Mais valor ao acionista: Oncoclínicas (ONCO3) dispara quase 20% na B3 em meio a recompra de ações
O programa de aquisição de papéis ONCO3 foi anunciado dias após um balanço aquém das expectativas no quarto trimestre de 2024
Depois de operar no vermelho após um balanço aquém das expectativas no quarto trimestre de 2024, a Oncoclínicas (ONCO3) agora protagoniza uma das maiores altas da bolsa brasileira na sessão desta segunda-feira (31).
Por volta das 15h, as ações ONCO3 entraram em leilão na B3 por oscilação máxima permitida, com ganhos de 19,15%, a R$ 6,47. Desde o início do ano, os papéis da empresa de saúde acumulam valorização de 181% na B3.
O desempenho robusto neste pregão vem na esteira do anúncio de um novo programa de recompra de ações.
Vale lembrar também que a Oncoclínicas possui um percentual relevante das ações em circulação no mercado (free float) alugadas, o que indica um percentual considerável de posições vendidas (short, que apostam na queda) na empresa e poderia representar uma volatilidade acentuada das ações na bolsa.
- VEJA TAMBÉM: Mesmo com a Selic a 14,25% ao ano, esta carteira de 5 ações já rendeu 17,7% em 2025
Em paralelo, o mercado também repercute a notícia de que um dos principais acionistas da Oncoclínicas (ONCO3), o Banco Master, deve ser comprado pelo Banco de Brasília (BRB), em um negócio avaliado em R$ 2 bilhões.
Por que a Oncoclínicas (ONCO3) quer recomprar ações
Do lado da recompra da Oncoclínicas, a rede de tratamentos oncológicos pretende adquirir até 52 milhões de papéis, equivalente a cerca de 8,78% do total de ações ONCO3 atualmente em circulação no mercado.
Leia Também
O programa teve início na última sexta-feira (28) e poderá ser estendido por 18 meses, até o dia 28 de setembro de 2026.
Existem diversos motivos que levam uma empresa como a Oncoclínicas (ONCO3) a aprovar um programa de recompras como esse. Entre eles, estão:
- A empresa acredita que suas ações estão baratas ou mal avaliadas pelo mercado;
- A companhia precisa distribuir ações aos executivos como bônus e não quer emitir novos papéis;
- Ela quer gerar valor ao acionista que continua em sua base, apesar da instabilidade do mercado.
No caso da Oncoclínicas, o objetivo é essencialmente maximizar a geração de valor para os investidores por meio de uma “administração eficiente da estrutura de capital”.
Vale lembrar que a recompra é justamente uma das maneiras que uma empresa pode escolher para dar retorno para o acionista, em uma espécie de “pagamento indireto de dividendos” aos investidores.
Afinal, caso a companhia opte por cancelar as ações recompradas, o acionista ganha por acabar com uma participação proporcionalmente na empresa maior após a operação — e consequentemente ter direito a uma fatia maior do lucro e dos proventos no futuro.
No entanto, a recompra de ações faz com que os papéis percam liquidez na bolsa, uma vez que menos ações são negociadas no mercado.
As ações adquiridas na recompra poderão ser usadas para manutenção em tesouraria, cancelamento, venda ou para cumprir com planos de incentivos outorgados de longo prazo da rede de tratamentos contra o câncer.
De acordo com a Oncoclínicas, as operações de recompra de ações serão financiadas pelo “montante global das reservas de capital”.
“A companhia possui reserva de capital em valor suficiente para a execução do programa de recompra”, afirmou, em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Leia também:
- Oncoclínicas (ONCO3) fecha parceria para atendimento oncológico em ambulatórios da rede da Hapvida (HAPV3)
- Goldman Sachs de saída da Oncoclínicas? Banco vende maior parte da fatia em ONCO3 para gestora de private equity; operação reacende discussão sobre OPA
- Sócio polêmico, alto endividamento, possível risco no caixa: por que a Oncoclínicas (ONCO3) cai 90% desde o IPO e o que esperar da ação
As finanças da Oncoclínicas (ONCO3)
Sob a ótica financeira, a Oncoclínicas (ONCO3) registrou um prejuízo líquido de R$ 759,2 milhões entre outubro e dezembro de 2024, revertendo o lucro de R$ 87 milhões apurado no mesmo período do ano anterior.
