O Ibovespa tentou chegar a um novo recorde de fechamento, mas bateu na trave
A expectativa do mercado em relação à tramitação da reforma da Previdência levou o Ibovespa para além dos 102 mil pontos, mas não foi suficiente para atingir uma nova máxima de fechamento

Os mercados acionários tiveram uma exibição de gala nesta quarta-feira (3). Nos Estados Unidos e na Europa, as principais bolsas fecharam a sessão com uma vantagem elástica no placar — e, no Brasil, o Ibovespa não ficou para trás: no apito final, o placar indicava uma goleada de 1,43%, levando o índice aos 102.043,11 pontos.
Mas, apesar da alta expressiva, a torcida do Ibovespa deixou o estádio com um gosto amargo na boca. Afinal, com os ganhos de hoje, o Dow Jones, o S&P 500 e o Nasdaq atingiram novos recordes de fechamento — a bolsa brasileira bem que tentou seguir os passos dos mercados americanos, mas ficou a um triz da máxima histórica.
A maior pontuação já obtida pelo Ibovespa no encerramento do pregão é de 102.062,33 pontos, registrada no dia 24 de junho — na máxima intradiária, o índice chegou a bater os 102.176,96 pontos nesta quarta-feira (+1,56%), mas não conseguiu se sustentar nesse nível.
O Ibovespa se lançou ao ataque ainda nos minutos iniciais da sessão de hoje, empurrado pela expectativa das arquibancadas em relação à reforma da Previdência. Embora o meio de campo em Brasília continue embolado, o tom foi de otimismo quanto ao cumprimento do cronograma da tramitação do projeto.
A confiança dos agentes financeiros aumentou quando o presidente da comissão especial que discute a reforma na Câmara, deputado Marcelo Ramos, convocou uma reunião extraordinária para o início da tarde — em pauta, estava a "votação do parecer do relator".
Antes de a bola rolar, os mercados mostravam-se receosos porque, após a leitura do relatório complementar na noite de ontem, Ramos não havia convocado sessão para esta quarta-feira — o que aumentou os temores quanto a um novo atraso no cronograma de tramitação da pauta.
Leia Também
O agendamento da reunião inflamou a torcida e deu confiança ao Ibovespa, que ganhou força ao longo da tarde. Mas, apesar de Ramos já ter sinalizado que pretende iniciar hoje o processo de votação da reforma na comissão especial, ainda há incerteza quanto à viabilidade desse plano.
Às 17h00, horário de fechamento dos mercados brasileiros, os trabalhos da comissão ainda não haviam sido iniciados — o próprio Ramos disse que o momento é de paciência para a construção de uma maioria que garanta a aprovação do texto, tanto no colegiado quanto no plenário da Câmara.
Presidente da comissão especial da #ReformaDaPrevidência, deputado @marceloramosam, espera conseguir começar ainda hoje os procedimentos de votação do relatório final da comissão, que teve nova versão apresentada ontem. As negociações continuam. pic.twitter.com/K3DgszZdvf
— Câmara dos Deputados (@camaradeputados) July 3, 2019
Apesar dessa dificuldade, os mercados adotaram uma postura de confiança quanto ao cumprimento do cronograma de tramitação da proposta — o governo pretende receber sinal verde da comissão e do plenário da Câmara, em dois turnos, até o dia 18, quando começa o recesso do Congresso.
Embora ainda haja incerteza quanto ao início da votação já na sessão de hoje, o mercado embarcou numa onda de otimismo, apostando no cumprimento do cronograma de tramitação da proposta. O governo pretende receber sinal verde da comissão e do plenário da Câmara, em dois turnos, até o dia 18, quando começa o recesso do Congresso.
Um economista que prefere não ser identificado pondera que, se tudo correr bem, ainda é possível cumprir os planos do governo e obter a aprovação no plenário da Câmara antes do recesso. "Mas hoje é um dia decisivo, é preciso ter algum avanço", ressalta.
O dólar à vista também teve um dia de alívio: na esteira do otimismo dos agentes financeiros com a Previdência, a moeda americana fechou em queda de 0,76%, a R$ 3,8261.
#quartou
Nos Estados Unidos, a sessão desta quarta-feira foi mais curta: os mercados acionários fecharam às 14h00, em antecipação ao feriado de 4 de julho, dia da independência do país. E, lá fora, as negociações assumiram um tom bastante positivo, levando os índices acionários ao topo da tabela
O Dow Jones terminou em alta de 0,67%, aos 26.966 pontos; o S&P 500 avançou 0,76%, aos 2.995,82 pontos e o Nasdaq teve ganho de 0,75%, aos 8.170,23 pontos — novas máximas históricas para os três índices.
Na Europa, o tom foi igualmente positivo: as principais praças fecharam o dia no campo positivo, e o índice pan-europeu Stoxx 600 teve ganho de 0,85%.
Toda essa onda de calmaria se deve às perspectivas de corte de juros pelos bancos centrais. Na Europa, a notícia de Christine Lagarde, do FMI, foi nomeada como candidata à presidência do Banco Central Europeu (BCE) trouxe animação aos mercados, uma vez que ela é vista como uma liderança que não hesitaria em promover ajustes negativos na taxa de juros da região, caso necessário.
