Greve do BC já tem data pra acabar: saiba quando a segunda mais longa greve de servidores da história do Brasil chegará ao fim — e por quê
A data final da greve dos servidores do BC leva em consideração a Lei de Responsabilidade Fiscal, sem previsão de acordo para a categoria

Com quase 90 episódios — ou melhor, dias —, a novela da greve dos servidores do Banco Central (BC) entrou em reta final e deve ser premiada como a segunda maior paralisação de funcionários públicos da história do país; só perde para a paralisação dos professores de São Paulo em 2021, que durou 120 dias.
Em assembleia geral nesta terça-feira (28), os servidores do BC decidiram manter a greve até 4 de julho. E o episódio final será acompanhado de um ato nacional pela valorização da carreira de Especialista da autarquia, em formato virtual.
“Vamos protestar contra a falta de diálogo e contra o desrespeito por parte do sr. Roberto Campos Neto em relação às demandas dos servidores”, afirma o presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), Fábio Faad, em nota.
Noventa e quatro dias será o tempo exato em que os servidores terão permanecido com os braços cruzados, resultando em atrasos e suspensão de atividades do Banco Central, além do desgaste entre os funcionários públicos e o presidente Roberto Campos Neto.
Nesse período de paralisação apenas o PIX e as últimas duas reuniões do Comitê de Autoridade Monetária (Copom) saíram (quase) ilesos.
Por que os servidores do BC entraram em greve?
Os servidores cruzaram os braços em 1º de abril reivindicando um reajuste salarial de 27% e a reestruturação da carreira.
Leia Também
Mas a demanda mudou ao longo da greve. Buscando diálogo com o governo e com o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, os servidores fizeram uma contraproposta no início de junho em que o percentual de reajuste era a metade do inicial, de 13,5%.
Contudo, nada foi acordado até agora — e sem expectativas que aconteça, já que o presidente do BC entrou em período de férias hoje (28).
O fim da greve também não é sinônimo de desistência ou sinal de acordo. O dia 4 de julho, decretado como data final, é o último dia para a concessão de reajustes, seguindo o calendário eleitoral.
Isso porque a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) determina que nenhum benefício pode ser criado ou reformulado nos 180 dias finais do mandato presidencial, ou seja, em todo o segundo semestre deste ano.
Atividades afetadas
O primeiro efeito da greve dos servidores foi a paralisação do Boletim Focus, publicação semanal com as projeções do mercado financeiro sobre os indicadores econômicos.
Desde o início da paralisação, deu para contar nos dedos de uma única mão o número de publicações: em abril, durante uma breve suspensão da greve por 20 dias, e uma versão parcial para a realização do último Copom, nos dias 14 e 15 de junho.
A consulta do "dinheiro esquecido" e a segunda rodada de saques, que estava programada para começar em 2 de maio, permanece sem previsão de volta.
Também em razão da greve do BC, os planos de lançamento da "criptomoeda" do Real foram adiados para 2024, já que o real digital sequer iniciou a fase de testes — previsto para acontecerem neste ano, mas que ficou para o 2023.
Além delas, podemos citar a suspensão da Ptax diária (taxa de conversão entre dólar e real; euro e real), da assinatura de processos de autorização no sistema financeiro e o adiamento da divulgação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI).
Greves de servidores mais longas da história
A greve dos servidores do BC é, de longe, a mais longa da história da autarquia. Contudo, não é a manifestação organizada por funcionários públicos que mais durou na história recente do país — ainda que tenha chegado, razoavelmente, perto.
Historicamente, o setor de educação é o mais afetado por movimentações de servidores.
Pela diferença de 16 dias, a greve dos professores municipais de São Paulo, em 2021, segue sendo a mais longa com 120 dias de paralisação.
Em período de pandemia, com alta do número de casos e mortes, e volta gradativa às aulas presenciais, os profissionais exigiam a priorização da categoria na imunização contra covid-19, a testagem e a distribuição gratuita de Equipamento de Proteção Individual (EPIs).
Essa movimentação desbancou a greve dos professores do estado paulista em 2012, até então mais duradoura, com 93 dias. Na época, cerca de 8 mil profissionais cruzaram os braços reivindicando o reajuste salarial equiparado aos profissionais do ensino superior, a aplicação plena da jornada e aumento nos valores de vale-transporte e refeição, além do fim da superlotação das salas de aula.
Considerando o funcionalismo federal, a mobilização de servidores federais mais longa aconteceu em 2015, durante a segunda gestão presidencial Dilma Rousseff (PT). Iniciada entre maio e julho, os professores das universidades federais e servidores do INSS não atuaram por 139 dias.
Porém, o movimento não foi unificado. Ou seja, nem todos os funcionários públicos das duas categorias cruzaram totalmente os braços — por isso, consideramos para essa matéria, a greve dos professores municipais de São Paulo, do ano passado.
De todo modo, considerando as movimentações de servidores públicos em geral ou especificamente no âmbito federal, a greve do BC é a segunda mais longa até agora.