No acumulado do ano, as perdas somaram R$ 717,4 milhões, contra um lucro de R$ 312,6 milhões em 2023.
Segundo a empresa, bem como no trimestre anterior, o desempenho é reflexo da menor alavancagem operacional no trimestre, das despesas operacionais “pontualmente mais elevadas” e da maior alíquota efetiva de imposto de renda no trimestre.
Se desconsiderado o “efeito não caixa da apuração do valor justo do plano de incentivo de longo prazo (PILP)” e impairment referente ao ágio pago em aquisições passadas da Oncoclínicas, a companhia afirma que teria encerrado o trimestre com um lucro líquido de R$ 42,6 milhões, queda de 56,8% na base anual.
Além disso, após um breve alívio no terceiro trimestre, a Oncoclínicas retomou a queima de caixa no quarto trimestre de 2024. O fluxo de caixa livre foi negativo em R$ 1,5 milhão no período.
Enquanto isso, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, indicador usado para mensurar o potencial de geração de caixa de uma empresa, foi negativo em R$ 575,9 milhões, revertendo a cifra positiva de R$ 243,6 milhões registrada no mesmo trimestre de 2023.
Os custos dos serviços prestados caixa somaram R$ 1,1 bilhão, uma piora de 13,4% na comparação anual, passando a corresponder por 62,1% da receita bruta.
Já as despesas operacionais caixa encerraram o trimestre em R$ 280,7 milhões, crescimento de 20% frente ao 4T23, correspondente a 17,9% da receita líquida.
Um dos pontos positivos do balanço veio da redução do endividamento da companhia, tanto em termos sequenciais (-3,4% contra o 3T24) quanto anuais (-24,8% frente ao 4T23), para uma dívida líquida de R$ 3,2 milhões no fim do quarto trimestre.
Na avaliação de Rafael Ragazi, sócio e analista de ações da Nord Investimentos, a Oncoclínicas tem capacidade de crescer receita, mas dificuldade muito grande de converter o faturamento em lucro devido à alta lavancagem.
"Não enxergamos o resultado como algo que muda a nossa visão sobre a tese. Continuamos a ver uma relação de risco e retorno desfavorável, apesar das movimentações societárias que estão levando a ação a ter uma volatilidade", disse o analista.
XP (XPBR31) anuncia R$ 500 milhões em dividendos e recompra de até R$ 1 bilhão em ações após lucro recorde no 3T25
Companhia reportou lucro líquido de R$ 1,33 bilhão, avanço de 12% na comparação anual; veja os destaques do balanço
Banco do Brasil (BBAS3) lança cartão para a altíssima renda de olho nos milionários; veja os benefícios
O cartão BB Visa Altus Liv será exclusivo para clientes com mais de R$ 1 milhão investido, gastos médios acima de R$ 20 mil e/ou renda mínima de R$ 30 mil
A ação que pode virar ‘terror’ dos vendidos: veja o alerta do Itaú BBA sobre papel ‘odiado’ na B3
Apesar da pressão dos vendidos, o banco vê gatilhos de melhora para 2026 e 2027 e diz que shortear a ação agora pode ser um erro
JBS (JBSS32): BofA ‘perdoa’ motivo que fez mercado torcer o nariz para a empresa e eleva preço-alvo para as ações
Após balanço do terceiro trimestre e revisão do guidance, o BofA elevou o preço-alvo e manteve recomendação de compra para a JBS
Grupo Toky (TOKY3), da Mobly e Tok&Stok, aprova aumento de capital e diminui prejuízo, mas briga entre sócios custou até R$ 42 milhões
Empresa amargou dificuldades com fornecedores, que levaram a perdas de vendas, faltas de produtos e atraso nas entregas
Petrobras (PETR4) descobre ‘petróleo excelente’ no Rio de Janeiro: veja detalhes sobre o achado
A estatal identificou petróleo no bloco Sudoeste de Tartaruga Verde e segue com análises para medir o potencial da nova área
Gigantes de frango e ovos: JBS e Mantiqueira compram empresa familiar nos EUA para acelerar expansão internacional
A maior produtora de frangos do mundo e a maior produtora de ovos da América do Sul ampliam sua presença global
Cosan (CSAN3) e Raízen (RAIZ4) têm perdas bilionárias no trimestre; confira os números dos balanços
Os resultados são uma fotografia dos desafios financeiros que as duas companhias enfrentam nos últimos meses; mudanças na alta cúpula também são anunciadas
Nubank (ROXO34): o que fazer com a ação após maior lucro da história? O BTG responde
Na bolsa de Nova York, a ação NU renovava máximas, negociada a US$ 16,06, alta de 3,11% no pregão. No acumulado de 2025, o papel sobe mais de 50%.