Já as bolsas de Nova York refletiram a percepção de que o Federal Reserve (Fed) irá promover cortes na taxa de juros do país, em meio aos dados econômicos mostrando fraqueza na atividade local. O setor privado americano criou 102 mil vagas de trabalho em julho, abaixo do esperado por analistas, que projetavam a geração de 135 mil postos.
Os mercados americanos permanecerão fechados nesta quinta-feira, reabrindo apenas na sexta.
Juros em baixa
Acompanhando o otimismo generalizado a respeito da tramitação da reforma, as curvas de juros fecharam em baixa, tanto na ponta curta quanto na longa. Ao início do dia, quando a tensão a respeito da Previdência era maior, os DIs chegaram a operar em alta.
Na ponta curta, as curvas para janeiro de 2021 fecharam em queda de 5,83% para 5,79%; no vértice longo, os DIs com vencimento em janeiro de 2023 recuaram de 6,65% para 6,55%, enquanto os para janeiro de 2025 foram de 7,10% para 7,03%.
O cronograma da reforma da Previdência afeta especialmente as curvas mais curtas, uma vez que o Banco Central (BC) já sinalizou que um corte na taxa Selic está condicionado a um avanço concreto na tramitação. Caso o texto seja aprovado no plenário da Câmara antes do recesso, há a perspectiva de ajuste negativo na Selic já na próxima reunião do Copom, nos dias 30 e 31 de julho.
Voo tranquilo
As ações das companhias aéreas foram o destaque positivo do Ibovespa nesta quarta-feira. Gol PN (GOLL4) subiu 9,59%, a R$ 35,44, e liderou os ganhos do índice; Azul PN (AZUL4) avançou 4,13%, a R$ 44,16.
Esse forte desempenho está relacionado a um relatório divulgado mais cedo pelo Goldman Sachs. O banco acredita que, entre as companhias aéreas que atuam no Brasil, a Gol tende a ser a maior beneficiada com a suspensão das operações da Avianca Brasil.
Nesse cenário, o Goldman Sachs elevou a recomendação para as ações da Gol, de neutro para compra, estabelecendo preço-alvo de R$ 43,20 para os papéis — um potencial de alta de mais de 21% em relação à cotação de hoje. A instituição também prevê um impulso nas atividades da Azul em função da saída da Avianca Brasil do mercado, mas em menor escala que o da Gol.
Assim, o banco manteve a recomendação para as ações da Azul em neutro, com preço-alvo de R$ 49,70 — o que implica num espaço adicional de valorização de 12,5% em relação ao valor atual.
Otimismo renovado
Quem também tem um desempenho positivo na sessão de hoje é a Via Varejo. Os papéis ON da empresa (VVAR3) subiram 8,81% e tiveram o segundo melhor desempenho do Ibovespa nesta quarta-feira.
O mercado segue reagindo positivamente ao noticiário referente às mudanças no alto escalão da companhia após a ascensão da família Klein ao comando, dando um voto de confiança à nova gestão.
A Via Varejo escolheu o executivo Roberto Fulcherberguer como presidente da companhia e começou a fazer uma ofensiva sobre executivos da concorrência, em especial do Magazine Luiza. A dona das Casas Bahia e do Ponto Frio tirou Ilca Sierra da rival — ela trocou a área de marketing multicanais do Magalu pela operação online da Via Varejo.
Somente nesta semana, as ações ON da Via Varejo já acumulam ganhos de mais de 15%.
Bancos em alta
Os ativos do setor bancário sobem em bloco e dão força ao Ibovespa nesta quarta-feira, na esteira da percepção positiva dos mercados em relação à Previdência. Dentro desse segmento, destaque para Banco do Brasil ON (BBAS3), que terminou em alta de 2,09%.
Ainda no setor, Itaú Unibanco PN (ITUB4) teve ganho de 1,72%, Bradesco ON (BBDC3) subiu 1,88% e Bradesco PN (BBDC4) avançou 1,35%. Já as units do Santander Brasil (SANB11) valorizaram 1,17%.
