Campos Neto revela os “vilões” que podem pressionar a inflação no Brasil e no mundo — e adiar a queda de juros global
Por aqui, a resiliência da inflação de serviços e o aquecimento do mercado de trabalho se mostram como alguns dos maiores pontos de atenção, segundo presidente do BC

Próximo de seus últimos atos à frente do Banco Central, o presidente Roberto Campos Neto revelou nesta sexta-feira (30) suas projeções para a economia do Brasil — e deu nome aos “vilões” que poderiam fazer pressão sobre a inflação por aqui e no mundo inteiro — e atrasar o início das quedas de juros globais.
No cenário doméstico, a resiliência da inflação de serviços se mostra como um dos maiores pontos de atenção, afirmou Campos Neto durante a Expert XP, encontro anual do mercado financeiro na cidade de São Paulo.
- Leia mais: entenda por que a alta da Selic em 2024 pode não ser “má notícia” para o mercado brasileiro.
Além disso, as expectativas continuam desancoradas, com uma atividade econômica ainda muito forte e um crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) acima do esperado.
O mercado de trabalho aquecido também acende um sinal de alerta para o atual presidente do BC, uma vez que o setor continua dinâmico, com patamares baixos de taxa de desemprego e sem perspectivas de um ponto de inflexão no curto prazo.
Em relação às perspectivas de aperto monetário por aqui, Campos Neto reforçou as apostas de um "ciclo de ajuste gradual" na taxa básica de juros, a Selic.
“Ajustes futuros na taxa de juros serão ditados pelo compromisso para levar a inflação de volta para a meta. Em alguns momentos, os dados de curto prazo têm maior relevância. Se eu forneço um guidance sem muita certeza, há alta probabilidade de mudar essa meta, e isso tem um custo de credibilidade para o Banco Central”, afirmou.
Leia Também
“Quando você está dependente de dados de curto prazo, a credibilidade se conquista com arcabouço técnico e comunicação com transparência. Se e quando houver ciclo de ajuste de juros, será gradual.”
Os “vilões” da inflação no mundo
Já no exterior, a política econômica dos Estados Unidos é vista como um dos principais pontos de preocupação por Campos Neto.
“A política econômica dos Estados Unidos é um ponto de atenção, porque tem pilares comuns: uma política econômica mais dura, um fiscal mais frouxo e um protecionismo muito grande. Esses três pontos significam mais pressão inflacionária. A campanha política norte-americana, com eleições polarizadas, está gerando perspectivas mais inflacionadas.”
Em meio à disputa pela Casa Branca, temas como combate à imigração, protecionismo e um fiscal mais frouxo são parte recorrente dos discursos dos candidatos às eleições presidenciais norte-americanas — e esses três fatores resultariam diretamente em um aumento da pressão inflacionária por lá.
“Estamos em um momento onde existe percepção de desaceleração global. Os Estados Unidos já tem sinalizado que isso, em Jackson Hole, Jerome Powell [presidente do Federal Reserve, o BC dos EUA] deixou clara a percepção de que a convergência da inflação está atingindo um nível próximo da meta e que o mercado de trabalho vai começar a desaquecer”, afirmou.
China e Japão no radar de Campos Neto
Ainda no cenário internacional, a China levanta preocupações em meio às baixas taxas de natalidade e a mudança do modelo econômico, deixando a política industrial para um modelo focado em exportação.
Uma das estratégias chinesas para impulsionar a exportação é através da eletrificação — mas atualmente o gigante asiático enfrenta diversas barreiras protecionistas de outros países para os carros elétricos.
“É um modelo baseado em eletrificação, mas há um forte movimento protecionista contra esse ímpeto da China em exportar itens ligados à eletrificação. Com isso, vemos uma fragmentação do comércio internacional e das cadeias de produção”, disse Campos Neto.
Depois das mudanças de política monetária, o Japão também atraiu os olhos dos formadores de política em meio às intervenções no câmbio e elevação das taxas de juros nipônicas — que resultaram em uma forte desmontagem das arbitragens do carry trade no iene.
O presidente do BC ainda avalia que existe um problema de alto endividamento das economias globais, o que eleva as dificuldades para os países emergentes devido ao aumento do custo de funding (financiamento).
“Ficou claro, e em parte explica a reação do mercado, que existe menor espaço dos governos e dos Bancos Centrais para políticas anticíclicas caso o crescimento caia”, afirmou.