IRB (IRBR3) lidera quedas do Ibovespa hoje após tombo de quase 15% no lucro líquido, mas Genial ainda vê potencial
Apesar dos resultados fracos no terceiro trimestre, a gestora manteve a recomendação de compra para os papéis da empresa
Não aprendi dizer adeus: falência da Oi (OIBR3) é revertida. Tribunal vê recuperação possível e culpa gestão pela ruína
A desembargadora Mônica Maria Costa, da Primeira Câmara do Direito Privado do TJ-RJ, decidiu suspender os efeitos da decretação de falência, concedendo à companhia uma nova chance de seguir com a recuperação judicial
iPhones com até 45% de desconto no Mercado Livre; veja as ofertas
Ofertas são da loja oficial da Apple dentro do marketplace e contam com entrega Full e frete grátis
Azul (AZUL4) dá sinal verde para aporte de American e United, enquanto balanço do 3T25 mostra prejuízo mais de 1100% maior
Em meio ao que equivale a uma recuperação judicial nos EUA, a Azul dá sinal verde para acordo com as norte-americanas, enquanto balanço do terceiro trimestre mostra prejuízo ajustado de R$ 1,5 bilhão
BHP é considerada culpada por desastre em Mariana (MG); entenda por que a Vale (VALE3) precisará pagar parte dessa conta
A mineradora brasileira estima uma provisão adicional de aproximadamente US$ 500 milhões em suas demonstrações financeiras deste ano
11.11: Mercado Livre, Shopee, Amazon e KaBuM! reportam salto nas vendas
Plataformas tem pico de vendas e mostram que o 11.11 já faz parte do calendário promocional brasileiro
Na maratona dos bancos, só o Itaú chegou inteiro ao fim da temporada do 3T25 — veja quem ficou pelo caminho
A temporada de balanços mostrou uma disputa desigual entre os grandes bancos — com um campeão absoluto, dois competidores intermediários e um corredor em apuros
Log (LOGG3) avalia freio nos dividendos e pode reduzir percentual distribuído de 50% para 25%; ajuste estratégico ou erro de cálculo?
Desenvolvedora de galpões logísticos aderiu à “moda” de elevar payout de proventos, mas teve que voltar atrás apenas um ano depois; em entrevista ao SD, o CFO, Rafael Saliba, explica o porquê
Natura (NATU3) só deve se recuperar em 2026, e ainda assim com preço-alvo menor, diz BB-BI
A combinação de crédito caro, consumo enfraquecido e sinergias atrasadas mantém a empresa de cosméticos em compasso de espera na bolsa
Hapvida (HAPV3) atinge o menor valor de mercado da história e amplia programa de recompra de ações
O desempenho da companhia no terceiro trimestre decepcionou o mercado e levou a uma onda de reclassificação os papéis pelos grandes bancos
Nubank (ROXO34) tem lucro líquido quase 40% maior no 3T25, enquanto rentabilidade atinge recorde de 31%
O Nubank (ROXO34) encerrou o terceiro trimestre de 2025 com um lucro líquido de US$ 782,7 milhões; veja os destaques
