Do risco elevado ao calote de fato: Azul (AZUL4) recebe classificação D das agências de rating após pedido de recuperação judicial
Fitch e S&P Global já haviam rebaixado notas de crédito da companhia para CCC- recentemente, indicando nível elevado de calote

A Azul (AZUL4) já não era vista com bons olhos pelas agências de classificação de risco de crédito, mas após o pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos (Chapter 11), a companhia aérea recebeu o selo de calote de duas das principais avaliadoras de bons e maus pagadores.
No fim da tarde desta quarta-feira (28), tanto a Fitch quanto a S&P Global rebaixaram o rating da companhia, de risco elevado de calote para o estado de calote de fato (default).
Ambas as agências já haviam rebaixado os ratings da Azul recentemente para CCC-, diante do elevado risco de a companhia entrar com um pedido de recuperação judicial.
- VEJA MAIS: Duas ações para “apimentar” a carteira que podem “surfar” o fim das altas da Selic
Na Fitch, a avaliação corresponde a um rebaixamento da nota CCC- para D, válida para os ratings de inadimplência do emissor (IDRs na sigla em inglês) em moeda estrangeira e local de longo prazo, bem como seu rating nacional de longo prazo.
Além disso, houve o rebaixamento das notas seniores com garantia da Azul Secured Finance LLP de CCC- para C. O rating das notas seniores sem garantia da Azul Investments LLP foi mantido em C.
Já a S&P Global rebaixou os ratings de crédito de emissor na escala global e na Escala Nacional Brasil da Azul de CCC- e brCCC-, respectivamente, para D.
Leia Também
O pedido de RJ foi a justificativa das duas agências de classificação de risco para os cortes nos ratings da Azul.
O rebaixamento para nível de default é padrão quando uma companhia entra com pedido de recuperação judicial, uma vez que, nesta situação, a empresa recebe uma proteção contra a execução das dívidas por parte de credores, o que, na prática, se traduz em um calote (suspensão do pagamento das dívidas, que, assim, não serão mais pagas na data inicialmente acordada).
Pedido de recuperação judicial (Chapter 11) foi feito nesta quarta
O pedido de proteção contra credores nos Estados Unidos foi formalizado pela Azul na manhã desta quarta-feira. A companhia pediu para ser enquadrada no Chapter 11 da Lei de Falências dos EUA, o que equivale a um pedido de recuperação judicial.
Não se trata de uma surpresa. A decisão do comando da Azul vem à tona na esteira de resultados trimestrais fracos e endividamento elevado.
Ao anunciar o pedido voluntário de recuperação judicial, a aérea tirou da mesa as projeções (guidance) para 2025.
A Azul afirma ter chegado a um acordo de apoio à reestruturação com seus principais stakeholders.
O acordo inclui detentores de títulos da companhia, entre eles a AerCap, principal arrendadora de aeronaves à empresa.
Parceiros estratégicos da Azul, como a United Airlines e a American Airlines, também estão engajados no processo, informou a empresa.
"Esses acordos marcam um passo significativo na transformação do nosso negócio, pois nos permitirá emergir como líderes do setor nos principais aspectos da nossa atividade”, afirma o CEO da Azul, John Rodgerson.
- SAIBA MAIS: Onde investir para buscar ‘combo’ de dividendos + valorização? Estes 11 ativos (ações, FIIs e FI-Infras) podem gerar renda passiva atrativa
Como será a reestruturação da Azul
A reestruturação da Azul contempla US$ 1,6 bilhão em financiamento DIP (debtor in possession), eliminação de US$ 2 bilhões em dívidas e até US$ 950 milhões em novos aportes de capital quando o processo se encerrar.
O financiamento DIP permite que a empresa em recuperação judicial siga operando enquanto se reestrutura.
Com relação aos aportes, a Azul afirma ter garantia firme de US$ 650 milhões em uma oferta de subscrição de ações.
Os outros US$ 300 milhões viriam de um possível investimento adicional da United Airlines e da American Airlines, mas condições ainda não divulgadas precisarão ser cumpridas para que o aporte se materialize.
Saiba mais sobre a RJ da Azul:
Dupla listagem do Méliuz (CASH3): bilhete premiado ou aposta arriscada? O BTG responde
A plataforma aposta na listagem na OTC Markets para aumentar liquidez e fortalecer sua posição no mercado de criptomoedas, mas nem tudo são flores nessa operação
Petrobras indica nova diretora de sustentabilidade e passa a ser comandada por maioria feminina
Com a nomeação da engenheira Angélica Garcia Cobas Laureano, funcionária de carreira da Petrobras, a diretoria executiva da companhia passa a ter 55% de mulheres
Um novo vilão para o Banco do Brasil (BBAS3)? Safra identifica outro problema, que pode fazer as coisas piorarem
Apesar de o agronegócio ter sido o maior vilão do balanço do 1T25 do BB, com a resolução 4.966 do Banco Central, o Safra enxerga outro segmento que pode ser um problema no próximo balanço
Marfrig (MRFG3) avança na BRF (BRFS3) em meio a tensão na fusão. O que está em jogo?
