Quarta alta consecutiva: Ibovespa fecha no campo positivo e recupera os 103 mil pontos
Num dia em que os mercados se dividiram entre a cautela com a China e o otimismo com os BCs, o Ibovespa até chegou a subir mais de 1% na máxima, mas fechou em alta de 0,24%, aos 103.180,59 pontos

O Ibovespa bem que tentou alçar voos mais altos nesta segunda-feira (9), atingindo a faixa dos 104 mil pontos durante a manhã. Essa arrancada, contudo, teve vida curta: o principal índice da bolsa brasileira perdeu boa parte do ímpeto ao longo da tarde, encerrando o dia com ganhos modestos.
Mas, apesar desse enfraquecimento, o mercado acionário tem motivos para comemorar. Afinal, o Ibovespa conseguiu registrar o quarto pregão consecutivo no campo positivo: ao fim do dia, subiu 0,24%, aos 103.180,59 pontos. É a primeira vez desde 13 de agosto que o índice termina uma sessão acima dos 103 mil pontos.
Essa redução nos ganhos ocorreu em linha com o movimento visto no exterior: nos Estados Unidos, o Dow Jones (+0,14%) e o Nasdaq (+0,01%) também perderam intensidade ao longo do dia, mas, assim como o Ibovespa, conseguiram terminar no azul. Já o Nasdaq (-0,19%) não sustentou a alta e fechou em ligeira queda.
Essa redução nos ganhos ocorreu em linha com o movimento visto no exterior: nos Estados Unidos, o Dow Jones (+0,14%) também perdeu intensidade ao longo do dia, mas, assim como o Ibovespa, conseguiu terminar no azul. Já o S&P 500 (-0,01%) e o Nasdaq (-0,19%) não sustentaram o desempenho positivo e fecharam em ligeira queda.
Dois fatores movimentaram os mercados externos neste início de semana: por um lado, havia certa cautela em relação aos dados da balança comercial da China, que ficaram abaixo do esperado — as exportações do gigante asiático caíram 1% em agosto, enquanto as importações recuaram 5,6%.
Mas, por outro, essa decepção com a economia chinesa — e a leitura de que a guerra comercial começa a afetar a atividade do país — elevou a percepção de que os principais bancos centrais do mundo serão forçados a promover uma rodada de estímulos monetários, de modo a dar sustentação às economias locais.
Leia Também
Nesta quinta-feira (12), o Banco Central Europeu (BCE) irá definir a taxa de juros na região; na semana que vem, é a vez do Federal Reserve (Fed) e do Banco Central do Brasil (BCB) fazerem o mesmo. E, com o sinal amarelo vindo da China, há a leitura de que os BCs devem agir agora, baixando os juros e estimulando a atividade econômica.
"Segue a expectativa quanto à adoção de uma agenda mais aberta a reduções nas taxas, dadas as preocupações com as economias globais", diz Rafael Passos, analista da Guide Investimentos. "Podemos também ter uma rodada mais forte de estímulos para a economia chinesa".
Durante a manhã, esse otimismo em relação à postura dos BCs levou os mercados acionários ao campo positivo, em especial as bolsas de países emergentes, que são mais beneficiadas pela menor aversão ao risco. Mas, ao longo do dia, esse otimismo acabou se esvaziando, o que deu um tom de neutralidade ao Ibovespa e aos mercados dos EUA.
Passos ainda pondera que as sinalizações emitidas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em entrevista ao Valor Econômico, foram bem recebidas pelos agentes financeiros. "Começamos a ver uma sinalização mais forte em busca do equilíbrio fiscal", diz. "O Guedes mostra que o governo está empenhado, e isso é muito positivo".
Commodities se recuperam
O mercado de commodities teve uma segunda-feira de maior tranquilidade: o minério de ferro, por exemplo, subiu 4,4% no porto chinês de Qingdao — cotação que serve de referência para os agentes financeiros; o petróleo Brent (+1,70%) e WTI (+2,35%) também fecharam em alta.
Nesse cenário, as ações da Petrobras, da Vale e das siderúrgicas ganharam terreno. Os papéis PN da estatal (PETR4) subiram 1,55%, enquanto os ONs (PETR3) avançaram1,99%; Vale ON (VALE3) teve alta de 3,10%, CSN ON (CSNA3) valorizou 3,20%, Usiminas PNA (USIM5) disparou 8,08% e Gerdau PN (GGBR4) subiu 5,47%.
