Varejo apresenta números fracos, mas Via (VIIA3) e Magazine Luiza (MGLU3) dão sinais de melhora e sobem quase 20% — enquanto Americanas (AMER3) fica no vermelho
Apesar dos números fracos, as ações descontadas de VIIA3 e MGLU3 sobem forte após as empresas mostrarem melhora na geração de caixa e rentabilidade

Se você vasculhar as reações dos analistas aos números divulgados pelas três principais empresas do setor de varejo listadas na bolsa — Magazine Luiza (MGLU3), Via (VIIA3) e Americanas (AMER3) — poucos serão os adjetivos positivos encontrados.
A piora do cenário macroeconômico, com inflação e juros altos, tem sido o pesadelo do setor nos últimos meses e mesmo com os gestores voltando a apostar no comércio físico e recuperando modelos mais tradicionais de pagamento — como o velho carnê e suas intermináveis parcelas.
As tentativas de aumentar a lucratividade e receita foram consideradas fracas pela maior parte dos analistas, com muitas linhas dos balanços vindo pouco abaixo do esperado e a certeza de que os próximos meses devem seguir sendo desafiadores — ainda que o aumento do Auxílio Brasil e dados recentes de inflação melhorem marginalmente as expectativas.
Apesar disso, tanto a Via (VIIA3) quanto o Magazine Luiza (MGLU3) conseguiram avanços importantes na capacidade de geração de caixa, o que deixa as duas empresas em destaque no Ibovespa, com altas superiores a 15%. O Magalu, por exemplo, desbancou Hapvida (HAPV3) e encerrou o pregão como a maior alta do Ibovespa.
A Americanas (AMER3), por outro, se destacou pelo seu bom desempenho operacional, com o melhor crescimento de receitas e margens, além de ganho de eficiência na combinação de seus negócios, mas viu as suas despesas financeiras dobrarem no período de três meses, o que resultou em um prejuízo de R$ 98 milhões. Ao contrário das suas companheiras de setor, as ações AMER3 aparecem entre os piores desempenhos do dia.
Confira um resumo do que pensam os analistas sobre cada um dos balanços - Via, Magazine Luiza e Americanas.
Leia Também
Magazine Luiza (MGLU3)
Os números: O Magazine Luiza teve um prejuízo líquido de R$ 135 milhões no segundo trimestre, revertendo o lucro de R$ 95,5 milhões do mesmo período do ano passado. O Ebitda ajustado cresceu 8% no período anual, a R$ 498 miçhões, enquanto a receita líquida recuou 5%, a R$ 8,6 bilhões.
O que pensam os analistas:
Apesar de categorizar os números do Magalu como "pobres", os analistas do JP Morgan reforçam que a empresa conseguiu retomar a sua geração de caixa, revertendo a tendência anterior de consumo de recursos. No segundo trimestre, a companhia conseguiu gerar R$ 2,8 bilhões, mas o banco americano não crê na possibilidade de que esse número reverta os resultados fracos apresentados. O braço de crédito da companhia, a LuizaCred, assim como demais instituições financeiras, ampliou as suas provisões. O JP mantém sua recomendação de compra.
A XP Investimentos também destaca a geração de caixa positiva da companhia, mas segue com recomendação neutra para os papéis, já que o cenário macro desafiador e a competitividade do setor seguem sendo pedras no sapato. A gestão do Magazine Luiza, no entanto, segue bem confiante, apostando na Copa do Mundo, Black Friday e no lançamento do 5G para entregar as projeções do ano. O posicionamento é compartilhado também pelos analistas do UBS BB.
Já o BTG Pactual O BTG Pactual aponta que apesar da melhora no caixa, as ações MGLU3 (que já recuaram 58% em 2022) devem seguir voláteis nos próximos meses. Ainda que os papéis estejam nas mínimas dos últimos cinco anos, aspectos estruturais seguem exercendo pressão vendedora.
Via (VIIA3)
Os números:
A Via teve lucro operacional de R$ 16 milhões no segundo trimestre, 88% menor do que o registrado no mesmo período do ano anterior. O Ebitda teve alta de 54,2%, a R$ 748 milhões, enquanto a receita recuou 2,9%, a R$ 7,646 bilhões. Assim como nos seus principais concorrentes, o volume de vendas nas lojas virtuais recuou.
O que pensam os analistas:
Para a XP Investimentos, o crescimento da receita da dona das Casas Bahia foi decepcionante, mas a melhora na rentabilidade balanceou os resultados. As taxas de inadimplência estáveis e avanços significativos na agenda ESG também deram pontos extras para o balanço; a empresa agora conta com 10 novos veículos elétricos e ampliou suas parcerias com organizações sociais.
Na visão da Genial Investimentos, as lojas físicas foram essenciais para atenuar a queda na receita e no volume total de vendas, e, apesar de existir geração de caixa, o crescimento das despesas ainda são uma preocupação. O destaque ficou com o lucro líquido, revertendo as expectativas de prejuízo da maior parte do mercado.
Americanas (AMER3)
Os números: A Americanas teve prejuízo líquido de R$ 98 milhões e um Ebitda ajustado que avançou 29,2%, a R$ 843 milhões. A receita líquida foi de R$ 6,7 bilhões, alta de 6,7%
O que pensam os analistas: Para os analistas da Genial Investimentos, a Americanas foi uma vítima da Selic elevada, já que com isso as despesas financeiras dobraram no comparativo anual. Em outros pontos, como retomada do varejo físico, avanço do seu braço de fintech e ganhos de eficiência na combinação de seus negócios, a companhia conseguiu se destacar com fortes números.