A Marfrig decidiu abocanhar mais um pedaço da dona da Sadia; entenda o que está por trás do aumento de participação
SpaceX vai investir US$ 2 bilhões na empresa de Inteligência Artificial de Elon Musk
Empresa aeroespacial participa de rodada de captação da xAI, dona do Grok, com a finalidade de impulsionar a startup de IA
Taurus (TASA4) é multada em R$ 25 milhões e fica suspensa de contratar com a administração do estado de São Paulo por dois anos
Decisão diz respeito a contratos de fornecimento de armas entre os anos de 2007 e 2011 e não tem efeito imediato, pois ainda cabe recurso
Kraft Heinz estuda separação, pondo fim ao ‘sonho grande’ de Warren Buffett e da 3G Capital, de Lemann
Com fusão orquestrada pela gestora brasileira e o Oráculo de Omaha, marcas americanas consideram cisão, diz jornal
Conselho de administração da Ambipar (AMBP3) aprova desdobramento de ações, e proposta segue para votação dos acionistas
Se aprovado, os papéis resultantes da operação terão os mesmos direitos das atuais, inclusive em relação ao pagamento de proventos
Acionistas da Gol (GOLL54) têm até segunda (14) para tomar decisão importante sobre participação na empresa
A próxima segunda-feira (14) é o último dia para os acionistas exercerem direito de subscrição. Será que vale a pena?
Braskem (BRKM5) volta ao centro da crise em Maceió com ação que cobra R$ 4 bilhões por desvalorização de 22 mil imóveis
Pedido judicial coletivo alega perdas imobiliárias provocadas pela instabilidade geológica em cinco bairros da capital alagoana, diz site
É hora de adicionar SLC Agrícola (SLCE3) na carteira e três analistas dizem o que chama atenção nas ações
As recomendações de compra das instituições vêm na esteira do Farm Day, evento anual realizado pela companhia
MRV (MRVE3) resolve estancar sangria na Resia, mesmo deixando US$ 144 milhões “na mesa”; ações lideram altas na bolsa
Construtora anunciou a venda de parte relevante ativos da Resia, mesmo com prejuízo contábil de US$ 144 milhões
ESG ainda não convence gestores multimercados, mas um segmento é exceção
Mesmo em alta na mídia, sustentabilidade ainda não convence quem toma decisão de investimento, mas há brechas de oportunidade
Méliuz diz que está na fase final para listar ações nos EUA; entenda como vai funcionar
Objetivo é aumentar a visibilidade das ações e abrir espaço para eventuais operações financeiras nos EUA, segundo a empresa
Governo zera IPI para carros produzidos no Brasil que atendam a quatro requisitos; saiba quais modelos já se enquadram no novo sistema
Medida integra programa nacional de descarbonização da frota automotiva do país
CVM adia de novo assembleia sobre fusão entre BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3); ações caem na B3
Assembleia da BRF que estava marcada para segunda-feira (14) deve ser adiada por mais 21 dias; transação tem sido alvo de críticas por parte de investidores, que contestam o cálculo apresentado pelas empresas
Telefônica Brasil (VIVT3) compra fatia da Fibrasil por R$ 850 milhões; veja os detalhes do acordo que reforça a rede de fibra da dona da Vivo
Com a operação, a empresa de telefonia passará a controlar 75,01% da empresa de infraestrutura, que pertencia ao fundo canadense La Caisse
Dividendos e JCP: Santander (SANB11) vai distribuir R$ 2 bilhões em proventos; confira os detalhes
O banco vai distribuir proventos aos acionistas na forma de juros sobre capital próprio, com pagamento programado para agosto
Moura Dubeux (MDNE3) surpreende com vendas recordes no 2T25, e mercado vê fôlego para mais crescimento
Com crescimento de 25% nas vendas líquidas, construtora impressiona analistas de Itaú BBA, Bradesco BBI, Santander e Safra; veja os destaques da prévia
Justiça barra recurso da CSN (CSNA3) no caso Usiminas (USIM5) e encerra mais um capítulo da briga, diz jornal; entenda o desfecho
A disputa judicial envolvendo as duas companhias começou há mais de uma década, quando a empresa de Benjamin Steinbruch tentou uma aquisição hostil da concorrente