Dia de extremos
Além dos papéis ligados ao setor de commodities, também apresentaram desempenho positivo as ações dos bancos: Itaú Unibanco PN (ITUB4) avançou 2,45%, Bradesco PN (BBDC4) teve alta de 1,27, Banco do Brasil ON (BBAS3) subiu 1,24% e as units do Santander Brasil (SANB11) valorizaram 1,57%.
Mas, mesmo com os bancos e as outras blue chips no azul, o Ibovespa mostrou dificuldades para se sustentar em alta. E isso porque diversos papéis do índice apresentam perdas expressivas, o que praticamente neutralizou os ganhos das ações citadas acima.
Na ponta negativa, destaque para o segmento de varejo: Magazine Luiza ON (MGLU3) caiu 5,00%, B2W ON (BTOW3) recuou 5,64%, Via Varejo ON (VVAR3) teve baixa de 5,01%, Lojas Renner ON (LREN3) desvalorizou 0,96% e Lojas Americanas PN (LAME4) teve queda de 1,60%.
Analistas e operadores ponderam que essa queda em bloco das varejistas não é ocasionada por alguma notícia relacionada ao setor. Embora os especialistas apontem que as expectativas são baixas para a "Semana do Brasil" — iniciativa do governo federal para estimular o consumo doméstico —, as quedas parecem ser geradas por um movimento de realização dos lucros recentes.
Marfrig em destaque
As ações ON da Marfrig (MRFG3) subiram 3,85% e apareceram entre os destaques positivos do Ibovespa. Nesta manhã, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) recebeu um comunicado da GACC, órgão de sanidade chinês, informando que 25 frigoríficos foram habilitados para exportar carne para o gigante asiático.
Os papéis da Marfrig ainda foram impulsionados pela notícia, publicada pela Coluna do Broadcast, de que Marcos Molina, sócio-fundador e detentor de 36,43% da companhia, deseja adquirir a fatia detida pelo BNDES, de 33,74%, e que deverá se colocada à venda como parte da estratégia de desinflar o braço de participações do banco.
Ainda no setor de frigoríficos, BRF ON (BRFS3) caiu 1,15% e JBS ON (JBSS3) teve baixa de 3,53%.
E o dólar?
No mercado de câmbio, o dólar à vista abriu o dia em baixa e chegou a recua 0,77%, a R$ 4,0485. No entanto, a moeda americana foi ganhando força, terminando a sessão em alta de 0,46%, a R$ 4,0987.
Esse movimento ocorreu em linha com o visto no exterior: o dólar abriu a sessão perdendo terreno em escala global, tanto em relação às moedas fortes quanto as de países emergentes. No entanto, a divisa americana ganhou impulso durante a manhã.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar ante uma cesta de divisas fortes, reduziu as perdas e ficou perto da estabilidade. Entre as emergentes, a moeda americana virou e passou a subir em relação ao peso chileno e ao peso mexicano, mas permanece em queda ante o rublo russo e o rand sul-africano.
Juros em leve baixa
A curva de juros tem uma segunda-feira sem grandes oscilações. Enquanto aguarda eventuais sinalizações por parte dos BCs a respeito dos próximos passos da política monetária no mundo, o mercado prefere não promover grandes alterações nos DIs.
Na ponta curta, as curvas com vencimento em janeiro de 2020 fecharam em baixa de 5,32% para 5,30%, e as para janeiro de 2021 caíram de 5,36% para 5,34%. Na longa, os DIs para janeiro de 2023 recuaram de 6,45% para 6,42%, e os com vencimento em janeiro de 2025 foram de 7,00% para 6,98%.
BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3) ganham aval do Cade para fusão — dividendos bilionários e o que mais vem pela frente?
A Superintendência-Geral do Cade aprovou, sem restrições, a combinação de negócios entre os dois players do mercado de proteínas
Vanessa Rangel e Frank Sinatra embalam a ação do mês; veja também o que embala os mercados hoje
Guerra comercial de Trump, dados dos EUA e expectativa em relação ao IOF no Brasil estão na mira dos investidores nesta quarta-feira
Onde Investir em junho: Cosan (CSAN3), SBF (SBFG3), SLC Agrícola (SLCE3) e mais opções em ações, dividendos, FIIs e criptomoedas
Em novo episódio da série, analistas da Empiricus Research compartilham recomendações após os resultados da temporada de balanços
Nvidia faz Microsoft comer poeira e assume posto de maior empresa dos EUA em valor de mercado
A terceira posição nesse pódio é da Apple: a fabricante de iPhones terminou a sessão desta terça-feira (3) avaliada em US$ 3,04 bilhões
Rede D’Or (RDOR3) tem uma das maiores quedas do Ibovespa nesta terça (3): o que está acontecendo com as ações?