Quer ter um Porsche novinho? Pois então aperte os cintos: a Volkswagen quer fazer o IPO da montadora de carros esportivos
Abertura de capital da Porsche deve acontecer entre o fim de setembro e início de outubro; alguns investidores já demonstraram interesse no ativo
BTG Pactual tem a melhor carteira recomendada de ações em agosto e foi a única entre as grandes corretoras a bater o Ibovespa no mês
Indicações da corretora do banco tiveram alta de 7,20%, superando o avanço de 6,16% do Ibovespa; todas as demais carteiras do ranking tiveram retorno positivo, porém abaixo do índice
Small caps: 3R (RRRP), Locaweb (LWSA3), Vamos (VAMO3) e Burger King (BKBR3) — as opções de investimento do BTG para setembro
Banco fez três alterações em sua carteira de small caps em relação ao portfólio de agosto; veja quais são as 10 escolhidas para o mês
Passando o chapéu: IRB (IRBR3) acerta a venda da própria sede em meio a medidas para se reenquadrar
Às vésperas de conhecer o resultado de uma oferta primária por meio da qual pretende levantar R$ 1,2 bilhão, IRB se desfaz de prédio histórico
Chega de ‘só Petrobras’ (PETR4): fim do monopólio do gás natural beneficia ação que pode subir mais de 50% com a compra de ativos da estatal
Conheça a ação que, segundo analista e colunista do Seu Dinheiro, representa uma empresa com histórico de eficiência e futuro promissor; foram 1200% de alta na bolsa em quase 20 anos – e tudo indica que esse é só o começo de um futuro triunfal
Mais um banco se rende à Cielo (CIEL3) e passa a recomendar a compra da ação, mesmo após alta de quase 200% neste ano
Com potencial de alta de quase 30% estimado para os papéis, os analistas do Credit Suisse acreditam que você deveria incluir as ações da empresa de maquininhas no seu portfólio
IRB lança oferta primária restrita, mas limita operação a R$ 1,2 bilhão e antecipa possibilidade de um descontão; IRBR3 é a maior alta do Ibovespa hoje
Resseguradora busca reenquadramento da cobertura de provisões técnicas e de liquidez regulatória para continuar operando
Dividendos: Porto Seguro (PSSA3) anuncia quase R$ 400 milhões em JCP; Kepler Weber (KEPL3) também distribuirá proventos
Data de corte é a mesma em ambos os casos; veja quem tem direito a receber os proventos das empresas
Oi (OIBR3) confirma venda de operação fixa para subsidiária da Highline; transação pode alcançar R$ 1,7 bilhão
Proposta da NK 108, afiliada da Highline, foi a única válida no leilão realizado ontem; negócio envolve cerca de 8 mil torres da Oi
Depois de bons resultados nos setores de gás e energia, gigante de infraestrutura está conquistando espaço, também, na mineração – e promete assustar a Vale (VALE3)
Um crescimento mínimo de 50%: é isso que time de analistas espera para uma ação que custa, hoje, 20% a menos do que sua média histórica; saiba como aproveitar
Ibovespa interrompe sequência de 4 semanas em alta; veja as ações que mais caíram – e um setor que subiu em bloco
Ibovespa foi prejudicado por agenda fraca na semana, mas houve um setor que subiu em bloco; confira as maiores altas e baixas do período
Dá pra personalizar mais? Americanas (AMER3) fecha parceria com o Google em busca de mais eficiência e melhor experiência para clientes
Acordo entre a Americanas e o Google prevê hiperpersonalização da experiência do cliente e otimização de custos operacionais
Bed Bath & Beyond desaba mais de 40% em Wall Street — e o ‘culpado’ é um dos bilionários da GameStop; entenda
Ryan Cohen, presidente do conselho da GameStop, vendeu todas as suas ações na varejista de itens domésticos e embolsou US$ 60 milhões com o negócio
Unindo os jalecos: acionistas do Fleury (FLRY3) e Hermes Pardini (PARD3) aprovam a fusão entre as companhias
Os acionistas de Fleury (FLRY3) e Hermes Pardini (PARD3) deram aval para a junção dos negócios das companhias; veja os detalhes
JBS (JBSS3) é a ação de alimentos favorita do BofA, mas banco vê menor potencial de alta para o papel; ainda vale a pena comprar?
Analistas revisaram para baixo o preço-alvo do papel, para R$ 55, devido à expectativa de queda nas margens da carne bovina dos EUA, correspondente a 40% das vendas da empresa
Irani anuncia recompra de até 9,8 milhões de ações na B3; o que isso significa para o acionista de RANI3?
A empresa disse que quer maximizar a geração de valor para os seus investidores por meio da melhor administração da estrutura de capital
Vale (VALE3) perdeu o encanto? Itaú BBA corta recomendação de compra para neutro e reduz preço-alvo do papel
Queridinha dos analistas, Vale deve ser impactada por menor demanda da China, e retorno aos acionistas deve ficar mais limitado, acredita o banco
Soberania da (VALE3) ‘ameaçada’? Melhor ação de infraestrutura da Bolsa pode subir 50%, está entrando na mineração e sai ganhando com o fim do monopólio da Petrobras (PETR4) no setor de gás; entenda
Líder na América Latina, papel está barato, está com fortes investimentos na mineração e é um dos principais nomes do mercado de gás e do agronegócio no Brasil
Nubank (NU; NUBR33) chega a subir 20% após balanço, mas visão dos analistas é mista e inadimplência preocupa
Investidores gostaram de resultados operacionais, mas analistas seguem atentos ao crescimento da inadimplência; Itaú BBA acha que banco digital pode ter subestimado o risco do crédito pessoal
Briga do varejo: Qual é a melhor ação de atacadista para ter na carteira? A XP escolheu a dedo os papéis; confira
O forte resultado do Grupo Mateus (GMAT3) no 2T22 garantiu ao atacadista um convite para juntar-se ao Assaí (ASAI3) na lista de varejistas de alimentos favoritas dos analistas