus efeitos sobre a atividade, a economia americana ainda cresce na linha dos 2% ao ano, com a menor taxa de desemprego dos últimos 50 anos.
Ontem, os dados sobre a confiança do consumidor surpreenderam para cima em julho, marcando a melhor leitura do ano aos 135,7 pontos. Já a inflação, segue persistentemente abaixo da meta de 2%.
Uma discussão válida e que travamos na segunda-feira é qual o poder do Fed e de outros BCs em conter ou mesmo evitar uma eventual recessão que se avizinha. O mercado pode até reagir de forma negativa se o Fed "surpreender" e manter a taxa estável, mas a notícia deveria ser encarada de forma positiva, pois sugere que não há um desastre ou forte desaceleração espreitando a economia dos EUA (ao menos na visão do BC).
Como aqui, há dispersão com relação ao número de cortes de juros pelo BC americano, com projeções de redução se alongando até 2020.

Bitcoin deixa de ser ‘ilha’ e passa a se comportar como mercado tradicional — mas você não deve tratar criptomoedas como ações de tecnologia
Os convidados do Market Makers desta semana são Axel Blikstad, CFA e fundador da BLP Crypto, e Guilherme Giserman, manager de global equities no Itaú Asset
Entenda o que são as ‘pontes’ que ligam as blockchains das criptomoedas; elas já perderam US$ 2 bilhões em ataques hackers
A fragilidade desses sistemas se deve principalmente por serem projetos muito novos e somarem as fraquezas de duas redes diferentes
Mesmo em dia de hack milionário, bitcoin (BTC) e criptomoedas sobem hoje; depois de ponte do ethereum (ETH), foi a vez da solana (SOL)
Estima-se que cerca de US$ 8 milhões (R$ 41,6 milhões) tenham sido drenados de carteiras Phantom e Slope, além da plataforma Magic Eden
Em 6 meses de guerra, doações em criptomoedas para Rússia somam US$ 2,2 milhões — mas dinheiro vai para grupos paramilitares; entenda
Esse montante está sendo gasto em equipamentos militares, como drones, armas, coletes a prova de balas, suprimentos de guerra, entre outros
Bitcoin (BTC) na origem: Conheça o primeiro fundo que investe em mineração da principal criptomoeda do mercado
Com sede em Miami, a Bit5ive é uma dos pioneiras a apostar no retorno com a mineração de bitcoin; plano é trazer fundo para o Brasil
Mais um roubo em criptomoedas: ponte do ethereum (ETH) perde US$ 190 milhões em ataque; porque hacks estão ficando mais frequentes?
Os hacks estão ficando cada vez mais comuns ou os métodos para rastreá-los estão cada vez mais sofisticados? Entenda
Esquenta dos mercados: Bolsas preparam-se para brilhar no último pregão de julho; Ibovespa repercute hoje dados da Vale e Petrobras
Mercados repercutem balanços de gigantes das bolsas e PIB da Zona do Euro. Investidores ainda mantém no radar inflação nos EUA e taxa de desemprego no Brasil
Somente uma catástrofe desvia o Ibovespa de acumular alta na semana; veja o que pode atrapalhar essa perspectiva
Ibovespa acumula alta de pouco mais de 2,5% na semana; repercussão de relatório da Petrobras e desempenho de ações de tecnologia em Wall Street estão no radar
Bolsas amanhecem sob pressão do BCE e da renúncia de Draghi na Itália; no Ibovespa, investidores monitoram Petrobras e Vale
Aperto monetário pelo Banco Central Europeu, fornecimento de gás e crise política na Itália pesam sobre as bolsas internacionais hoje
Esquenta dos mercados: Dirigente do Fed traz alívio aos mercados e bolsas sobem com expectativa por balanços de bancos
Hoje, investidores mostram-se animados com os balanços do Wells Fargo e do Citigroup; por aqui, repercussões da PEC Kamikaze devem ficar no radar
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais tentam recuperação após corte de juros na China; Ibovespa acompanha reunião de Bolsonaro e Elon Musk
Por aqui, investidores ainda assistem à divulgação do relatório bimestral de receitas e despesas pelo Ministério da Economia
Hapvida (HAPV3) decepciona e tomba 17% hoje, mas analistas creem que o pior já passou — e que as ações podem subir mais de 100%
Os números do primeiro trimestre foram pressionados pela onda da variante ômicron, alta sinistralidade e baixo crescimento orgânico, mas analistas seguem confiantes na Hapvida
Oscilando nos US$ 30 mil, bitcoin (BTC) mira novos patamares de preço após criar suporte; momento é positivo para comprar criptomoedas
Entenda porque a perda de paridade com o dólar é importante para a manutenção do preço das demais criptomoedas do mundo
Bitcoin (BTC) permanece abaixo dos US$ 30 mil e mercado de criptomoedas está em estado de pânico com stablecoins; entenda
Entenda porque a perda de paridade com o dólar é importante para a manutenção do preço das demais criptomoedas do mundo
Terra (LUNA) não acompanha recuperação do bitcoin (BTC) neste domingo; criptomoedas tentam começar semana com pé direito
Mesmo com a retomada de hoje, as criptomoedas acumulam perdas de mais de dois dígitos nos últimos sete dias
Bolsas no exterior operam em alta com balanços melhores que o esperado; feriado no Brasil mantém mercados fechados
Investidores também digerem inflação na zona do euro e número de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA
Em recuperação, bitcoin (BTC) sobe mais de 4% hoje, mas Solana (SOL) é destaque entre criptomoedas e dispara 17% após anúncio do Solana Pay; entenda
Os dados internos da blockchain do bitcoin mostram que a maior criptomoeda do mundo permanece no meio de um “cabo de guerra” entre compradores e vendedores
Bitcoin (BTC) cai após um final de semana de recuperação e criptomoedas esperam ‘lei Biden’ esta semana, mas ethereum (ETH) se aproxima de ponto crítico
A segunda maior criptomoeda do mundo está em xeque com o aprofundamento do ‘bear market’, de acordo com a análise gráfica
Bitcoin (BTC) cai mais de 6% em sete dias, de olho no Fed e na próxima lei de Joe Biden; confira o que movimentou o mercado de criptomoedas nesta semana
Putin a favor da mineração de criptomoedas, Fed e Joe Biden no radar do bitcoin, Elon Musk e Dogecoin e mais destaques
Bitcoin (BTC) recua com aumento de juros do Fed no horizonte e investidores de criptomoedas esperam por lei de Joe Biden; entenda
O plano do presidente americano pesava a mão na taxação de criptomoedas e ativos digitais, no valor de US$ 550 bilhões