🔴 A TEMPORADA DE BALANÇOS DO 1T25 JÁ COMEÇOU – CONFIRA AS NOTÍCIAS, ANÁLISES E RECOMENDAÇÕES

Victor Aguiar

Victor Aguiar

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.

Dias caóticos

Guerra comercial domina as atenções e Ibovespa acumula queda de 1,82% na semana

A semana foi marcada pela escalada nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China. Nesse contexto, as bolsas americanas passaram por uma forte correção — e arrastaram o Ibovespa para baixo

Victor Aguiar
Victor Aguiar
10 de maio de 2019
10:38 - atualizado às 11:52
Selo marca a cobertura de mercados do Seu Dinheiro para o fechamento da Bolsa
Ibovespa teve nova queda, mas conseguiu sustentar o nível dos 94 mil pontos - Imagem: Seu Dinheiro

Estados Unidos e China trocaram tiros nesta semana. E os mercados ficaram no meio da linha de fogo.

Basta ver o saldo das bolsas de Nova York: desde segunda-feira, o Dow Jones acumulou queda de 2,11%, o S&P 500 recuou 2,18% e o Nasdaq teve perda de 3,03%. Nesse contexto, o Ibovespa não passou impune teve baixa de 1,82% na semana.

E isso porque a retomada da guerra comercial pegou os mercados de surpresa. Afinal, as negociações entre os governos americano e chinês vinham evoluindo de maneira relativamente tranquila — e, embora um acerto definitivo estivesse encontrando empecilhos, a retórica agressiva parecia ter sido abandonada por ambas as partes.

Parecia.

Tudo mudou no último fim de semana, quando o presidente americano, Donald Trump, foi ao Twitter para reclamar de "injustiças" no comércio mundial, ameaçando elevar as tarifas de importação incidentes sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses, de 10% para 25%, já nesta sexta-feira (10).

O que inicialmente foi entendido como uma bravata logo ganhou dimensões maiores, quando o governo americano confirmou os planos divulgados pelo presidente. O governo chinês reagiu, dizendo que a medida seria prontamente retaliada — e os nervos do mercado ficaram à flor da pele.

Leia Também

Afinal, uma guerra comercial mais ampla tende a desaquecer ainda mais a atividade global, podendo gerar desdobramentos nos mais diferentes setores da economia. É bom lembrar que a China e os Estados Unidos têm papéis fundamentais no comércio internacional, e as disputas podem gerar distorções difíceis de serem mensuradas.

O clima piorou ainda mais nesta manhã, quando Trump voltou ao Twitter para dizer que "não tem pressa" nas negociações com o país asiático, e que um processo para sobretaxar mais US$ 325 bilhões em produtos chineses já estava em andamento.

"De certa forma, a alta nas tarifas nesta sexta-feira já tinha sido precificada, o mercado já trabalhava com esse cenário. O ponto principal é que o Trump ameaçou que pode tarifar mais", diz Rafael Passos, analista da Guide Investimentos. "A guerra comercial segue mexendo com os mercados lá fora e traz um impacto negativo ao Ibovespa".

Vale lembrar, ainda, que as bolsas americanas estavam em suas máximas históricas no fim de abril. Assim, com a escalada nas tesões comerciais, os mercados não hesitaram em realizar os lucros e promover um movimento de correção mais acentuado.

Morde e assopra

As bolsas de Nova York, contudo, tiveram um momento de alívio nesta tarde, reagindo a declarações mais amenas dadas por autoridades americanas. Desde ontem, uma delegação chinesa está em Washington, dando continuidade às negociações comerciais entre os países — mas, em meio à tensão, a expectativa de um desfecho amigável era baixa.

No início da tarde, o secretário do Tesouro dos EUA, Steve Mnuchin, afirmou que as conversas entre os governos americano e chinês nesta sexta-feira foram "construtivas". E, pouco antes do fechamento, Trump disse — novamente via Twitter — que as duas potências tiveram conversas "amistosas", e que sua relação com o presidente da China, Xi Jinping, permanece "muito forte".

