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Lingo Lingo Şişeler: hora de comprar algumas utilities na Bolsa

Cena do filme O Milagre da Cela 7

Cena do filme O Milagre da Cela 7

Fazia tempo que não me emocionava com um filme. A última vez fora quando assisti a Dama de Ferro, filme de 2011 sobre a história de Margaret Thatcher, um dos bastiões da política moderna, ao menos na minha opinião.

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Depois de um longo período, aconteceu mais uma vez, dessa vez com o filme “Milagre na Cela 7”, disponível via streaming no Netflix. Assisti durante o último fim de semana e o resultado foi memorável. O filme turco conseguiu me tocar.

Na trama, conhecemos Memo, rapaz com deficiência mental e pai de Ova. No decorrer da história, Memo é injustamente preso pelo assassinato da filha de um comandante do exército, a quem, na verdade, tinha tentado salvar. Como não entendia o que estava acontecendo, o comandante em sua fúria acabou por se aproveitar da situação para condenar à morte Memo, que é separado de sua filha. Assim, o protagonista vê a sua vida se transformar dentro da cela de número 7, atormentado pela saudade aterradora que sente de sua filha.

A história é muito triste, mas me ajudou a refletir sobre o momento atual. Inclusive, quando trazemos para o universo das ações também podemos traçar alguns paralelos.

Acontece que, no filme, quando o comandante se depara com a cena de sua filha nos braços de Memo, já sem vida, toda sua energia se volta em matar Memo. Só não o faz no mesmo instante porque seus soldados e amigos o freiam. Mas ele não pararia por aí, todos seus esforços, toda sua vida, se trata de supostamente vingar sua filha, quando na realidade ele simplesmente interpretou errado toda a situação.

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A problemática da história inteira parte de um erro de interpretação (sim, mal-intencionado) do comandante. Ele viu o que tinha em sua frente, mas não prestou atenção. Na realidade, não culpo em um primeiro momento o comandante. Depois ele de fato se provou ser mau caráter, mas, em princípio, a reação explosiva foi justificada.

No calor da emoção 

O emocional humano é uma bomba relógio em várias situações. No fundo ainda somos seres bestializados, animais. A razão nada mais é que outra de nossas grandes e fortes emoções, é o desejo de controle.

Muitas vezes, olhamos para uma imagem estática e deixamos nos levar por tomadas de decisões equivocadas. Pior do que isso, insistimos no erro, como o comandante, que se convencera de que Memo havia matado sua filha, quando a verdade era o oposto. 

Fui impactado porque é justamente com o que me deparo diariamente em meu trabalho, todos os dias desde o grande sell-off de fevereiro e, principalmente, março.

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Temos radicalizações em ambas as partes. Tanto dos totalmente pessimistas quanto dos demasiadamente otimistas. Veja, suas duas opiniões discrepantes partindo de uma mesma situação. Alguém está errado. 

Não podemos agir como o comandante, como investidores devemos pensar friamente sobre a realidade concreta. Ao mesmo tempo que os riscos estão elevadíssimos, o que nos impede de carregar uma posição muito grande em Bolsa, existem barganhas escancaradas.

Lembrem-se sempre: x não é f(x). Sua opinião sobre a realidade pouco importa. Como você se expõe a ela faz a diferença. Se estamos pessimistas,devemos carregar proteções clássicas e caixas. E se ainda existem oportunidades em Bolsa, mantemos uma carteira reduzida em ativos de risco. Focando em que? Em ações de qualidade, por exemplo, com boa previsibilidade de resultados, forte geração de caixa e balanço bastante sólido.

Aqui chegamos aonde queria levar o leitor desde o início. Existe um setor específico que se enquadra neste perfil e pode trazer consistência de longa prazo completamente fora da curva para um portfólio balanceado: as utilities de energia.

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A empresas de utilidade pública, em geral, funcionam de maneira previamente contratada, ou seja, a previsibilidade de resultado é elevadíssima. Destaque aqui para empresas com know-how em transmissão de energia, o segmento mais estável e resiliente do setor, por ser menos impactado por crescimento econômico - só é remunerado pela quantidade de linha de transmissão que dispõe.

No pânico, apanha até quem não merece

Muitas companhias bastante voltadas para este segmento acabaram apanhando muito na correção e agora negociam a uma TIR (taxa interna de retorno) impressionantemente atrativa. Tem nome no mercado negociando a TIR de quase 20%. Ou seja, em menos de cinco anos você paga o investimento. Nomes como Alupar, CPFL, Taesa, Transmissão Paulista etc. podem entrar em um cardápio, contando com uma carteira já diversificada e balanceada.

Tudo isso, claro, feito sob o devido dimensionamento das posições, conforme seu perfil de risco, e a devida diversificação de carteira, com as respectivas proteções associadas.

O investidor buscando assimetrias precisa se apropriar de momento de entrada como o atual, de modo a criar carteiras robustas no longo prazo, se valendo de uma combinação de smart beta e arbitragem temporal (usualmente colocados em antagonismo – na prática, você deve uni-los).

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Se você gostou deste texto, deixo aqui um convite. Ideias como esta você pode encontrar na série da Empiricus Palavra do Estrategista, em que o estrategista-chefe, Felipe Miranda, expõe as melhores estratégias e oportunidades de investimento para os mais diferentes tipos de perfil de investidor.

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