Vem mais intervenção aí? Dólar dispara pelo quinto dia seguido, Banco Central entra com leilões e Campos Neto diz o que pode acontecer agora
Além de fatores técnicos e da valorização da moeda norte-americana no exterior, um conjunto de questões locais colabora com a escalada da divisa em relação ao real

Quando o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta semana que estava com o dedo no gatilho para agir no mercado de câmbio, não se tratava de uma força de expressão. Cerca de 24 horas depois, o BC mirava no alvo ao anunciar um leilão de dólar — apenas o primeiro desta sexta-feira (30).
Logo pela manhã, o BC ofertou US$ 1,5 bilhão no mercado à vista. A última vez que isso aconteceu foi em abril de 2022.
Esse tipo de operação é usada pelo BC para tentar reduzir o valor da moeda norte-americana, que encostou em R$ 5,66 na quinta-feira (29) após dados do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos levarem a um esfriamento das apostas de corte mais agressivo de juros pelo Federal Reserve (Fed).
No fechamento de quinta-feira (29), o dólar foi negociado a R$ 5,6231, com alta de 1,22%. Além da questão externa, analistas citaram a expectativa sobre os rumos da política monetária brasileira com a indicação de Gabriel Galípolo para assumir o BC no lugar de Campos Neto, cujo mandato acaba em dezembro.
- “O dólar perfeito nunca vai existir”, diz analista Enzo Pacheco ao SD Select. Veja por que você não deve esperar a moeda cair para buscar lucros
Dólar segue em escalada, BC intervém de novo
Não adiantou muito. O dólar continuou sua escalada, acompanhando também um movimento de valorização no exterior, e o Banco Central anunciou mais um leilão no início da tarde.
Dessa vez, o BC ofertou até US$ 1,5 bilhão em swaps cambiais. A operação, que representa injeção nova de recursos no mercado, levou o dólar a uma ligeira queda — vale lembrar que a oferta de swaps equivale, na prática, a venda de dólar futuro.
Leia Também
Na operação, o Banco Central vendeu quase metade da oferta, 15.300 dos 30 mil contratos, ou o equivalente a US$ 765 milhões.
Houve um certo alívio no mercado de câmbio, mas a moeda norte-americana voltou a subir. Por volta de 15h30, o dólar à vista avançava 0,67%, a R$ 5,6610. Na máxima do dia, a moeda norte-americano chegou a R$ 5,6919. Confira a cobertura completa dos mercados hoje.
O movimento de alta do dólar, após o leilão de swap do BC, coincide com a aceleração dos ganhos da moeda norte-americana no exterior — o índice DXY, que compara o dólar a uma cesta de moedas, renovou máxima ao chegar aos 101,770 pontos.
- A HORA É AGORA: veja lista das melhores ações internacionais para comprar antes que os juros caiam nos EUA, segundo analista
Vem mais intervenção aí?
Quem responde a essa pergunta é o próprio Campos Neto. Segundo ele, a função das intervenções do BC no câmbio é atuar na disfuncionalidade.
Campos Neto reiterou que a taxa de câmbio é flutuante, mas enfatizou que o Banco Central tem reservas suficientes para fazer intervenções no mercado quando necessário.
"Se for preciso mais intervenções no câmbio, assim faremos", disse ele durante participação na Expert XP. O Seu Dinheiro acompanhou RCN no evento e você pode conferir mais detalhes.
FUNDOS IMOBILIÁRIOS: O QUE FAZER SE A SELIC CHEGAR A 12%?
Juros nos EUA, cautela fiscal e Lula mexem com o dólar
O comportamento do dólar hoje é uma resposta do mercado ao aumento das apostas no corte de 25 pontos-base dos juros em setembro nos EUA, na esteira do índice de preços para gastos pessoais (PCE) de julho dentro das previsões.
O PCE, indicador de inflação preferido do Federal Reserve (Fed), subiu 0,2% em base mensal e 2,5% em relação ao ano passado, em linha com as estimativas de economistas ouvidos pela Dow Jones. Excluindo alimentos e energia, o PCE também subiu 0,2%.
Mas não é só isso. A compra de dólar hoje também é alimentada pela cautela fiscal e pela condução da política monetária do Banco Central, após novas declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
- Veja projeção de rendimento de R$ 5 mil em um ano. Ferramenta te ajuda a simular a melhor estratégia de investimentos para sua carteira. Confira aqui
Do lado fiscal, o setor público consolidado (governo central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) teve déficit primário de R$ 21,348 bilhões em julho — resultado acima das expectativas e o maior déficit para um mês de julho desde 2023.
Somaram-se ao dado as declarações concedidas mais cedo por Lula. O presidente disse que entenderá se Gabriel Galípolo, seu indicado à presidência do Banco Central, defender o aumento da Selic em algum momento, desde que apresente a fundamentação para isso.
Ainda afirmou que o presidente do BC não tem que defender os interesses do sistema financeiro e do mercado, mas sim "gostar do País" e "pensar na soberania nacional" e falou contra a autonomia do Banco Central.
A valorização do dólar pelo quinto dia seguido responde ainda a fatores técnicos em torno da Ptax no último dia do mês.
