Embora o coronavírus siga avançando pelo mundo, o início da vacinação em diversos países e a expectativa de que novos estímulos sejam anunciados em breve sustentam a alta dos mercados internacionais nesta manhã.
No Brasil, o foco dos investidores ficará na divulgação do Relatório Trimestral de Inflação e a coletiva do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto e do diretor do BC, Fabio Kanczuk. O documento deve trazer a visão da instituição para a economia pós-auxílio emergencial em 2021, em especial a previsão para a inflação.
Perto do topo
O Ibovespa está cada vez mais próximo de bater a sua alta histórica. No momento, o principal índice da bolsa brasileira precisa de apenas dois mil pontos para romper a marca.
Com a aprovação do texto-base do orçamento para 2021, afastando o risco de shutdown orçamentário em janeiro, e o bom desempenho dos papéis dos bancos, Ambev e Vale, o Ibovespa fechou o dia com uma alta expressiva de 1,5%, aos 117.860 pontos.
Mesmo com a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias, que afasta parte do risco fiscal, o dólar encontrou espaço para se valorizar. Após intervenção do Banco Central, que ofereceu US$ 800 milhões em uma operação de swap, a moeda subiu 0,3%, aos R$ 5,1062, no fim do dia.
Como será 2021?
No começo desta manhã, o Banco Central (BC) divulgou o seu Relatório Trimestral de Inflação.
O BC manteve a sua estimativa para a inflação em 2020 em 4,3%. Para 2021, a projeção é de que o IPCA fique em 3,4%. As projeções foram feitas utilizando o cenário do Relatório de Mercado Focus e o câmbio atualizado.
A estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) também foi revisada. A projeção da insituição para 2020 é de uma queda de 4,4%, ante queda de 5% projetada anteriormente. A expectativa para a economia brasileira em 2021 passou de alta de 3,9% para 3,8%.
Vem aí?
A sinalização de que o Ministério da Saúde deve comprar cerca de 45 milhões de doses da Coronavac também pode ajudar o clima dos negócios locais.
Segundo o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, o governo federal deve iniciar a campanha de vacinação contra o coronavírus em 'meados de fevereiro'.
Vigilância constante
Algumas coisas não saem do radar dos investidores nas últimas semanas e devem continuar conduzindo os negócios pelo menos até o início do próximo ano, quando as negociações em curso devem ganhar contornos mais definidos.
Um desses focos de tensão é a negociação comercial entre Reino Unido e União Europeia em torno do Brexit. Com os olhos voltados para a região, os investidores também aguardam a decisão de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE).
Nos Estados Unidos, os investidores devem seguir repercutindo a decisão do Federal Reserve - que manteve as taxas de juros na faixa de 0% a 0,25% ao ano e sinalizou a possibilidade de novas medidas para aliviar a maior economia do mundo. No Congresso, as negociações para um novo pacote de estímulos fiscais seguem acontecendo. Há expectativa de que um acordo entre republicanos e democratas possa ser anunciado ainda hoje.
A perspectiva de estímulos econômicos anima porque o coronavírus ainda assusta, mesmo com o início da vacinação em alguns países. Em meio a recordes de óbitos, a Alemanha restringiu mais atividades para tentar conter a doença, mesma atitude adotada por diversos outros governos.
Durante a madrugada, as bolsas asiáticas fecharam quase todas em alta. A tendência se mantém nos mercados nesta manhã, com as principais praças europeias - com exceção de Londres - e os indíces futuros em Wall Street no azul.
Agenda
Hoje o grande destaque do dia promete ser o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado pelo Banco Central, com projeções para a economia brasileira (8h). Mais tarde, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, participará de coletiva para a apresentação dos números (11h).
Lá fora, os investidores aguardam a decisão de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE) (9h) e o semanal número de pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos (10h30).
Fique de olho
- Cesp fará pagamento de juros sobre capital próprio de R$ 0,4264 por ação ON e R$ 1,8245 por papel PNA.
- Bradesco anunciou pagamento de JCP totalizando R$ 3,502 bilhões.
- BR Distribuidora aprovou pagamento de JCP no valor de R$ 498,127 milhões.
- Rumo aprovou nova emissão de debêntures, de 1 bilhão, para financiar projetos de infraestrutura.
- O Magazine Luiza criou três novas vice-presidências (Operações, Negócios e Plataforma).
- A Guararapes Painéis protocolou o seu pedido de abertura de capital, com oferta primária e secundária