"As conversas continuarão no futuro. No meio tempo, os Estados Unidos impuseram tarifas à China, que podem ou não ser removidas dependendo do que acontecerá em relação às negociações daqui para frente", escreveu Trump.

Com isso, as bolsas americanas se recuperaram e, após chegarem a cair mais de 1% durante a manhã, conseguiram fechar no campo positivo: o Dow Jones subiu 0,44%, o S&P 500 teve alta de 0,37% e o Nasdaq avançou 0,08%.

Quer entender melhor como a guera comercial afeta seus investimentos? A repórter Julia Wiltgen te explica:

E o Ibovespa?

Por aqui, o principal índice da bolsa brasileira fechou em queda de 0,58%, aos 94.257,56 pontos — longe das mínimas do dia, quando chegou a tocar os 93.234,12 pontos (-1,66%). Na semana, as perdas somaram 1,82% e, em maio, já chegam a 2,18%.

O desempenho da bolsa brasileira foi menos negativo que o visto em Nova York porque fatores locais deram alguma sustentação aos ativos por aqui. Nesta semana, tiveram início as discussões da comissão especial da Câmara a respeito da reforma da Previdência — e, além disso, sinais de avanço na articulação política agradaram o mercado.

Dólar e juros

O dólar à vista também sentiu os efeitos da tensão global. Hoje, fechou em queda de 0,17%, aos R$ 3,9453, mas, no acumulado da semana, teve alta de 0,16%. Com isso, a moeda americana chegou ao décimo sétimo pregão acima do nível de R$ 3,90.

As curvas de juros, por outro lado, tiveram uma semana tranquila, em meio à postura "paciente" do Copom em relação à Selic — a autoridade monetária manteve a taxa em 6,5% ao ano.

E, hoje, um novo fator manteve os DIs em baixa: a inflação medida pelo IPCA fechou abril em alta de 0,57%, abaixo da mediana das estimativas de analistas consultados pelo Broadcast, que apontava para 0,63%.

Com a inflação ficando abaixo das projeções, parte do mercado começa a apostar em eventuais cortes na Selic no futuro. Assim, os DIs para janeiro de 2020 ficaram estáveis em 6,40%, e os com vencimento em janeiro de 2021 recuaram de 6,93% para 6,89%.

Na ponta longa, as curvas para janeiro de 2023 tiveram queda de 8,06% para 8,00%, enquanto as com vencimento em janeiro de 2025 foram de 8,58% para 8,53%.

Prejuízo na Vale

Diversas empresas do Ibovespa reportaram seus números trimestrais desde a noite de ontem — e, hoje, o mercado repercutiu esses dados.

Entre os destaques nesse front, destaque para a Vale, que reportou prejuízo líquido de US$ 1,642 bilhão, revertendo o ganho de US$ 1,590 bilhão apurado no mesmo período do ano passado.

A mineradora ainda estima que as despesas relacionadas a Brumadinho cheguem a US$ 4,504 bilhões. Os papéis ON da Vale (VALE3) passaram a primeira metade do pregão oscilando perto da estabilidade, mas ganharam força durante a tarde e fecharam em alta de 1,9% — o minério de ferro teve alta de 1,95% na China, o que ajudou a compensar eventuais reações negativas ao balanço.

Em relatório, os analistas Fernando Bresciani e Pedro Galdi, da corretora Mirae Asset, ressaltam que a Vale contabilizou grande parte do acidente, mas não tudo, já que novos desdobramentos e processos irão surgir ao longo do tempo. Eles ainda destacam a elevação no endividamento da empresa, chegando a US$ 12 bilhões em março.

"Seguimos com recomendação de compra para as ações ON da Vale, deixando claro que os efeitos do acidente irão contaminar a linha final de seu DRE no ano, mas o resultado operacional ainda virá muito forte", escrevem.

Suzano sob pressão

As ações ON da Suzano (SUZB3) caíram 8,72% e tiveram a maior queda do Ibovespa hoje, com o mercado reagindo mal ao prejuízo líquido de R$ 1,229 bilhão apurado no primeiro trimestre deste ano, ante lucro de R$ 1,428 bilhão nos três primeiros meses de 2018.

