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Victor Aguiar
Victor Aguiar
Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.
101 mil pontos

Otimismo na bolsa, cautela no câmbio: o Ibovespa subiu, mas o dólar não teve alívio

Avanços no desenvolvimento de uma vacina contra o coronavírus animaram as bolsas e deram força ao Ibovespa, mas o dólar à vista segue refletindo o ambiente mais cauteloso no curto prazo

Victor Aguiar
Victor Aguiar
15 de julho de 2020
18:16 - atualizado às 19:17
Selo Mercados FECHAMENTO Ibovespa dólar
Imagem: Montagem Andrei Morais / Shutterstock

O mercado financeiro tem funcionado com dois horizontes de tempo em mente: no curto prazo, a situação ainda é nebulosa; no longo, a perspectiva parece mais animadora. E, considerando essa diferença de cenário, os investidores têm assumido posturas diferentes na bolsa e no câmbio — o que faz com que o Ibovespa e o dólar assumam comportamentos estranhos à primeira vista.

Por "comportamentos estranhos" eu me refiro à perda da correlação clássica entre esses dois ativos. É um pensamento simples: se o panorama é positivo para o Brasil, é quase intuitivo assumir que o Ibovespa sobe e o dólar cai; se o contexto é negativo para o país, a bolsa recua e a taxa de câmbio salta.

Mas, veja só o fechamento desta quarta-feira (15): o Ibovespa subiu 1,34%, aos 101.790,54 pontos, enquanto o dólar à vista... bem, o dólar também avançou: um ganho de 0,68%, a R$ 5,3855. Por que o alívio no mercado de ações não é sentido também nas negociações de moedas?

  • Eu gravei um vídeo para comentar um pouco mais a respeito do andamento dos mercados nesta quarta. Veja abaixo:

A resposta é, ao mesmo tempo, simples e complexa: a correlação clássica já não é mais tão forte porque as condições que costumavam rondar os mercados brasileiros já não existem mais como antes. Vivemos hoje uma nova realidade, com juros estruturalmente baixos e um cenário de pandemia ainda sem solução.

O x da questão é exatamente esse: o fator "ainda". No curto prazo, a economia sofre por causa do coronavírus, mas, no médio e longo, há a expectativa de que, com um tratamento eficaz sendo criado, a vida voltará ao normal — e o nível de atividade no mundo terá uma retomada vigorosa.

Nesse sentido, notícias a respeito dos avanços no desenvolvimento de uma vacina aumentam a esperança em relação a dias melhores num futuro cada vez menos distantes. E, nesta quarta-feira, foi exatamente isso que deu forças ao Ibovespa e às bolsas globais.

Cadê a vacina?

A grande impulsionadora das bolsas foi a farmacêutica Moderna, cuja vacina contra o coronavírus teria produzido anticorpos em todos os pacientes saudáveis que receberam a dose — um sinal animador e que renova as esperanças quanto à criação de um tratamento viável contra a pandemia.

Esse avanço é particularmente importante para os mercados porque, nos últimos dias, o número de novos casos da doença nos EUA tem aumentado num ritmo preocupante — um dado que, inclusive, fez a Califórnia retroceder em seus esforços para a reabertura da economia local.

Assim, ao ver a possibilidade de uma segunda onda do coronavírus forçar um novo fechamento nos Estados Unidos — o que, consequentemente, frearia a recuperação no nível de atividade no país —, os investidores mostram-se cada vez mais ansiosos pelo desenvolvimento de uma vacina.

E, de fato, há várias empresas farmacêuticas no mundo correndo atrás do tratamento — cada uma com diferentes graus de sucesso. E, com tantos esforços sendo empreendidos, a leitura é a de que, cedo ou tarde, alguma companhia será bem sucedida.

Nesse sentido, as bolsas americanas fecharam em alta hoje: o Dow Jones subiu 0,85%, o S&P 500 avançou 0,91% e o Nasdaq teve ganho de 0,59%. Afinal, uma vacina afastaria de fez os riscos de mais um período de quarentena — e, nas bolsas, o que manda é o longo prazo.

Riscos imediatos

Essa expectativa positiva em relação ao futuro, contudo, não apaga os riscos iminentes: os casos de Covid-19 nos EUA não param de subir e diversas autoridades estaduais do país começam a ensaiar um movimento semelhante ao da Califórnia.

Assim, por mais que exista a percepção de que uma vacina está a caminho, fato é que, neste momento, a situação é preocupante. Assim, ao mesmo tempo que os investidores aumentam a exposição em bolsa, eles também buscam proteção no câmbio.

Isso explica a nova rodada de pressão sobre o dólar à vista — a moeda americana é uma espécie de 'porto seguro' para os agentes financeiros. Ainda há muita incerteza no radar: um novo lockdown pode ganhar força no mundo antes do desenvolvimento da vacina.

Balanços em evidência

Ainda nos EUA, o mercado reage com otimismo ao início da temporada de balanços do segundo trimestre. Ontem, os dados apresentados por J.P. Morgan, Citi e Wells Fargo já surpreenderam positivamente; hoje, foi a vez do Goldman Sachs superar as expectativas dos analistas.

Ao menos por enquanto, os números trimestrais das empresas não tem mostrado um impacto tão devastador assim da pandemia — uma tendência que vai dando força às bolsas globais e que, se mantida, pode levar os índices acionários para níveis ainda mais altos, incluindo o Ibovespa.

Juros em alta

No mercado de juros futuros, a tendência foi de alta nesta quarta-feira, especialmente na ponta mais longa da curva:

  • Janeiro/2021: de 2,05% para 2,06%;
  • Janeiro/2022: de 3,01% para 3,05%;
  • Janeiro/2023: de 4,11% para 4,12%;
  • Janeiro/2025: de 5,58% para 5,61%.

Nesta manhã, o ministério da Economia divulgou projeções atualizadas para o PIB e outras variáveis macro em 2020. Os números, contanto, não trouxeram grandes mudanças em relação às estimativas anteriores: a previsão de queda na atividade econômica continua de baixa de 4,7% neste ano.

O dado trouxe reações mistas ao mercado. Por um lado, o governo está mais otimista que o boletim Focus, que prevê uma baixa de 6,1% no PIB em 2020; por outro, alguns previam que o ministério mexeria em suas projeções e assumiria uma postura não tão negativa, levando em conta os dados mais fortes da indústria e do varejo em maio.

Top 5

Confira as cinco maiores altas do Ibovespa nesta quarta-feira — para ler mais detalhes a respeito dos motivos por trás desses ganhos, é só acessar essa matéria:

CÓDIGONOMEPREÇO (R$)VARIAÇÃO
EMBR3Embraer ON8,80+9,86%
CVCB3CVC ON21,70+8,71%
SBSP3Sabesp ON61,38+8,06%
GOLL4Gol PN21,95+6,97%
SUZB3Suzano ON38,85+5,97%

Saiba também quais são as cinco maiores quedas do índice hoje:

CÓDIGONOMEPREÇO (R$)VARIAÇÃO
CSNA3CSN ON11,93-2,13%
MRVE3MRV ON20,44-2,01%
IRBR3IRB ON9,14-1,72%
SULA11SulAmérica units46,90-1,49%
BTOW3B2W ON113,99-1,47%

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