A MRV Engenharia decidiu atender aos acionistas minoritários na bolsa e mudou a forma como fará o investimento na AHS Residential, que constrói imóveis para alugar nos Estados Unidos.
Os investidores reagem bem à notícia. Por volta das 11h30, as ações da incorporadora (MRVE3) eram negociadas em alta de 4,88%, cotadas a 22,58. Leia também nossa cobertura de mercados.
Na época do anúncio do negócio, porém, os papéis da empresa brasileira reagiram em forte queda. Além da natural desconfiança, o "sonho americano" chamou a atenção por outro motivo: a AHS é controlada pela família Menin, que também é a principal acionista da MRV.
Na versão original, a empresa brasileira ficaria com 51% na AHS. A família Menin, que hoje possui 94,5% do capital, seria diluída para 46,3%.
Novo desenho
Depois de ouvir as sugestões dos minoritários, a companhia decidiu refezer a proposta para evitar um potencial conflito de interesses. No novo desenho, a MRV vai incorporar a participação de Rubens Menin na AHS.
Ou seja, toda a participação do empresário ocorrerá por meio da MRV. Com isso, a incorporadora passará a deter 94,5% do capital da AHS, que também receberá um aporte de capital de US$ 236 milhões (R$ 958 milhões, no câmbio de hoje).
Após o negócio, a participação de Menin na MRV subirá de 32,48% para 37,78%, e os demais acionistas serão diluídos dos atuais 67,27% para 61,99%.
Menin também ganhou direito a um bônus de subscrição em ações da MRV dependendo do desempenho da AHS. Caso a taxa interna de retorno (TIR) do investimento, em dólares, supere 15% ao ano em 2027, ele terá direito a 2% do capital da companhia. Se a TIR passar de 20%, o bônus de subscrição dará direito a 3% da MRV.
A proposta ainda precisa passar por uma assembleia de acionistas, que será convocada para o dia 31 de janeiro de 2020.