Odisseia: Ibovespa vence (ou ignora) cenário interno e deve refletir PIB chinês no pregão de hoje
O poema épico de Homero pode ser fortemente comparado ao Ibovespa

Certa vez, comparei, neste mesmo espaço, a bolsa e o mercado às Mil e Uma Noites, peça épica da literatura árabe. Desta vez, vamos para o Ocidente, mais especificamente na Grécia, acompanhar a Odisseia, mas com a mesma ideia: uma série de eventos e histórias, mais ou menos correlacionados, mas definitivamente desafiadores.
A bolsa brasileira tem vivido dias de glória como Odisseu (ou Ulisses, se preferir a versão latina do herói), engatando sucessivos dias de alta até o pregão de ontem, quando subiu 0,34%, aos 120.700 pontos, motivado pelas bolsas americanas.
No mesmo mar turbulento de Odisseu, sem encontrar o caminho de casa, o principal índice da bolsa brasileira sai destemido, vencendo (ou solenemente ignorando) os eventos ao seu redor.
A CPI da Covid está aumentando a pressão sobre o presidente da República, Jair Bolsonaro, enquanto os impasses com o Congresso atrasam cada vez mais o pacote de reformas. O Orçamento para 2022 já aponta para um rombo de R$ 170 bilhões e o de 2021 gera cautela entre os investidores.
Apesar dos dados positivos da economia chinesa estarem animando os índices pelo mundo afora, o cenário interno ganhou um novo personagem: Lula volta à cena política para polarizar com Bolsonaro. Tudo isso durante a temporada de balanços nos Estados Unidos, que tem animado os índices americanos.
O que será do nosso herói Ibovespa no dia de hoje? Confira os principais destaques para esta sexta-feira (16):
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Na cola de 2022
O Supremo Tribunal Federal (STF) manteve a suspensão das acusações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos casos do triplex do Guarujá e do sítio de Atibaia. Na prática, isso representa uma volta dos direitos políticos de Lula, que pode concorrer à eleição de 2022.
Principal opositor do atual presidente Jair Bolsonaro, Lula já apareceu à frente nas pesquisas eleitorais para 2022. Analistas do mercado temem que a polarização deixe de lado pautas importantes para a economia nacional, como as reformas tributária e administrativa. Por falar nelas…
Ou ele, ou eu!
Por mais que o mercado tenha ignorado no dia de ontem, o impasse com o Orçamento fez subir o tom entre duas partes importantes para o governo. De um lado, Paulo Guedes colocou o cargo à disposição se o Orçamento não tiver algumas partes vetadas. Do outro, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), deu um ultimato a Bolsonaro, afirmando que, se vetar os trechos apontados pela equipe econômica, pode dar adeus à aprovação das reformas.
O Orçamento para 2021, que já conta com cinco meses de atraso, extrapola o teto de gastos e é impossível de ser executado, de acordo com Paulo Guedes, sem a ocorrência de crime de responsabilidade. As chamadas “pedaladas fiscais” foram motivo do impeachment de Dilma Rousseff em 2016.
Por mais que Lira já tenha afirmado que não irá avançar com o processo de impeachment de Bolsonaro na Casa, o presidente da República segue com grande desgastes em todas as esferas dos Poderes e não pode se arriscar.
PIB chinês
O Produto Interno Bruto (PIB) da segunda maior economia mundial avançou 18,3% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior. Apesar de ser um crescimento recorde, ela representa uma recuperação a partir da vertiginosa queda dos negócios causada pela pandemia de covid-19.
Economistas ouvidos pelo Wall Street Journal esperavam um aumento de 19,2% nos primeiros três meses de 2021. Na margem, a economia chinesa registrou expansão de 0,6%, de acordo com o Dow Jones Newswires.
Mesmo assim, o resultado foi suficiente para animar os negócios na região e no Velho Continente.
Bolsas pelo mundo
Motivados pelos dados da economia chinesa, os índices asiáticos fecharam em alta generalizada. Os sinais de que a China está se recuperando dos efeitos causados pela pandemia apontam para um duplo sinal: um reaquecimento dos negócios e um maior apetite de risco por parte dos investidores, mas também o temor de retirada de estímulos monetários e fiscais do país.
As bolsas europeias também sentiram os dados do gigante asiático. Apesar dos dados de inflação da Zona do Euro apontarem para uma alta, o ânimo dos índices asiáticos e a perspectiva de uma retomada forte dos negócios contaminaram o Velho Continente.
Além de estarem de olho nos dados econômicos de EUA e China, os futuros de Nova York ainda prestam atenção na temporada de balanços desta semana, com a divulgação dos dados do primeiro trimestre da Morgan Stanley.
Agenda do dia
Confira os principais eventos e indicadores econômicos para esta sexta-feira (16):
- Zona do Euro: Inflação de março para a Zona do Euro e balança comercial (6h)
- FGV: IPC-S da segunda quadrissemana de abril (8h)
- B3: Bolsa divulga segunda prévia do ibovespa para o período maio-agosto (antes da abertura)
- EUA: Presidente dos EUA, Joe Biden, recebe o primeiro ministro do Japão na Casa Branca (sem horário marcado)
Empresas
- Morgan Stanley divulga balanço do primeiro trimestre (8h30)
- A Telefônica aprovou o pagamento de dividendos no valor de R$ 1,587 bilhões, o equivalente a R$ 0,66 por ação
- A Blau fixou em R$ 40,14 o preço por ação da empresa para o IPO
- A Oi prorrogou o prazo para subscrição e integralização de debêntures
Inflação americana derruba Wall Street e Ibovespa cai mais de 2%; dólar vai a R$ 5,18 com pressão sobre o Fed
Com o Nasdaq em queda de 5% e demais índices em Wall Street repercutindo negativamente dados de inflação, o Ibovespa não conseguiu sustentar o apetite por risco
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