Prazo de validade: Ibovespa tenta acompanhar correção das bolsas internacionais, mas ainda há um Trump no meio do caminho
Bolsas recuperam-se parcialmente das perdas dos últimos dias, mas ameaça de Trump à China coloca em risco a continuidade desse movimento
Banco Master: Reunião do Banco Central indica soluções para a compra pelo BRB — propostas envolvem o BTG
Apesar do Banco Central ter afirmado que a reunião tratou de “temas atuais”, fontes afirmam que o encontro foi realizado para discutir soluções para o Banco Master
Um café e um pão na chapa na bolsa: Ibovespa tenta continuar escapando de Trump em dia de payroll e Powell
Mercados internacionais continuam reagindo negativamente a Trump; Ibovespa passou incólume ontem
Pix parcelado já tem data marcada: Banco Central deve disponibilizar atualização em setembro e mecanismo de devolução em outubro
Banco Central planeja lançar o Pix parcelado, aprimorar o Mecanismo Especial de Devolução e expandir o pagamento por aproximação ainda em 2025; em 2026, chega o Pix garantido
Trump Day: Mesmo com Brasil ‘poupado’ na guerra comercial, Ibovespa fica a reboque em sangria das bolsas internacionais
Mercados internacionais reagem em forte queda ao tarifaço amplo, geral e irrestrito imposto por Trump aos parceiros comerciais dos EUA
Não haverá ‘bala de prata’ — Galípolo destaca desafios nos canais de transmissão da política monetária
Na cerimônia de comemoração dos 60 anos do Banco Central, Gabriel Galípolo destacou a força da instituição, a necessidade de aprimorar os canais de transmissão da política monetária e a importância de se conectar com um público mais amplo
Banco Master: Compra é ‘operação resgate’? CDBs serão honrados? BC vai barrar? CEO do BRB responde principais dúvidas do mercado
O CEO do BRB, Paulo Henrique Costa, nega pressão política pela compra do Master e endereça principais dúvidas do mercado
Vale tudo na bolsa? Ibovespa chega ao último pregão de março com forte valorização no mês, mas de olho na guerra comercial de Trump
O presidente dos Estados Unidos pretende anunciar na quarta-feira a imposição do que chama de tarifas “recíprocas”
Protege contra a inflação e pode deixar a Selic ‘no chinelo’: conheça o ativo com retorno-alvo de até 18% ao ano e livre de Imposto de Renda
Investimento garimpado pela EQI Investimentos pode ser “chave” para lucrar com o atual cenário inflacionário no Brasil; veja qual é
Nubank (ROXO34): Safra aponta alta da inadimplência no roxinho neste ano; entenda o que pode estar por trás disso
Uma possível explicação, segundo o Safra, é uma nova regra do Banco Central que entrou em vigor em 1º de janeiro deste ano.
Esporte radical na bolsa: Ibovespa sobe em dia de IPCA-15, relatório do Banco Central e coletiva de Galípolo
Galípolo concederá entrevista coletiva no fim da manhã, depois da apresentação do Relatório de Política Monetária do BC
Ato falho relevante: Ibovespa tenta manter tom positivo em meio a incertezas com tarifas ‘recíprocas’ de Trump
Na véspera, teor da ata do Copom animou os investidores brasileiros, que fizeram a bolsa subir e o dólar cair
Selic em 14,25% ao ano é ‘fichinha’? EQI vê juros em até 15,25% e oportunidade de lucro de até 18% ao ano; entenda
Enquanto a Selic pode chegar até 15,25% ao ano segundo analistas, investidores atentos já estão aproveitando oportunidades de ganhos de até 18% ao ano
Sem sinal de leniência: Copom de Galípolo mantém tom duro na ata, anima a bolsa e enfraquece o dólar
Copom reitera compromisso com a convergência da inflação para a meta e adverte que os juros podem ficar mais altos por mais tempo
Cuidado com a cabeça: Ibovespa tenta recuperação enquanto investidores repercutem ata do Copom
Ibovespa caiu 0,77% na segunda-feira, mas acumula alta de quase 7% no que vai de março diante das perspectivas para os juros
Inocentes ou culpados? Governo gasta e Banco Central corre atrás enquanto o mercado olha para o (fim da alta dos juros e trade eleitoral no) horizonte
Iminência do fim do ciclo de alta dos juros e fluxo global favorecem, posicionamento técnico ajuda, mas ruídos fiscais e políticos impõem teto a qualquer eventual rali
Eles perderam a fofura? Ibovespa luta contra agenda movimentada para continuar renovando as máximas do ano
Ata do Copom, balanços e prévia da inflação disputam espaço com números sobre a economia dos EUA nos próximos dias
Agenda econômica: Ata do Copom, IPCA-15 e PIB nos EUA e Reino Unido dividem espaço com reta final da temporada de balanços no Brasil
Semana pós-Super Quarta mantém investidores em alerta com indicadores-chave, como a Reunião do CMN, o Relatório Trimestral de Inflação do BC e o IGP-M de março
Juros nas alturas têm data para acabar, prevê economista-chefe do BMG. O que esperar do fim do ciclo de alta da Selic?
Para Flávio Serrano, o Banco Central deve absorver informações que gerarão confiança em relação à desaceleração da atividade, que deve resultar em um arrefecimento da inflação nos próximos meses
Não fique aí esperando: Agenda fraca deixa Ibovespa a reboque do exterior e da temporada de balanços
Ibovespa interrompeu na quinta-feira uma sequência de seis pregões em alta; movimento é visto como correção