Com aval do Senado, programa de crédito com garantia do FGTS avança para nova fase do consignado privado
A medida, em vigor desde 21 de março, precisava ser votada até 9 de julho para não perder validade e já havia sido aprovada pela Câmara no fim de junho
Onde investir no segundo semestre: Com Trump e rali eleitoral no radar, Ibovespa tem espaço para novos voos, mas renda fixa ainda é estrela com Selic a 15%
Rodrigo Azevedo, ex-diretor do BC, João Piccioni, da Empiricus Asset, e Natalia Szyfman, da Lifetime Investimentos, detalharam o cenário macroeconômico para você saber onde investir no segundo semestre
Mega-Sena entra em julho com o pé na porta e paga R$ 50 milhões para aposta única; Lotofácil e Quina acumulam
Prêmio principal da Mega-Sena sai para aposta efetuada em casa lotérica de Goiânia; Lotofácil corre hoje valendo R$ 5 milhões
Plano Safra 2025/2026 terá R$ 605 bilhões para fortalecer o agro e foco histórico na agricultura familiar
Governo amplia crédito, incentiva práticas sustentáveis e mantém juros reduzidos para alimentos, apesar de alta em algumas linhas
Em meio à disputa em torno do IOF, Haddad diz como pretende fechar o orçamento de 2026
O ministro da Fazenda defendeu as medidas que considera necessárias para cumprir a meta fiscal
Dividendos bilionários vêm aí: BB Seguridade (BBSE3) e Tenda (TEND3) vão distribuir lucros aos acionistas; veja quanto e quando
Soma de dividendos das empresas chega a R$ 3,8 bilhões, e uma delas vai pagar ainda em julho
Lotofácil encerra junho com 2 novos milionários; Mega-Sena pode pagar mais de R$ 50 milhões hoje
Lotofácil não foi a única a distribuir prêmios na segunda-feira; Quina também teve um ganhador, mas ele não ficou milionário
Receita Federal paga hoje o segundo maior lote de restituição do IR da história; veja quem vai embolsar a bolada
O lote também contempla restituições residuais de anos anteriores. Segundo o Fisco, todo o valor vai para quem tem prioridade no reembolso
Agenda Econômica: Fórum do BCE reúne líderes dos maiores BCs do mundo, enquanto payroll, IPC-Fipe e PIB britânico agitam a semana
Produção industrial brasileira, confiança dos negócios no Japão e indicadores da China completam a agenda dos próximos dias e movimentam os mercados antes do feriado nos EUA
Brasil é destaque na América Latina para o BIS, mas banco vê pedras no caminho da economia global — e Trump é uma delas
O relatório anual do BIS mostrou que o cenário internacional também vem pesando na conta das economias ao redor do mundo
Quina de São João é a única loteria a ter novos milionários, enquanto Mega-Sena acumula em R$ 52 milhões
A Quina de São João não foi a única a ter vencedores na categoria principal, mas nenhuma outra loteria fez um novo milionário
Treze apostas dividem prêmio da Quina de São João de 2025; veja quanto cada uma vai embolsar
Além do prêmio principal, a Quina de São João também contou com vencedores nas demais categorias
Sorteados os números da Quina de São João; veja se você é um dos ganhadores
Resultado do rateio da Quina de São João será conhecido dentro de alguns minutos; acompanhe a cobertura do Seu Dinheiro
Já vai começar! Acompanhe ao vivo o sorteio da Quina de São João de 2025
O prêmio está acumulado em R$ 250 milhões e é o maior valor sorteado na história dessa loteria
Warren Buffett faz a maior doação em ações da Berkshire Hathaway; veja como fica a fortuna do “Óraculo de Omaha”
Apesar da doação de peso, o “Óraculo de Omaha” ainda possui 13,8% das ações da Berkshire
Debate sobre aumento do IOF vai parar na mesa do STF: base do governo pede suspensão da derrubada do decreto
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já havia afirmado que recorrer ao STF era uma alternativa para o governo Lula
Conta de luz vai continuar pesando no bolso: Aneel mantém bandeira vermelha em julho
Apesar da chuva ao longo de junho ter melhorado a situação de armazenamento nas hidrelétricas, julho deve registrar chuvas abaixo da média na maior parte do país
Samarco ganha licença para ampliar exploração de minério em região atingida por desastre ambiental
O governo mineiro aprovou por unanimidade o Projeto Longo Prazo, que permite a continuidade da retomada operacional da empresa
É hoje! Quina de São João sorteia R$ 250 milhões neste sábado; confira os números mais sorteados
A Quina de São João ocorre desde 2011 e a chance de acertar as cinco dezenas com uma aposta simples é de uma em mais de 24 milhões
Dividendos e JCP: Itaúsa (ITSA4), Bradesco (BBDC4) e outras 11 empresas pagam proventos em julho; saiba quando o dinheiro cai na conta
O Bradesco (BBDC4) dá o pontapé na temporada de pagamentos, mas não para por aí: outras empresas também distribuem proventos em julho