Descolado do exterior, Ibovespa recua 0,8% e quase perde os 110 mil pontos; dólar sobe e vai a R$ 4,79
O índice até abriu o dia em alta, mas o ímpeto positivo não foi páreo para o noticiário nacional, que incluiu uma nova fritura do ministro da Economia, Paulo Guedes
Você se lembra de quando víamos o Ibovespa quebrar, dia após dia, recordes de fechamento até alcançar pontuações em patamares inéditos? Parece que já faz muito tempo desde que essa era a realidade da bolsa brasileira, mas a máxima foi batida em junho de 2021.
Um ano depois, a história é outra. Agora é mais frequente observarmos o principal índice da B3 descer os degraus históricos, enquanto torcemos para que ele não perca mais um nível de sustentação ao final do pregão.
A segunda-feira (6) foi um desses dias. O apetite ao risco foi renovado no exterior após as boas notícias sobre a economia chinesa, mas o mercado brasileiro experimentou altas doses de volatilidade graças aos temores inflacionários e políticos internos.
Descolado das principais bolsas internacionais — incluindo Wall Street, onde os três principais índices encerraram o dia no azul — o Ibovespa até abriu a semana em alta, mas passou a operar em terreno negativo no final da manhã.
À tarde, o índice beirou os 109 mil pontos na mínima do dia, pouco antes de esboçar uma recuperação e inverter o sinal. Mas o ímpeto positivo não foi páreo para o noticiário nacional, que incluiu uma nova fritura do ministro da Economia, Paulo Guedes.
O presidente Jair Bolsonaro cobrou publicamente o ministro — cuja agenda de hoje contemplou conversas sobre a redução do ICMS dos combustíveis com a cúpula do Congresso — e declarou que sofre pressão para demitir Guedes.
Leia Também
Os FIIs mais lucrativos do ano: shoppings e agro lideram altas que chegam a 144%
Gestora aposta em ações 'esquecidas' do Ibovespa — e faz o mesmo com empresas da Argentina
Com o risco político e fiscal renovado, o Ibovespa voltou a operar em queda pouco antes do final do pregão e fechou o primeiro dia da semana em baixa de 0,82%, aos 110.185 pontos.
Já o dólar fez o caminho oposto. A moeda norte-americana abriu a segunda-feira recuando ante ao real, mas inverteu o sinal ainda durante a manhã.
O índice DXY, que faz a comparação do dólar com outras moedas fortes, também passou a subir durante a tarde. Impulsionada pelo bom desempenho no mercado internacional, a moeda americana avançou 0,36% hoje, a R$ 4,7957.
Guedes em banho maria ou óleo quente?
Com a aproximação do período eleitoral, Jair Bolsonaro busca medidas para aliviar a alta dos combustíveis e aumentar seus índices de aprovação. A situação é especialmente delicada entre o presidente e os caminheiros, uma de suas bases de apoio no pleito de 2018.
De mãos atadas quanto à política de preços da Petrobras e sem alternativas para privatizar a estatal antes de outubro, Bolsonaro espera que Guedes traga uma solução para o problema.
E o ministro trabalha no assunto, reunindo-se com os presidentes das duas casas do Congresso e com o relator do projeto sobre o ICMS, senador Fernando Bezerra (MDB-PE). Ainda assim, Bolsonaro já admitiu que parte de seu núcleo político pede a cabeça do ministro.
Privatização da Eletrobras (ELET3)
Outro assunto que movimenta o noticiário nacional é a privatização da Eletrobras (ELET3). O caminho para a desestatização foi liberado hoje após o fim do impasse com os debenturistas de Furnas, uma das subsidiárias da companhia.
Depois de uma disputa judicial para suspender uma assembleia com os credores, a reunião aconteceu e aprovou o aporte de R$ 1,58 bilhão na Madeira Energia (Mesa).
Mesa é a empresa que controla a Usina Hidrelétrica Santo Antônio, que tem a concessão para operação da hidrelétrica. Com o aporte, feito por meio de subscrição de aumento de capital de Mesa, Furnas passará a deter 72,4% de participação na companhia, dos até então 43,06%.
Retirada essa pedra, o caminho fica livre para a Eletrobras dar seguimento ao processo de privatização, cuja precificação está marcada para quinta-feira (9). A oferta de ações pode chegar a R$ 35 bilhões.
Sobe e desce do Ibovespa
Com mais um dia de temores inflacionários no radar, as empresas ligadas à tecnologia e ao varejo voltaram a dominar a ponta negativa do Ibovespa.
Veja quais foram as maiores quedas do dia:
| CÓDIGO | NOME | ULT | VAR |
| HAPV3 | Hapvida ON | R$ 5,94 | -6,31% |
| POSI3 | Positivo Tecnologia ON | R$ 8,11 | -6,13% |
| CASH3 | Meliuz ON | R$ 1,70 | -5,56% |
| MGLU3 | Magazine Luiza ON | R$ 3,40 | -5,29% |
| AMER3 | Americanas S.A | R$ 17,44 | -5,22% |
Confira também as maiores altas:
| CÓDIGO | NOME | ULT | VAR |
| RADL3 | Raia Drogasil ON | R$ 21,88 | 2,77% |
| CMIN3 | CSN Mineração ON | R$ 5,26 | 2,14% |
| LWSA3 | Locaweb ON | R$ 7,19 | 1,41% |
| ASAI3 | Assaí ON | R$ 15,62 | 1,10% |
| SUZB3 | Suzano ON | R$ 53,40 | 1,08% |
Cogna (COGN3), C&A (CEAB3), Cury (CURY3): Veja as 20 empresas que mais se valorizaram no Ibovespa neste ano
Companhias de setores como educação, construção civil e bancos fazem parte da lista de ações que mais se valorizaram desde o começo do ano
Com rentabilidade de 100% no ano, Logos reforça time de ações com ex-Itaú e Garde; veja as 3 principais apostas da gestora na bolsa
Gestora independente fez movimentações no alto escalão e destaca teses de empresas que “ficaram para trás” na B3
A Log (LOGG3) se empolgou demais? Possível corte de payout de dividendos acende alerta, mas analistas não são tão pessimistas
Abrir mão de dividendos hoje para acelerar projetos amanhã faz sentido ou pode custar caro à desenvolvedora de galpões logísticos?