As ações reagiram à atualização do plano de expansão da companhia, que revisou para baixo a projeção de criação de leitos até 2028
O tempo virou para o Bradesco — e agora é para melhor: Mais um banco eleva a recomendação para as ações. É hora de comprar BBDC4?
Lucro maior, ROE em alta e melhora na divisão de seguros embasam a recomendação de compra
É hora de sair da bolsa dos EUA? S&P 500 está caro, alertam BofA e XP — e há riscos (ainda) fora do preço
Os patamares de múltiplos atuais do S&P 500, o índice de ações mais amplo da bolsa norte-americana, fizeram o Bank of America (BofA) e a XP acenderem a luz de alerta
Queda da ação do Banco do Brasil (BBAS3) prejudica desempenho das carteiras recomendadas de maio; veja ranking
Ações do banco derreteram quase 20% no período, arrastadas por um balanço muito abaixo das expectativas do mercado
Fusão Petz e Cobasi: Cade aprova negócio sem restrições; veja quais os próximos passos e o que acontece com os acionistas
A Superintendência-Geral do Cade emitiu parecer favorável à combinação de negócios das gigantes do mercado pet. O que esperar agora?
O Brasil precisa seguir as ‘recomendações médicas’: o diagnóstico da Moody’s e o que esperar dos mercados hoje
Tarifas de Trump seguem no radar internacional; no cenário local, mercado aguarda negociações de Haddad com líderes do Congresso sobre alternativas ao IOF
TIM (TIMS3) anuncia grupamento de ações para aumentar a liquidez do papel; confira os detalhes da operação
A partir desta terça-feira (3), acionistas terão 30 dias para ajustar suas posições para evitar a formação de frações ao fim do processo
Por que o mercado erra ao apostar que Trump vai “amarelar”, segundo a Gavekal
Economista-chefe da consultoria avalia se o excepcionalismo norte-americano chegou ao fim e dá um conselho para os investidores neste momento
Após o rali de quase 50% no ano, ação do Bradesco (BBDC4) ainda tem espaço para subir? UBS BB acredita que sim
Banco mantém recomendação de compra para BBDC4 e eleva preço-alvo para R$ 21. Saiba o que sustenta a visão otimista
De “venda” à compra: Ecorodovias (ECOR3) recebe duplo upgrade de recomendação pelo BofA. O que está por trás do otimismo?
Com a mudança, os papéis ECOR3 saem de uma recomendação underperform (equivalente à venda) e aceleram para classificação de compra
Nem só de aço vive a B3: Gerdau brilha, mas alta do petróleo puxa ações de petroleiras no Ibovespa
O petróleo ganhou força no exterior nesta manhã depois que a Opep+ manteve os aumentos de produção em julho no mesmo nível dos dois meses anteriores
Trump pode ter dado o empurrão que faltava para Gerdau (GGBR4) saltar na B3 — e mercado ainda não percebeu o potencial, diz BTG
Para os analistas, a ação da siderúrgica está barata e pode encontrar justamente nesse movimento de Trump e no balanço do 2T25 o “gatilho necessário” para valorizar na B3
Tem que aumentar mais: o que pensam os economistas que esperam mais uma elevação da Selic pelo Copom, para uma taxa terminal de 15% ao ano?
O comitê deixou o cenário em aberto na última reunião e agora o mercado está dividido entre os que esperam a manutenção dos juros e os que projetam um aumento residual de 0,25 p.p.
O copo meio… cheio: a visão da Bradesco Asset para a bolsa brasileira e o que esperar dos mercados hoje
Com feriado na China e fala de Powell nos EUA, mercados reagem a tarifas de Trump (de novo!) e ofensiva russa contra Ucrânia
Agenda econômica: Política monetária na Europa, Powell, Livro Bege e Payroll; confira os indicadores mais importantes da semana
Além dos indicadores de peso nos Estados Unidos e na Europa, investidores brasileiros devem acompanhar de perto o IPC-Fipe, o IGP-DI e a balança comercial
Bradesco Asset aposta em 5 ações para investir na bolsa brasileira no segundo semestre — e uma delas já subiu 35% em 2025
Em entrevista ao Seu Dinheiro, Rodrigo Santoro revelou as maiores posições da carteira de ações da gestora, que atualmente administra mais de R$ 940 bilhões em ativos