O BTG Pactual classificou os resultados operacionais da varejista como "encorajadores",mesmo com o cenário mais averso ao comércio online, já que o volume total de vendas avançou 5,7% no comparativo com o mesmo período do ano anterior.
Dólar fraco, ouro forte e bolsas em queda: combo China, EUA e Powell ditam o ritmo — Ibovespa cai junto com S&P 500 e Nasdaq
A expectativa por novos cortes de juros nos EUA e novos desdobramentos da tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo mexeram com os negócios aqui e lá fora nesta terça-feira (14)
IPO reverso tem sido atalho das empresas para estrear na bolsa durante seca de IPOs; entenda do que se trata e quais os riscos para o investidor
Velocidade do processo é uma vantagem, mas o fato de a estreante não precisar passar pelo crivo da CVM levanta questões sobre a governança e a transparência de sua atuação
Ainda mais preciosos: ouro atinge novo recorde e prata dispara para máxima em décadas
Tensões fiscais e desconfiança em moedas fortes como o dólar levam investidores a buscar ouro e prata
Sparta mantém posição em debêntures da Braskem (BRKM5), mas fecha fundos isentos para não prejudicar retorno
Gestora de crédito privado encerra captação em fundos incentivados devido ao excesso de demanda
Bolsa ainda está barata, mas nem tanto — e gringos se animam sem pôr a ‘mão no fogo’: a visão dos gestores sobre o mercado brasileiro
Pesquisa da Empiricus mostra que o otimismo dos gestores com a bolsa brasileira segue firme, mas perdeu força — e o investidor estrangeiro ainda não vem em peso
Bitcoin (BTC) recupera os US$ 114 mil após ‘flash crash’ do mercado com Donald Trump. O que mexe com as criptomoedas hoje?
A maior criptomoeda do mundo voltou a subir nesta manhã, impulsionando a performance de outros ativos digitais; entenda a movimentação
Bolsa fecha terceira semana no vermelho, com perdas de 2,44%; veja os papéis que mais caíram e os que mais subiram
Para Bruna Sene, analista de renda variável na Rico, “a tão esperada correção do Ibovespa chegou” após uma sequência de recordes históricos
Dólar avança mais de 3% na semana e volta ao patamar de R$ 5,50, em meio a aversão ao risco
A preocupação com uma escalada populista do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez o real apresentar de longe o pior desempenho entre divisas emergentes e de países exportadores de commodities
Dólar destoa do movimento externo, sobe mais de 2% e fecha em R$ 5,50; entenda o que está por trás
Na máxima do dia, divisa chegou a encostar nos R$ 5,52, mas se desvalorizou ante outras moedas fortes
FII RBVA11 avança na diversificação e troca Santander por nova locatária; entenda a movimentação
O FII nasceu como um fundo imobiliário 100% de agências bancárias, mas vem focando na sua nova meta de diversificação
O mercado de ações dos EUA vive uma bolha especulativa? CEO do banco JP Morgan diz que sim
Jamie Dimon afirma que muitas pessoas perderão dinheiro investindo no setor de inteligência artificial
O que fez a Ambipar (AMBP3) saltar mais de 30% hoje — e por que você não deveria se animar tanto com isso
As ações AMBP3 protagonizam a lista de maiores altas da B3 desde o início do pregão, mas o motivo não é tão inspirador assim
Ação do Assaí (ASAI3) ainda está barata mesmo após pernada em 2025? BB-BI revela se é hora de comprar
Os analistas do banco decidiram elevar o preço-alvo das ações ASAI3 para R$ 14 por ação; saiba o que fazer com os papéis
O que esperar dos mercados em 2026: juros, eleições e outros pilares vão mexer com o bolso do investidor nos próximos meses, aponta economista-chefe da Lifetime
Enquanto o cenário global se estabiliza em ritmo lento, o país surge como refúgio — mas só se esses dois fatores não saírem do trilho
Tempestade à vista para a Bolsa e o dólar: entenda o risco eleitoral que o mercado ignora
Os meses finais do ano devem marcar uma virada no tempo nos mercados, segundo Ricardo Campos, CEO e CIO da Reach Capital
FII BMLC11 leva calote da Ambipar (AMBP3) — e investidores vão sentir os impactos no bolso; cotas caem na B3
A Ambipar enfrenta uma onda de desconfiança no mercado, e a crise atinge em cheio os dividendos do FII
Ouro ultrapassa o nível de US$ 4 mil pela primeira vez por causa de incertezas no cenário global; o metal vai conseguir subir mais?
Shutdown nos EUA e crise na França levam ouro a bater recorde histórico de preço
Fundos de ações e multimercados entregam 21% de retorno no ano, mas investidores ficam nos 11% da renda fixa, diz Anbima
Mesmo com rentabilidade inferior, segurança da renda fixa mantém investidores estagnados, com saídas ainda bilionárias das estratégias de risco
MXRF11 mira captação recorde com nova emissão de até R$ 1,25 bilhão
Com uma base de 1,32 milhão de cotistas e patrimônio líquido de mais de R$ 4 bilhões, o FII mira sua maior emissão
O que foi tão ruim na prévia operacional da MRV (MRVE3) para as ações estarem desabando?
Com repasses travados na Caixa e lançamentos fracos, MRV&Co (MRVE3) decepciona no terceiro trimestre