Brasil, o paraíso dos rentistas: com juros em alta, é hora de fugir da bolsa e se proteger na renda fixa?
Juros altos também abrem oportunidades de ganhar dinheiro, mesmo (e talvez principalmente) para quem só consegue poupar uma quantia pequena. Ouça no podcast Touros e Ursos desta semana
A última semana foi marcada por uma Super Quarta, apelido do mercado financeiro para as quartas-feiras em que ocorrem decisões de juros tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.
E foi uma Super Quarta especial: enfrentando a sua maior inflação em 40 anos, os americanos elevaram os juros pela primeira vez desde 2018; já o Banco Central brasileiro aumentou a Selic em 1 ponto percentual, para 11,75%.
Em ambos os casos, as altas vieram dentro do esperado, mas as reuniões das duas autoridades monetárias tiveram um pano de fundo diferente do que se imaginava cerca de um mês atrás: uma guerra no leste europeu com consequências altamente inflacionárias para todo o planeta.
Com as novas pressões sobre os preços, o ciclo brasileiro de alta nos juros, que parecia perto do fim, agora deve durar um pouco mais, segundo o comunicado emitido pelo BC logo após a reunião do seu Comitê de Política Monetária (Copom).
Os juros elevados tendem a sacrificar a renda variável, caso dos ativos negociados em bolsa, que passam a ter mais dificuldade de superar o retorno das aplicações de renda fixa mais conservadoras. Também encarecem o crédito, reduzindo o ritmo do investimento produtivo e do consumo, e pesando sobre o crescimento econômico.
De volta ao 'velho normal'
Mas tem alguém que se beneficia da Selic alta: aqueles que têm recursos disponíveis para aplicar em ativos de renda fixa, como os títulos da dívida pública federal ou da dívida dos bancos e empresas, lucrando acima da inflação com os retornos estratosféricos desses investimentos.
Leia Também
Desde que a Selic ultrapassou os dois dígitos, o Brasil voltou ao “velho normal” de ser o paraíso dos rentistas. Voltamos a ter o maior juro real do mundo, que é a diferença entre a taxa básica da economia e a inflação projetada, mesmo em tempos de guerra - ok, agora perdemos para a Rússia, mas lá não é exatamente um país viável para investidores no momento.
Realmente é difícil uma economia crescer de maneira saudável num cenário como esse. Mas, para quem consegue poupar (ainda que pouco), é possível entrar para o clube dos rentistas obtendo retornos gordos na renda fixa, mesmo nas aplicações mais conservadoras (veja aqui quanto elas estão pagando com a Selic em 11,75%).
E se você estiver disposto a abrir mão da liquidez diária, o que não falta hoje são investimentos de baixo risco de crédito capazes de dobrar o seu capital investido em poucos anos. Realmente não é pouca coisa.
As oportunidades da renda fixa foram o tema do podcast Touros e Ursos desta semana, mas não só. Eu, Vinícius Pinheiro e Victor Aguiar discutimos também se, afinal, essa alta da Selic representa o fim para as ações brasileiras. Afinal, é para sair correndo da bolsa e se refugiar na renda fixa? Para ouvir o nosso bate-papo, basta apertar o play no tocador abaixo!
