A maldição de maio não pegou de novo: bolsa foi o melhor investimento do mês, e dólar foi o pior
Pelo segundo ano consecutivo, a máxima “sell in may and go away” não se fez valer. Ativos de risco se saíram bem em maio, mas títulos públicos de longo prazo e o dólar tiveram desempenho negativo

A bolsa apresentou mais um mês de recuperação nesta crise, subindo 8,57% em maio e ficando em primeiro lugar no ranking dos melhores investimentos do mês.
Pelo segundo ano consecutivo, a chamada "maldição de maio" não pegou. Reza a lenda que maio é um mês de desempenho ruim nas bolsas, tanto que nos Estados Unidos uma das máximas do mercado é "sell in May and go away" ("venda em maio e vá embora").
Mas o bom desempenho do Ibovespa em maio novamente contrariou, em 2020, a mitologia do mercado. O principal índice da bolsa terminou o mês aos 87.402 pontos, seguido pelo Bitcoin e pelos títulos públicos prefixados e atrelados à inflação de médio prazo.
Na ponta oposta do ranking, os títulos públicos de longo prazo e o dólar amargaram desempenho negativo. A cotação à vista da moeda americana caiu 1,83%, fechando o mês a R$ 5,34, enquanto o dólar PTAX terminou praticamente estável em R$ 5,43.
Para quem olha apenas a foto até parece que a crise acabou. Mas se dermos uma olhada no filme, veremos que maio foi mais um mês de intensa volatilidade, em que aconteceu de tudo e mais um pouco, e que o futuro ainda permanece repleto de incertezas. Confira o ranking completo dos melhores investimentos do mês a seguir:
Os melhores investimentos de maio

Dois momentos diferentes
É possível dividir maio em dois momentos diferentes. Até a metade do mês, o Ibovespa viu altos e baixos, e o dólar disparou até beirar os R$ 6. Neste primeiro momento, o exterior operava com cautela diante da possibilidade de uma segunda onda de coronavírus no mundo, com novos casos surgindo em Wuhan, na China - hipótese que ainda não está descartada.
Leia Também
Por aqui, imperou a crise política, com uma deterioração nas relações entre o Congresso e o presidente Jair Bolsonaro, sobretudo em torno da questão da ajuda aos Estados - o poder Executivo desejava, como contrapartida, que reajustes a servidores não fossem permitidos, enquanto os parlamentares tentavam abrir brecha para essa possibilidade.
Também vimos conflitos dentro do próprio Executivo. Presidente e governadores discordando sobre a forma de lidar com a pandemia, os desdobramentos das acusações do ex-ministro da Justiça Sergio Moro a Bolsonaro sobre interferência na cúpula da Polícia Federal, e a saída de mais um ministro da Saúde, desta vez o sucessor de Henrique Mandetta, o oncologista Nelson Teich.
Na segunda metade do mês, a cautela deu uma diminuída. Por aqui, Bolsonaro, governadores e presidentes da Câmara e do Senado sinalizaram uma espécie de trégua, o presidente aprovou a ajuda aos estados com veto ao reajuste a servidores públicos, e o vídeo da reunião ministerial que poderia ter reforçado as acusações de Moro foi interpretado, pelo mercado, como algo que não trazia fatos novos que pudessem pesar ainda mais contra Bolsonaro.
Lá fora, os avanços nas pesquisas em busca de uma vacina contra a covid-19 animaram os investidores, bem como o início da reabertura das economias europeias. Tudo isso contribuiu para levar a bolsa para cima e tirar pressão do câmbio.
O Victor Aguiar explicou com mais detalhes tudo que afetou o dólar e a bolsa no mês nesta matéria.
Juros
Outro fator que pesou no câmbio na primeira metade do mês foram os juros. No início de maio, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) cortou a Selic em 0,75 ponto percentual, derrubando-a para 3,00% ao ano. Foi um corte superior ao esperado pela maior parte do mercado, que já se encontrava dividido quanto à prudência da medida.
É que um juro baixo demais num país emergente como o Brasil contribui para afastar os investidores estrangeiros que poderiam se interessar pelos nossos títulos, que passam a pagar menos. Com isso, o real tende a se desvalorizar frente ao dólar; e um dólar mais alto pode, mais adiante, pesar na inflação, obrigando o BC a subir os juros outra vez num momento de crise e atividade fraca.