Com o pé na pista e o olho no céu: Itaú BBA acredita que esses dois gatilhos vão impulsionar ainda mais a Embraer (EMBR3)
Após correção nas ações desde as máximas de março, a fabricante brasileira de aviões está oferecendo uma relação risco/retorno mais equilibrada, segundo o banco
Ações, ETFs e derivativos devem ficar sujeitos a alíquota única de IR de 17,5%, e pagamento será trimestral; veja todas as mudanças
Mudanças fazem parte da MP que altera a tributação de investimentos financeiros, publicada ontem pelo governo; veja como ficam as regras
Banco do Brasil (BBAS3) supera o Itaú (ITUB4) na B3 pela primeira vez em 2025 — mas não do jeito que o investidor gostaria
Em uma movimentação inédita neste ano, o BB ultrapassou o Itaú e a Vale em volume negociado na B3
Adeus, dividendos isentos? Fundos imobiliários e fiagros devem passar a ser tributados; veja novas regras
O governo divulgou Medida Provisória que tira a isenção dos dividendos de FIIs e Fiagros, e o investidor vai precisar ficar atento às regras e aos impactos no bolso
Fim da tabela regressiva: CDBs, Tesouro Direto e fundos devem passar a ser tributados por alíquota única de 17,5%; veja regras do novo imposto
Governo publicou Medida Provisória que visa a compensar a perda de arrecadação com o recuo do aumento do IOF. Texto muda premissas importantes dos impostos de investimentos e terá impacto no bolso dos investidores
Gol troca dívida por ação e muda até os tickers na B3 — entenda o plano da companhia aérea depois do Chapter 11
Mudança da companhia aérea vem na esteira da campanha de aumento de capital, aprovado no plano de saída da recuperação judicial
Petrobras (PETR4) não é a única na berlinda: BofA também corta recomendação para a bolsa brasileira — mas revela oportunidade em uma ação da B3
O BofA reduziu a recomendação para a bolsa brasileira, de “overweight” para “market weight” (neutra). E agora, o que fazer com a carteira de investimentos?
Cemig (CMIG4), Rumo (RAIL3), Allos (ALOS3) e Rede D’Or (RDOR3) pagam quase R$ 4 bilhões em dividendos e JCP; veja quem tem direito a receber
A maior fatia é da Cemig, cujos proventos são referentes ao exercício de 2024; confira o calendário de todos os pagamentos
Fundo Verde: Stuhlberger segue zerado em ações do Brasil e não captura ganhos com bolsa dos EUA por “subestimar governo Trump”
Em carta mensal, gestora criticou movimentação do governo sobre o IOF e afirmou ter se surpreendido com recuo rápido do governo norte-americano em relação às tarifas de importação
Santander Renda de Aluguéis (SARE11) está de saída da B3: cotistas aprovam a venda do portfólio, e cotas sobem na bolsa hoje
Os investidores aceitaram a proposta do BTG Pactual Logística (BTLG11) e, com a venda dos ativos, também aprovaram a liquidação do FII
Fundo imobiliário do segmento de shoppings vai pagar mais de R$ 23 milhões aos cotistas — e quem não tem o FII na carteira ainda tem chance de receber
A distribuição de dividendos é referente a venda de um shopping localizado no Tocantins. A operação foi feita em 2023
Meu medo de aviões: quando o problema está na bolsa, não no céu
Tenho brevê desde os 18 e já fiz pouso forçado em plena avenida — mas estou fora de investir em ações de companhias aéreas
Bank of America tem uma ação favorita no setor elétrico, com potencial de alta de 23%
A companhia elétrica ganhou um novo preço-alvo, que reflete as previsões macroeconômicas do Brasil e desempenho acima do esperado
Sem dividendos para o Banco do Brasil? Itaú BBA mantém recomendação, mas corta preço-alvo das ações BBSA3
Banco estatal tem passado por revisões de analistas depois de apresentar resultados ruins no primeiro trimestre do ano e agora paga o preço
Santander aumenta preço-alvo de ação que já subiu mais de 120% no ano, mas que ainda pode se valorizar e pagar dividendos
De acordo com analistas do banco, essa empresa do ramo da construção civil tem uma posição forte, sendo negociada com um preço barato mesmo com lucros crescendo em 24%
Dividendos e recompras: por que esta empresa do ramo dos seguros é uma potencial “vaca leiteira” atraente, na opinião do BTG
Com um fluxo de caixa forte e perspectiva de se manter assim no médio prazo, esta corretora de seguros é bem avaliada pelo BTG
“Caixa de Pandora tributária”: governo quer elevar Imposto de Renda sobre JCP para 20% e aumentar CSLL. Como isso vai pesar no bolso do investidor?
Governo propõe aumento no Imposto de Renda sobre JCP e mudanças na CSLL; saiba como essas alterações podem afetar seus investimentos
FIIs e fiagros voltam a entrar na mira do Leão: governo quer tirar a isenção de IR e tributar rendimentos em 5%; entenda
De acordo com fontes ouvidas pelo Valor Econômico, a tributação de rendimentos de FIIs e fiagros, hoje isentos, entra no pacote de medidas alternativas ao aumento do IOF
UBS BB considera que essa ação entrou nos anos dourados com tarifas de Trump como um “divisor de águas”
Importações desse segmento já estão sentindo o peso da guerra comercial — uma boa notícia para essa empresa que tem forte presença no mercado dos EUA
Maior fundo imobiliário de renda urbana da B3 vende imóvel locado pelo Insper por R$ 170 milhões; veja o que muda para os cotistas
O FII anunciou nesta segunda-feira (9) que firmou um acordo para a venda total do edifício localizado na Rua Quatá, em São Paulo