A onda de resgates foi só uma marolinha: para gestor da ARX, fundos de crédito isentos de IR continuarão bombando em 2026
Pierre Jadoul não vê investidor disposto a tomar risco e enfrentar volatilidade enquanto juros continuarem altos e eleições aumentarem imprevisibilidade
CDB que rende 150% do CDI é a aposta de investimento do Mercado Pago para a Black Friday
O produto estará disponível por tempo limitado, entre os dias 24 e 28 de novembro, para novos clientes
Órfão dos CDBs de 120% do CDI do Banco Master? Confira as opções mais rentáveis com outros emissores e indexadores
Após o tombo do Banco Master, investidores ainda encontram CDBs turbinados — mas especialistas alertam para o risco por trás das taxas “boas demais”
Tesouro Direto: Prefixados disparam e lideram retorno da renda fixa — e tendência deve se intensificar até 2026
Levantamento da Anbima mostra que a expectativa de queda da Selic puxou a valorização dos títulos de taxa fixa
O prêmio voltou: gestores viram a mão nas debêntures isentas de IR, mas ainda apostam em retorno melhor à frente
A correção de spreads desde setembro melhora a percepção dos gestores em relação às debêntures incentivadas, com o vislumbre de retorno adequado ao risco
Tesouro Direto: prefixado curto dá adeus aos 13% ao ano — atrelados à inflação começam a perder taxa de 7%
Surpresa da divulgação do IPCA de outubro foi gatilho para taxas do Tesouro Direto se afastaram dos níveis mais altos nesta terça-feira (11)
Renda fixa para novembro: CRAs da Minerva e CDB que paga IPCA + 8,8% são as estrelas das recomendações do mês
BTG Pactual, BB Investimentos, Itaú BBA e XP recomendam aproveitar as rentabilidades enquanto a taxa de juros segue em 15% ao ano
Onda de resgates em fundos de infraestrutura vem aí? Sparta vê oportunidade nos ativos isentos de IR listados em bolsa
Queda inesperada de demanda acende alerta para os fundos abertos, porém é oportunidade para fundos fechados na visão da gestora
A maré virou: fundos de infraestrutura isentos de IR se deparam com raro mês negativo, e gestor vê possível onda de resgates
Queda inesperada de demanda por debêntures incentivadas abriu spreads e derrubou os preços dos papéis, mas movimento não tem a ver com crise de crédito
Ficou mais fácil: B3 passa a mostrar posições em renda fixa de diferentes corretoras na área do investidor
Funcionalidade facilita o acompanhamento das aplicações, refletindo o interesse crescente por renda fixa em meio à Selic elevada
Novo “efeito Americanas”? Títulos de dívida de Ambipar, Braskem e Raízen despencam e acendem alerta no mercado de crédito
As três gigantes enfrentam desafios distintos, mas o estresse simultâneo nos seus títulos de dívida reacendeu o temor de um contágio similar ao que ocorreu quando a Americanas descobriu uma fraude bilionária em 2023
Tesouro IPCA+ com taxa de 8%: quanto rendem R$ 10 mil aplicados no título do Tesouro Direto em diferentes prazos
Juro real no título indexado à inflação é histórico e pode mais que triplicar o patrimônio em prazos mais longos
Tesouro Direto: Tesouro IPCA+ com taxa a 8% é oportunidade ou armadilha?
Prêmio pago no título público está nas máximas históricas, mas existem algumas condições para conseguir esse retorno total no final
Até o estrangeiro se curvou à renda fixa do Brasil: captação no exterior até setembro é a maior em 10 anos
Captação no mercado externo neste ano já soma US$ 29,5 bilhões até setembro, segundo a Anbima
Com renda fixa em alta, B3 lança índice que acompanha desempenho do Tesouro Selic
Indicador mede o desempenho das LFTs e reforça a consolidação da renda fixa entre investidores; Nubank estreia primeiro produto atrelado ao índice
Fim da ‘corrida aos isentos’: gestores de crédito ficam mais pessimistas com as debêntures incentivadas com isenção de IR garantida
Nova pesquisa da Empiricus mostra que os gestores estão pessimistas em relação aos retornos e às emissões nos próximos meses
Renda fixa recomendada para outubro paga IPCA + 8,5% e 101% do CDI — confira as opções de debêntures isentas, CDB e LCA
BTG Pactual, BB Investimentos, Itaú BBA e XP recomendam travar boa rentabilidade agora e levar títulos até o vencimento diante da possibilidade de corte dos juros à frente
LCI, LCA, FII e fiagro mantêm isenção de imposto de renda; veja as novas mudanças na MP 1.303/25, que deve ser votada até amanhã (8)
Tributação de LCIs e LCAs em 7,5% chegou a ser aventada, mantendo-se isentos os demais investimentos incentivados. Agora, todas as isenções foram mantidas
Problemas de Ambipar (AMBP3) e Braskem (BRKM5) podem contaminar títulos de dívida de outras empresas, indica Fitch
Eventos de crédito envolvendo essas duas empresas, que podem estar em vias de entrar em recuperação judicial, podem aumentar a aversão a risco de investidores de renda fixa corporativa, avalia agência de rating
Tesouro Direto: retorno do Tesouro IPCA+ supera 8% mais inflação nesta quinta (2); o que empurrou a taxa para cima?
Trata-se de um retorno recorde para o título de 2029, que sugere uma reação negativa do mercado a uma nova proposta de gratuidade do transporte público pelo governo Lula