Após a reunião do Copom de maio, o BC sinalizou que a Selic ainda poderia cair mais, mas se mostrou atento aos desafios desse ajuste fino. O mercado passou, então, a projetar juros mais baixos no curto e no médio prazos, mas jogou as projeções para os juros longos lá para cima.
Além disso, a possível deterioração fiscal do país com os gastos para combate ao coronavírus e o aumento do risco-Brasil contribuíram para pesar ainda mais na parte longa da curva de juros.
O resultado foi um ganho para os títulos prefixados e atrelados a inflação de prazos mais curtos, mas um impacto negativo nos de prazos mais longos. Lembrando que esses papéis se valorizam quando a perspectiva é de queda nos juros, e se desvalorizam quando a expectativa é de alta nas taxas.
O halving do bitcoin
Em maio, também tivemos o principal evento do ano no mercado de criptomoedas, o chamado halving do bitcoin. Este evento, que ocorre de quatro em quatro anos, consiste na redução da taxa de emissão dos bitcoins, o que contribui para a escassez progressiva da criptomoeda.
Essa escassez é o que faz o bitcoin ser encarado por muitos como uma reserva de valor - mais ou menos como o ouro -, pressionando o seu preço para cima. Em abril, vimos uma forte valorização da criptomoeda, que foi bem mais modesta em maio, mas teve uma aceleração às vésperas do halving, no dia 11.
O bitcoin atingiu a máxima do mês em dólares e reais no dia 7 de maio, quando bateu US$ 10 mil ou pouco mais de R$ 58 mil naquela data. Depois, a criptomoeda perdeu força, mas ainda terminou o mês em alta.
A crise acabou?
O alívio no câmbio, apesar de modesto, e a alta em ativos de risco como ações e fundos imobiliários pode deixar o investidor perplexo, dado que a sensação geral ainda é de que o mundo está desmoronando.
Certamente a crise ainda não acabou - e a verdade é que nem sabemos se está perto de acabar. Ainda não temos nada mais concreto na descoberta de uma vacina ou medicamentos eficazes contra o coronavírus; não sabemos se pode haver uma segunda onda da doença, ou como ela seria; e definitivamente o cenário político no Brasil ainda não está pacificado.
Soma-se a tudo isso o fato de que o presidente Donald Trump voltou a encrencar com a China, justamente num momento em que os protestos em Hong Kong se reacendem. Isso sem contar que, em breve, teremos eleições nos Estados Unidos, e os resultados ainda são imprevisíveis.
E, claro, as empresas têm apresentado, em sua maioria, resultados ruins, fora os indicadores econômicos, que têm vindo péssimos, independentemente de estarem em linha com o esperado ou não.
O cenário à frente ainda está muito turvo, mas o pessimismo é tanto que qualquer notícia "menos ruim" é o suficiente para o mercado se animar um pouco, principalmente se considerarmos que perdemos bastante as referências de preços. Podemos aguardar mais volatilidade adiante.

Quer ter um Porsche novinho? Pois então aperte os cintos: a Volkswagen quer fazer o IPO da montadora de carros esportivos
Abertura de capital da Porsche deve acontecer entre o fim de setembro e início de outubro; alguns investidores já demonstraram interesse no ativo
BTG Pactual tem a melhor carteira recomendada de ações em agosto e foi a única entre as grandes corretoras a bater o Ibovespa no mês
Indicações da corretora do banco tiveram alta de 7,20%, superando o avanço de 6,16% do Ibovespa; todas as demais carteiras do ranking tiveram retorno positivo, porém abaixo do índice
Small caps: 3R (RRRP), Locaweb (LWSA3), Vamos (VAMO3) e Burger King (BKBR3) — as opções de investimento do BTG para setembro
Banco fez três alterações em sua carteira de small caps em relação ao portfólio de agosto; veja quais são as 10 escolhidas para o mês
Passando o chapéu: IRB (IRBR3) acerta a venda da própria sede em meio a medidas para se reenquadrar
Às vésperas de conhecer o resultado de uma oferta primária por meio da qual pretende levantar R$ 1,2 bilhão, IRB se desfaz de prédio histórico
Chega de ‘só Petrobras’ (PETR4): fim do monopólio do gás natural beneficia ação que pode subir mais de 50% com a compra de ativos da estatal
Conheça a ação que, segundo analista e colunista do Seu Dinheiro, representa uma empresa com histórico de eficiência e futuro promissor; foram 1200% de alta na bolsa em quase 20 anos – e tudo indica que esse é só o começo de um futuro triunfal