A bolha da IA pode estourar onde ninguém está olhando, alerta Daniel Goldberg: o verdadeiro perigo não está nas ações
Em participação no Fórum de Investimentos da Bradesco Asset, o CIO da Lumina chamou atenção para segmento que está muito exposto aos riscos da IA… mas parece que ninguém está percebendo
A bolsa ainda está barata depois da disparada de 30%? Pesquisa revela o que pensam os “tubarões” do mercado
Empiricus ouviu 29 gestoras de fundos de ações sobre as perspectivas para a bolsa e uma possível bolha em inteligência artificial
De longe, a maior queda do Ibovespa: o que foi tão terrível no balanço da Hapvida (HAPV3) para ações desabarem mais de 40%?
Os papéis HAPV3 acabaram fechando o dia com queda de 42,21%, cotados a R$ 18,89 — a menor cotação e o menor valor de mercado (R$ 9,5 bilhões) desde a entrada da companhia na B3, em 2018
A tormenta do Banco do Brasil (BBAS3): ações caem com balanço fraco, e analistas ainda não veem calmaria no horizonte
O lucro do BB despencou no 3T25 e a rentabilidade caiu ao pior nível em décadas; analistas revelam quando o banco pode começar a sair da tempestade
Seca dos IPOs na bolsa vai continuar mesmo com Regime Fácil da B3; veja riscos e vantagens do novo regulamento
Com Regime Fácil, companhias de menor porte poderão acessar a bolsa, por meio de IPOs ou emissão dívida
Na onda do Minha Casa Minha Vida, Direcional (DIRR3) tem lucro 25% maior no 3T25; confira os destaques
A rentabilidade (ROE) anualizada chegou a 35% no entre julho e setembro, mais um recorde para o indicador, de acordo com a incorporadora
O possível ‘adeus’ do Patria à Smart Fit (SMFT3) anima o JP Morgan: “boa oportunidade de compra”
Conforme publicado com exclusividade pelo Seu Dinheiro na manhã desta quarta-feira (12), o Patria está se preparando para se desfazer da posição na rede de academias, e o banco norte-americano não se surpreende, enxergando uma janela para comprar os papéis
Forte queda no Ibovespa: Cosan (CSAN3) desaba na bolsa depois de companhia captar R$ 1,4 bi para reforçar caixa
A capitalização visa fortalecer a estrutura de capital e melhorar liquidez, mas diluição acionária preocupa investidores
Fundo Verde diminui exposição a ações no Brasil, apesar de recordes na bolsa de valores; é sinal de atenção?
Fundo Verde reduz exposição a ações brasileiras, apesar de recordes na bolsa, e adota cautela diante de incertezas globais e volatilidade em ativos de risco
Exclusivo: Pátria prepara saída da Smart Fit (SMFT3); leilão pode movimentar R$ 2 bilhões, dizem fontes
Venda pode pressionar ações após alta de 53% no ano; Pátria foi investidor histórico e deve zerar participação na rede de academias.
Ibovespa atinge marca histórica ao superar 158 mil pontos após ata do Copom e IPCA; dólar recua a R$ 5,26 na mínima
Em Wall Street, as bolsas andaram de lado com o S&P 500 e o Nasdaq pressionados pela queda das big techs que, na sessão anterior, registraram fortes ganhos
Ação da Isa Energia (ISAE4) está cara, e dividendos não saltam aos olhos, mas endividamento não preocupa, dizem analistas
Mercado reconhece os fundamentos sólidos da empresa, mas resiste em pagar caro por uma ação que entrega mais prudência do que empolgação; veja as projeções
Esfarelando na bolsa: por que a M. Dias Branco (MDIA3) cai mais de 10% depois do lucro 73% maior no 3T25?
O lucro de R$ 216 milhões entre julho e setembro não foi capaz de ofuscar outra linha do balanço, que é para onde os investidores estão olhando: a da rentabilidade
Não há mais saída para a Oi (OIBR3): em “estado falimentar irreversível”, ações desabam 35% na bolsa
Segundo a 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, a Oi está em “estado falimentar” e não possui mais condições de cumprir o plano de recuperação ou honrar compromissos com credores e fornecedores
Ibovespa bate mais um recorde: bolsa ultrapassa os 155 mil pontos com fim do shutdown dos EUA no radar; dólar cai a R$ 5,3073
O mercado local também deu uma mãozinha ao principal índice da B3, que ganhou fôlego com a temporada de balanços
Adeus ELET3 e ELET5: veja o que acontece com as ações da Axia Energia, antiga Eletrobras, na bolsa a partir de hoje
Troca de tickers nas bolsas de valores de São Paulo e Nova York coincide com mudança de nome e imagem, feita após 60 anos de empresa
A carteira de ações vencedora seja quem for o novo presidente do Brasil, segundo Felipe Miranda
O estrategista-chefe da Empiricus e sócio do BTG Pactual diz quais papéis conseguem suportar bem os efeitos colaterais que toda votação provoca na bolsa
