Em queda pelo quinto dia, a cotação do dólar voltou a chamar a atenção do mercado financeiro e também de quem tem planos de viajar para o exterior. Mas o que fez a moeda norte-americana engatar essa sequência de baixas?
A resposta está na expectativa para a apresentação do novo arcabouço fiscal, que acontece nesta quinta-feira (30). As especulações sobre a proposta têm movimentado os mercados nas últimas semanas, e o dólar se favorece com a perspectiva de uma regra que controle a trajetória da dívida pública.
A moeda americana chegou a ser negociada na mínima do dia, nesta quinta-feira (30), a R$ 5,07, por volta das 9h30 (horário de Brasília) — uma hora antes do anúncio do pacote da regra fiscal. Acompanhe a cobertura completa de mercados.
A equipe econômica prevê, a partir da medida, um controle sobre o gasto público e crescimento da trajetória da dívida — já com a possibilidade de superávit em 2024.
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“Um dos fatores [para a queda do dólar] é o prêmio por conta do [cenário] fiscal, que traz um alívio com o novo texto [de arcabouço fiscal]. Ao mesmo tempo, o dólar vem se enfraquecendo ao longo deste ano ante as moedas emergentes”, afirma Rafael Passos, analista da Ajax Asset Management.
Ainda segundo o analista, o real também reduz o desconto que tinha frente às moedas emergentes — que têm ganhado muita força neste ano — e dos países desenvolvidos com uma nova regra fiscal.
Contudo, ainda com as movimentações do governo sobre o cenário fiscal, o ambiente macroeconômico deve refletir sobre a cotação do dólar. Segundo o último Boletim Focus, a moeda americana deve encerrar 2023 cotada a R$ 5,25.
Apesar da queda recente, o dólar segue acima das mínimas do ano. No dia 2 de fevereiro, a moeda atingiu a cotação de R$ 4,97, mas o câmbio voltou a subir em meio às declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra o Banco Central.