Mais um banco se rende à Cielo (CIEL3) e passa a recomendar a compra da ação, mesmo após alta de quase 200% neste ano
Com potencial de alta de quase 30% estimado para os papéis, os analistas do Credit Suisse acreditam que você deveria incluir as ações da empresa de maquininhas no seu portfólio
IRB lança oferta primária restrita, mas limita operação a R$ 1,2 bilhão e antecipa possibilidade de um descontão; IRBR3 é a maior alta do Ibovespa hoje
Resseguradora busca reenquadramento da cobertura de provisões técnicas e de liquidez regulatória para continuar operando
Dividendos: Porto Seguro (PSSA3) anuncia quase R$ 400 milhões em JCP; Kepler Weber (KEPL3) também distribuirá proventos
Data de corte é a mesma em ambos os casos; veja quem tem direito a receber os proventos das empresas
Oi (OIBR3) confirma venda de operação fixa para subsidiária da Highline; transação pode alcançar R$ 1,7 bilhão
Proposta da NK 108, afiliada da Highline, foi a única válida no leilão realizado ontem; negócio envolve cerca de 8 mil torres da Oi
Depois de bons resultados nos setores de gás e energia, gigante de infraestrutura está conquistando espaço, também, na mineração – e promete assustar a Vale (VALE3)
Um crescimento mínimo de 50%: é isso que time de analistas espera para uma ação que custa, hoje, 20% a menos do que sua média histórica; saiba como aproveitar
Ibovespa interrompe sequência de 4 semanas em alta; veja as ações que mais caíram – e um setor que subiu em bloco
Ibovespa foi prejudicado por agenda fraca na semana, mas houve um setor que subiu em bloco; confira as maiores altas e baixas do período
Dá pra personalizar mais? Americanas (AMER3) fecha parceria com o Google em busca de mais eficiência e melhor experiência para clientes
Acordo entre a Americanas e o Google prevê hiperpersonalização da experiência do cliente e otimização de custos operacionais
Bed Bath & Beyond desaba mais de 40% em Wall Street — e o ‘culpado’ é um dos bilionários da GameStop; entenda
Ryan Cohen, presidente do conselho da GameStop, vendeu todas as suas ações na varejista de itens domésticos e embolsou US$ 60 milhões com o negócio
Unindo os jalecos: acionistas do Fleury (FLRY3) e Hermes Pardini (PARD3) aprovam a fusão entre as companhias
Os acionistas de Fleury (FLRY3) e Hermes Pardini (PARD3) deram aval para a junção dos negócios das companhias; veja os detalhes
JBS (JBSS3) é a ação de alimentos favorita do BofA, mas banco vê menor potencial de alta para o papel; ainda vale a pena comprar?
Analistas revisaram para baixo o preço-alvo do papel, para R$ 55, devido à expectativa de queda nas margens da carne bovina dos EUA, correspondente a 40% das vendas da empresa
Irani anuncia recompra de até 9,8 milhões de ações na B3; o que isso significa para o acionista de RANI3?
A empresa disse que quer maximizar a geração de valor para os seus investidores por meio da melhor administração da estrutura de capital
Vale (VALE3) perdeu o encanto? Itaú BBA corta recomendação de compra para neutro e reduz preço-alvo do papel
Queridinha dos analistas, Vale deve ser impactada por menor demanda da China, e retorno aos acionistas deve ficar mais limitado, acredita o banco
Soberania da (VALE3) ‘ameaçada’? Melhor ação de infraestrutura da Bolsa pode subir 50%, está entrando na mineração e sai ganhando com o fim do monopólio da Petrobras (PETR4) no setor de gás; entenda
Líder na América Latina, papel está barato, está com fortes investimentos na mineração e é um dos principais nomes do mercado de gás e do agronegócio no Brasil
Nubank (NU; NUBR33) chega a subir 20% após balanço, mas visão dos analistas é mista e inadimplência preocupa
Investidores gostaram de resultados operacionais, mas analistas seguem atentos ao crescimento da inadimplência; Itaú BBA acha que banco digital pode ter subestimado o risco do crédito pessoal
Briga do varejo: Qual é a melhor ação de atacadista para ter na carteira? A XP escolheu a dedo os papéis; confira
O forte resultado do Grupo Mateus (GMAT3) no 2T22 garantiu ao atacadista um convite para juntar-se ao Assaí (ASAI3) na lista de varejistas de alimentos favoritas dos analistas