“Foi aula de psicologia gratuita sobre o que o PT pensa de nós”, diz Stuhlberger sobre aumento do IOF
Gestor do lendário fundo Verde vê como “assustador” sinal do governo de que investidor precisa pagar pedágio para comprar dólar
Assustador. Foi deste modo que Luis Stuhlberger, o gestor do lendário fundo Verde, classificou a decisão do governo de aumentar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para diversas transações.
“Foi uma aula de psicologia gratuita do que o PT pensa de nós”, afirmou Stuhlberger durante apresentação a investidores e clientes no evento anual da gestora.
Para ele, a medida é “terrível” ao indicar a intenção do governo de seguir gastando, além de aumentar o custo dos empréstimos para as pequenas e médias empresas.
- SAIBA MAIS: Onde investir para buscar ‘combo’ de dividendos + valorização? Estes 11 ativos (ações, FIIs e FI-Infras) podem gerar renda passiva atrativa
Pedágio para comprar dólar
Porém, o mais assustador para Stuhlberger é a visão que o governo transmite em relação ao dólar, ao indicar que o investidor precisa pagar um “pedágio” se quiser comprar a moeda norte-americana.
O gestor também mostrou ceticismo com uma possível derrubada do aumento do IOF pelo legislativo. Mas diante da pressão por mudanças, Stuhlberger espera a reversão de parte das medidas, em particular as que atingem os empresários.
Por outro lado, uma possível derrubada do IOF agora poderia agravar ainda mais a percepção fiscal, diante da perda da arrecadação potencial. “Ruim com ele, pior sem ele.”
Leia Também
A virada dos fundos de ações e multimercados vem aí: Fitch projeta retomada do apetite por renda variável no próximo ano
As 10 melhores small caps para investir ainda em 2025, segundo o BTG
Stuhlberger vê risco de cauda maior com reeleição do PT
Para além da análise sobre os impactos do IOF, o gestor do fundo Verde se mostrou preocupado em particular com o que a medida em si diz sobre o governo atual.
Na visão de Stuhlberger, deveria haver um aumento na precificação de um risco de cauda negativo no caso de o PT vencer as eleições do ano que vem.
“A Faria Lima não acredita que o PT vai ganhar. Mas e se ganhar?”, questionou.
Ainda sobre o aumento do IOF, Stuhlberger afirmou que a medida tem menos relação com a meta fiscal do que com o desejo do governo de ampliar os gastos, incluindo o reajuste do Bolsa Família. O governo, porém, negou que haja estudos nessa linha.
Cenário externo e eleições movem bolsa e dólar
O risco fiscal é uma das forças antagônicas que movem a bolsa e o dólar nos primeiros meses deste ano, de acordo com o CEO e CIO da Verde Asset.
Se de um lado a questão fiscal preocupa, do outro dois fatores contribuem para o bom desempenho dos ativos brasileiros. Um deles é o cenário externo, com as medidas de Donald Trump levando a uma realocação dos recursos para outros países.
A bolsa e o dólar também mostram reação positiva ao chamado “trade eleitoral”, segundo Stuhlberger. Para ele, uma forma de enxergar esse movimento não está no desempenho do Ibovespa, mas das ações de concessionárias de serviços públicos (utilities), que sobem 35% neste ano.
De modo geral, o mercado vê uma derrota de Lula e do PT nas eleições do ano que vem como positiva para os ativos brasileiros. Desse modo, as pesquisas de popularidade do presidente acabaram "fazendo preço".
Durante a apresentação, Stuhlberger mostrou um gráfico com as avaliações negativas de vários presidentes no primeiro mandato desde Fernando Henrique Cardoso.
De todos eles, Lula e Bolsonaro são os que apresentam o pior desempenho entre os que buscavam a reeleição, com uma trajetória semelhante.
No caso do ex-presidente, os índices de rejeição até melhoraram no último ano de governo, mas não o suficiente para garantir a reeleição. “Quem tem mais de 40% de avaliação negativa não ganha.”
É justamente a expectativa de mudança de governo que deixou o mercado mais complacente em relação ao risco fiscal, de acordo com Stuhlberger.
Em parte, ele atribui esse comportamento ao que ocorreu na Argentina, que criou a sensação de que “se o Milei conseguiu, o Tarcísio também consegue”.
Stuhlberger e as posições da Verde
O hedge (proteção) contra uma piora do cenário brasileiro garantiu mais um ano de rentabilidade acima do CDI ao lendário fundo Verde em 2024.
Logo no início da apresentação aos investidores, Stuhlberger fez questão de mostrar que o Verde superou o indicador de referência por três anos seguidos. E isso apesar do momento difícil para a indústria de fundos.
Entre as principais posições hoje, o fundo está aplicado (apostando em uma queda maior que a esperada pelo mercado) em juros reais.
Após a alta recente, o gestor vê pouco espaço para altas adicionais da bolsa. Isso porque o prêmio de risco para os títulos públicos hoje está em níveis abaixo da média histórica.
Stuhlberger também abriu o percentual da tão falada exposição em bitcoin, que hoje está em 2,5% da carteira.
Apesar do bom desempenho recente do carro-chefe, a Verde sofreu resgates, assim como boa parte da indústria de fundos, e hoje possui aproximadamente R$ 17 bilhões sob gestão.
O “ano de Troia” dos mercados: por que 2026 pode redefinir investimentos no Brasil e nos EUA
De cortes de juros a risco fiscal, passando pela eleição brasileira: Kinea Investimentos revela os fatores que podem transformar o mercado no ano que vem
Ibovespa dispara 6% em novembro e se encaminha para fechar o ano com retorno 10% maior do que a melhor renda fixa
Novos recordes de preço foram registrados no mês, com as ações brasileiras na mira dos investidores estrangeiros
Ibovespa dispara para novo recorde e tem o melhor desempenho desde agosto de 2024; dólar cai a R$ 5,3348
Petrobras, Itaú, Vale e a política monetária ditaram o ritmo dos negócios por aqui; lá fora, as bolsas subiram na volta do feriado nos EUA
Ações de Raízen (RAIZ4), Vibra (VBBR3) e Ultrapar (UGPA3) saltam no Ibovespa com megaoperação contra fraudes em combustíveis
Analistas avaliam que distribuidoras de combustíveis podem se beneficiar com o fim da informalidade no setor
Brasil dispara na frente: Morgan Stanley vê só dois emergentes com fôlego em 2026 — saiba qual outro país conquistou os analistas
Entenda por que esses dois emergentes se destacam na corrida global e onde estão as maiores oportunidades de investimentos globais em 2026
FII Pátria Log (HGLG11) abocanha cinco galpões, com inquilinos como O Boticário e Track & Field, e engorda receita mensal
Segundo o fundo, os ativos adquiridos contam com características que podem favorecer a valorização futura
Bolsa nas alturas: Ibovespa fecha acima dos 158 mil pontos em novo recorde; dólar cai a R$ 5,3346
As bolsas nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia também encerraram a sessão desta quarta-feira (26) com ganhos; confira o que mexeu com os mercados
Hora de voltar para o Ibovespa? Estas ações estão ‘baratas’ e merecem sua atenção
No Touros e Ursos desta semana, a gestora da Fator Administração de Recursos, Isabel Lemos, apontou o caminho das pedras para quem quer dar uma chance para as empresas brasileiras listadas em bolsa
Vale (VALE3) patrocina alta do Ibovespa junto com expectativa de corte na Selic; dólar cai a R$ 5,3767
Os índices de Wall Street estenderam os ganhos da véspera, com os investidores atentos às declarações de dirigentes do Fed, em busca de pistas sobre a trajetória dos juros
Ibovespa avança e Nasdaq tem o melhor desempenho diário desde maio; saiba o que mexeu com a bolsa hoje
Entre as companhias listadas no Ibovespa, as ações cíclicas puxaram o tom positivo, em meio a forte queda da curva de juros brasileira
Maiores altas e maiores quedas do Ibovespa: mesmo com tombo de mais de 7% na sexta, CVC (CVCB3) teve um dos maiores ganhos da semana
Cogna liderou as maiores altas do índice, enquanto MBRF liderou as maiores quedas; veja o ranking completo e o balanço da bolsa na semana
JBS (JBSS3), Carrefour (CRFB3), dona do BK (ZAMP3): As empresas que já deixaram a bolsa de valores brasileira neste ano, e quais podem seguir o mesmo caminho
Além das compras feitas por empresas fechadas, recompras de ações e idas para o exterior também tiraram papéis da B3 nos últimos anos
A nova empresa de US$ 1 trilhão não tem nada a ver com IA: o segredo é um “Ozempic turbinado”
Com vendas explosivas de Mounjaro e Zepbound, Eli Lilly se torna a primeira empresa de saúde a valer US$ 1 trilhão
Maior queda do Ibovespa: por que as ações da CVC (CVCB3) caem mais de 7% na B3 — e como um dado dos EUA desencadeou isso
A combinação de dólar forte, dúvida sobre o corte de juros nos EUA e avanço dos juros futuros intensifica a pressão sobre companhia no pregão
Nem retirada das tarifas salva: Ibovespa recua e volta aos 154 mil pontos nesta sexta (21), com temor sobre juros nos EUA
Índice se ajusta à baixa dos índices de ações dos EUA durante o feriado e responde também à queda do petróleo no mercado internacional; entenda o que afeta a bolsa brasileira hoje
O erro de R$ 1,1 bilhão do Grupo Mateus (GMAT3) que custou o dobro para a varejista na bolsa de valores
A correção de mais de R$ 1,1 bilhão nos estoques expôs fragilidades antigas nos controles do Grupo Mateus, derrubou o valor de mercado da companhia e reacendeu dúvidas sobre a qualidade das informações contábeis da varejista
Debandada da B3: quando a onda de saída de empresas da bolsa de valores brasileira vai acabar?
Com OPAs e programas de recompras de ações, o número de empresas e papéis disponíveis na B3 diminuiu muito no último ano. Veja o que leva as empresas a saírem da bolsa, quando esse movimento deve acabar e quais os riscos para o investidor
Medo se espalha por Wall Street depois do relatório de emprego dos EUA e nem a “toda-poderosa” Nvidia conseguiu impedir
A criação de postos de trabalho nos EUA veio bem acima do esperado pelo mercado, o que reduz chances de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) em dezembro; bolsas saem de alta generalizada para queda em uníssono
Depois do hiato causado pelo shutdown, Payroll de setembro vem acima das expectativas e reduz chances de corte de juros em dezembro
Os Estados Unidos (EUA) criaram 119 mil vagas de emprego em setembro, segundo o relatório de payroll divulgado nesta quinta-feira (20) pelo Departamento do Trabalho
Sem medo de bolha? Nvidia (NVDC34) avança 5% e puxa Wall Street junto após resultados fortes — mas ainda há o que temer
Em pleno feriado da Consciência Negra, as bolsas lá fora vão de vento em poupa após a divulgação dos resultados da Nvidia no terceiro trimestre de 2025