Em relatório, o Itaú BBA afirma que a Suzano entregou números "relativamente fracos" no trimestre, mas que ficaram em linha com as projeções feitas pelo banco. "Houve um novo aumento significativo nos estoques, mas reduções na produção podem ajudar a solucionar essa questão".

B2W despenca

Os papéis ON da B2W (BTOW3) também apareceram entre as maiores as perdas do Ibovespa, em queda de 6,50%. A empresa registrou prejuízo líquido de R$ 139,2 milhões no primeiro trimestre deste ano, cifra 19,1% maior que a perda contabilizada no mesmo intervalo de 2018.

Para o Safra, os resultados da B2W foram fracos, com o GMV vindo 4% abaixo do esperado e o prejuízo líquido ficando 14% maior que as projeções do banco.

Educação no azul

As empresas do setor de educação tiveram um dia positivo, com os balanços da Estácio e da Ser Educacional sendo bem recebidos pelo mercado e aumentando as expectativas em relação aos resultados da Kroton, que serão divulgados na próxima quarta-feira (15).

E, em meio ao otimismo do mercado com o setor, os papéis ON da Kroton (KROT3) lideraram os ganhos do Ibovespa hoje, fechando em alta de 5,1% — Estácio ON (ESTC3) subiu 2,11%. Fora do índice, Ser Educacional ON (SEER3) teve ganho de 5,09%.

Balanços e mais balanços

Além das empresas citadas acima, outras nove companhias que integram o Ibovespa reportaram seus números trimestrais desde o fechamento de quinta-feira. Você pode conferir um resumo dos principais resultados divulgados recentemente nesta matéria especial do Seu Dinheiro.

Veja como fecharam as ações das demais empresas do índice que reportaram seus balanços recentemente:

  • B3 ON (B3SA3): -2,77%
  • BR Malls ON (BRML3): -0,41%
  • BRF ON (BRFS3): -2,77%
  • CVC ON (CVCB3): -8,58%
  • Cyrela ON (CYRE3): -0,58%
  • Lojas Americanas PN (LAME4): -3,75%
  • Qualicorp ON (QUAL3): +0,39%
  • Rumo ON (RAIL3): -0,40%
  • Sabesp ON (SBSP3) -4,18%

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
Mundo FIIs

Fundos imobiliários: ALZR11 anuncia desdobramento de cotas e RBVA11 faz leilão de sobras; veja as regras de cada evento

30 de abril de 2025 - 11:06

Alianza Trust Renda Imobiliária (ALZR11) desdobrará cotas na proporção de 1 para 10; leilão de sobras do Rio Bravo Renda Educacional (RBVA11) ocorre nesta quarta (30)

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado

30 de abril de 2025 - 8:03

Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos

DERRETENDO

Azul (AZUL4) volta a tombar na bolsa; afinal, o que está acontecendo com a companhia aérea?

29 de abril de 2025 - 17:09

Empresa enfrenta situação crítica desde a pandemia, e resultado do follow-on, anunciado na semana passada, veio bem abaixo do esperado pelo mercado

EM ALTA

Prio (PRIO3): banco reitera recomendação de compra e eleva preço-alvo; ações chegam a subir 6% na bolsa

29 de abril de 2025 - 12:02

Citi atualizou preço-alvo com base nos resultados projetados para o primeiro trimestre; BTG também vê ação com bons olhos

MERCADO DE METAIS ESSENCIAIS

Bolsa de Metais de Londres estuda ter preços mais altos para diferenciar commodities sustentáveis

29 de abril de 2025 - 9:15

Proposta de criar prêmios de preço para metais verdes como alumínio, cobre, níquel e zinco visa incentivar práticas responsáveis e preparar o mercado para novas demandas ambientais

GOVERNANÇA CORPORATIVA

Tupy (TUPY3): Com 95% dos votos a distância, minoritários devem emplacar Mauro Cunha no conselho

29 de abril de 2025 - 8:30

Acionistas se movimentam para indicar Cunha ao conselho da Tupy após polêmica troca do CEO da metalúrgica

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA

29 de abril de 2025 - 8:25

Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente

28 de abril de 2025 - 20:00

Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.

