O sinal é vermelho: IRB volta a registrar perdas em maio e caminha para fechar semestre no prejuízo; IRBR3 é a maior queda do dia no Ibovespa
IRB registrou prejuízo de R$ 273,1 milhões em maio; no acumulado dos primeiros cinco meses de 2022, perdas da resseguradora chegam a R$ 285,3 milhões
O IRB Brasil (IRBR3) começou 2022 a bordo de uma espécie de montanha-russa. Foi lucro em janeiro, prejuízo em fevereiro, lucro em março, prejuízo em abril. Mas quem esperava algum alívio em maio se decepcionou.
Em dificuldade para recuperar-se da crise iniciada há pouco mais de dois anos, a resseguradora caminha agora para fechar o primeiro semestre no vermelho.
A informação faz parte da prestação de conta que o IRB é obrigado a fazer mensalmente à Superintendência de Seguros Privados (Susep).
O prejuízo do IRB em maio
A prestação de contas do IRB à Susep não é detalhada como um balanço trimestral, mas fornece pistas do que será informado mais adiante.
A expectativa é de que os dados referentes ao segundo trimestre sejam conhecidos somente em 15 de agosto.
Portanto, vamos aos dados disponíveis.
O IRB registrou prejuízo de R$ 273,1 milhões em maio, comparado a um lucro de R$ 7,5 milhões no mesmo mês de 2021.
No acumulado dos primeiros cinco meses de 2022, o IRB reportou prejuízo de 285,3 milhões, ante lucro líquido de R$ 9,4 milhões entre janeiro e maio de 2021.
Prêmio emitido e despesas com sinistro
O IRB emitiu R$ 564,2 milhões em prêmios em maio. Trata-se de uma queda de 3,7% em relação a maio de 2021.
Já no acumulado dos cinco primeiros meses de 2022, o prêmio emitido caiu 5,5% na comparação com o mesmo período do ano passado, para R$ 3,122 bilhões.
Por sua vez, as despesas com sinistro ficaram em R$ 631,3 milhões em maio de 2022, 73,2% acima do registrado no mesmo mês do ano passado.
Entretanto, o índice de sinistralidade passou de 73,2% em maio de 2021 para 131,3% um ano depois. Segundo o IRB, assim como ocorreu em abril, o principal impacto veio do segmento agro.
No acumulado do ano, as despesas com sinistro cresceram 7,9% em relação ao mesmo período de 2021, para R$ 2,04 bilhões. Já o índice de sinistralidade subiu de 75,1% para 97,5% na mesma base de comparação.
Reação do mercado
Os investidores reagem negativamente aos mais recentes dados do IRB.
Em baixa de mais de 6%, IRBR3 é a maior que entre os componentes do Ibovespa na manhã de hoje.
Relembre o escândalo que manchou a reputação do IRB
IRBR3 estava entre as ações mais badaladas da bolsa brasileira até pouco antes da pandemia.
O calvário do IRB teve início da primeira sessão de fevereiro de 2020.
Foi quando veio a público o alerta da Squadra.
A gestora carioca foi a primeira a apontar a existência de inconsistências contábeis nos balanços da empresa de resseguros.
Warren Buffet no IRB?
Executivos da companhia ainda tentaram salvar a imagem da empresa ao divulgar a notícia falsa de que a Berkshire Hathaway, holding de investimentos do bilionário Warren Buffett, teria “aumentando a posição em IRBR3”. E funcionou por um momento. Os papéis recuperaram imediatamente parte das perdas.
Mas, assim como ocorreu com os balanços, o jogo virou quando a mentira foi descoberta. O IRB foi alvo de um vexame internacional depois que a Berkshire veio a público afirmar que nunca teve, não tem e não pretende ter ações da empresa.
Para consultar os resultados recentes do IRB, consulte os links a seguir:
- IRB (IRBR3) volta a dar lucro em janeiro, puxado por ganho em ação judicial;
- IRB Brasil (IRBR3) volta a registrar prejuízo em fevereiro;
- Lucro do IRB Brasil (IRBR3) cresce 58% no 1T22, mas busca pela credibilidade perdida ainda está longe do fim.
- A montanha-russa do IRB (IRBR3): Resseguradora volta ao prejuízo em abril depois de fechar primeiro trimestre com lucro.
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