Cinco erros que levaram à implosão do submarino em expedição ao Titanic — que poderiam ter sido evitados
Embora não esteja claro o que realmente causou a implosão, problemas na construção do casco do submersível e alertas de segurança ignorados podem ter contribuído para a tragédia
A expedição ao Titanic terminou em uma tragédia com a "implosão catastrófica" do submarino Titan e morte dos cinco passageiros — entre eles, o fundador e CEO da empresa OceanGate, a fabricante do submersível.
Ainda que a Guarda Costeira dos EUA tenha confirmado as mortes na última quinta-feira (23), poucas perguntas foram respondidas sobre o incidente, como "a tragédia poderia ser evitada?".
Embora não esteja claro o que realmente causou a implosão, alguns especialistas apontaram sinais de alerta sobre a segurança do Titan que eram evidentes antes da viagem aos destroços do Titanic. Confira cinco erros que contribuíram para o acidente:
1. Casco do submarino
Um dos principais erros apontados pelos analistas é o tipo de material utilizado no casco do submersível Titan, da OceanGate.
O submarino era composto por duas cúpulas de titânio unidas por uma cilindro de fibra de carbono de cinco polegadas de largura.
Ainda que o titânio, recomendado para a fabricação de um submersível por ser mais resistente à pressão, a "mistura" com a fibra de carbono, mais leve, pode ter sido uma má escolha. Isso porque ele não tem "força na compressão" necessária para um viagem aos destroços do Titanic, localizado a 4km de profundidade.
A OceanGate, portanto, já havia sido avisada sobre os riscos de segurança associados ao uso do material. O alerta foi documentado em um processo judicial de 2018, por um ex-funcionário da empresa fabricante do submersível.
E, o CEO da companhia, Stockton Rush afirmou que sabia que havia "quebrado algumas regras". "Acho que os quebrei com lógica e boa engenharia por trás de mim. Fibra de carbono e titânio? Há uma regra de que você não faz isso", disse ele em uma entrevista em 2021 com o YouTuber mexicano Alan Estrada.
2. Sistema de alerta precoce
O ex-funcionário da OceanGate, David Lochridge, também alertou sobre o sistema avançado de monitoramento acústico. A tecnologia havia sido projetada para detectar falhas no casco do submersível.
Na análise de Lochridge, em 2018, o sistema era "efetivamente inútil", já que o aviso sobre eventuais danos aconteceria apenas "milissegundos" antes de uma implosão catastrófica.
Por fim, a OceanGate se recusou a seguir a recomendação do ex-funcionário por considerar que o submarino era construído a partir de "um produto sólido e seguro para a segurança dos passageiros e da tripulação".
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3. Ausência de certificações
Não existe evidências de que o submarino Titan que tenha sido submetido a rigorosos testes de segurança no padrão determinado pelas agências reguladoras.
Em meio às buscas do submersível ao longo desta semana, antes da confirmação de uma "implosão catastrófica" pela Guarda Costeira dos EUA, o jornalista David Pogue, que embarcou no Titan em 2022, disse que assinou um termo de responsabilidade.
O documento continha, entre as cláusulas previstas, a afirmação: “Esta embarcação experimental não foi aprovada ou certificada por nenhum órgão regulador”.
- LEIA TAMBÉM: Fim das buscas: destroços indicam “implosão catastrófica” do submarino Titan; Guarda Costeira confirma mortes
4. Alertas de segurança ignorados
Além de David Lochridge, outros ex-funcionários da OceanGate deixaram a empresa fabricante após alertas sobre possíveis falhas na segurança do submersível.
Em 2009, Rob McCallum, um explorador e ex-consultor da OcenGate, deixou a empresa. Segundo o portal Insider, um dos motivos foi a preocupação com a rápida produção do submarino, na época, em fase de construção.
Já no caso de Lochrigde, a demissão aconteceu em 2019, um dia após preencher o relatório de segurança e apontar as melhorias necessárias no casco do submersível Titan.
O então funcionário foi convocado a uma reunião com o CEO da OceanGate e, em seguida, foi dispensado em retaliação por ser um denunciante — que entrou com ação contra a companhia no mesmo ano.
A OceanGate, por sua vez, afirmou que Lochridge havia compartilhado informações confidenciais com atores externos e considerou o relatório do ex-funcionário como falso, sob acusação de fraude no processo.
5. Incidentes com o submarino em expedições anteriores ao Titanic
Antes da expedição aos destroços do Titanic neste ano, o submarino Titan já havia apresentado falhas anteriores.
Em 2021, uma viagem foi interrompida depois que problemas na bateria levaram o transporte ser preso manualmente à sua plataforma elevatório, operação que deveria ser realizada de forma automática, de acordo com documento judiciais obtidos pelo The New York Times.
No ano seguinte, em 2022, o submersível também perdeu contato por várias horas durante a viagem, segundo relatos do jornalista David Pogue.
*Com informações de CNBC, Insider e The Telegraph
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