VOO BAIXO

Azul (AZUL4) chega a cair mais de 10% (de novo) e lidera perdas do Ibovespa nesta segunda-feira (28)

28 de abril de 2025 - 14:43

O movimento de baixa ganhou força após a divulgação, na última semana, de uma oferta pública primária

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços

28 de abril de 2025 - 8:06

Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana

ABRINDO OS TRABALHOS

Nova temporada de balanços vem aí; saiba o que esperar do resultado dos bancos

28 de abril de 2025 - 6:05

Quem abre as divulgações é o Santander Brasil (SANB11), nesta quarta-feira (30); analistas esperam desaceleração nos resultados ante o quarto trimestre de 2024, com impactos de um trimestre sazonalmente mais fraco e de uma nova regulamentação contábil do Banco Central 

AÇÕES EM PETRÓLEO

Prio (PRIO3): Conheça a ação com rendimento mais atrativo no setor de petróleo, segundo o Bradesco BBI

26 de abril de 2025 - 16:47

Destaque da Prio foi mantido pelo banco apesar da revisão para baixo do preço-alvo das ações da petroleira.

CONCESSIONÁRIAS

Negociação grupada: Automob (AMOB3) aprova grupamento de ações na proporção 50:1

26 de abril de 2025 - 12:40

Com a mudança na negociação de seus papéis, Automob busca reduzir a volatilidade de suas ações negociadas na Bolsa brasileira

BOLSA BRASILEIRA

Evasão estrangeira: Fluxo de capital externo para B3 reverte após tarifaço e já é negativo no ano

26 de abril de 2025 - 11:12

Conforme dados da B3, fluxo de capital externo no mercado brasileiro está negativo em R$ 242,979 milhões no ano.

3 REPETIÇÕES DE SMFT3

Smart Fit (SMFT3) entra na dieta dos investidores institucionais e é a ação preferida do varejo, diz a XP

25 de abril de 2025 - 19:15

Lojas Renner e C&A também tiveram destaque entre as escolhas, com vestuário de baixa e média renda registrando algum otimismo em relação ao primeiro trimestre

QUEDA LIVRE

Ação da Azul (AZUL4) cai mais de 30% em 2 dias e fecha semana a R$ 1,95; saiba o que mexe com a aérea

25 de abril de 2025 - 18:03

No radar do mercado está o resultado da oferta pública de ações preferenciais (follow-on) da companhia, mais um avanço no processo de reestruturação financeira

Conteúdo Empiricus

Ibovespa: Dois gatilhos podem impulsionar alta da bolsa brasileira no segundo semestre; veja quais são

25 de abril de 2025 - 14:58

Se nos primeiros quatro meses do ano o Ibovespa tem atravessado a turbulência dos mercados globais em alta, o segundo semestre pode ser ainda melhor, na visão estrategista-chefe da Empiricus

AGORA TEM FONTE

Se errei, não erro mais: Google volta com o conversor de real para outras moedas e adiciona recursos de segurança para ter mais precisão nas cotações

25 de abril de 2025 - 14:00

A ferramenta do Google ficou quatro meses fora do ar, depois de episódios nos quais o conversor mostrou a cotação do real bastante superior à realidade

TCHAU, B3!

OPA do Carrefour (CRFB3): de ‘virada’, acionistas aprovam saída da empresa da bolsa brasileira

25 de abril de 2025 - 13:42

Parecia que ia dar ruim para o Carrefour (CRFB3), mas o jogo virou. Os acionistas presentes na assembleia desta sexta-feira (25) aprovaram a conversão da empresa brasileira em subsidiária integral da matriz francesa, com a consequente saída da B3

DEPOIS DO BALANÇO DO 1T25

Vale (VALE3) sem dividendos extraordinários e de olho na China: o que pode acontecer com a mineradora agora; ações caem 2%

25 de abril de 2025 - 13:14

Executivos da companhia, incluindo o CEO Gustavo Pimenta, explicam o resultado financeiro do primeiro trimestre e alertam sobre os riscos da guerra comercial entre China e EUA nos negócios da empresa

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar