🔴 SD EXPLICA: COMO GARANTIR 1% AO MÊS NA RENDA FIXA ANTES QUE A SELIC CAIA – VEJA AQUI

Victor Aguiar

Victor Aguiar

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.

OPA a preço atrativo

Gradiente (IGBR3) chega a disparar 47%, mas os acionistas têm um dilema: fechar o capital ou crer na vitória contra a Apple?

O controlador da IGB/Gradiente (IGBR3) quer fazer uma OPA para fechar o capital da empresa. Entenda o que está em jogo na operação

Victor Aguiar
Victor Aguiar
12 de setembro de 2022
13:09 - atualizado às 18:15
Montagem comparando um iphone da Gradiente (IGBR3), à esquerda, e um iPhone da Apple (AAPL34), à direita
Imagem: Montagem Brenda Silva / Seu Dinheiro

Suponha que você seja acionista de uma empresa em recuperação judicial desde 2018 — e sem grandes perspectivas de melhora nas operações. Ao acordar, recebe a seguinte oferta: venda os seus papéis com um prêmio de 55% em relação ao preço de tela. Pois é exatamente essa a situação dos investidores da IGB, a antiga Gradiente (IGBR3).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Só que, o que pode parecer uma decisão óbvia à primeira vista, ganha contornos mais dramáticos. De um lado, a chance de realizar lucros relevantes com o eventual fechamento de capital da companhia; do outro, a possibilidade de um ganho ainda maior caso a Gradiente vença um processo contra a Apple que envolve o uso da marca iPhone.

Sim, é isso mesmo: a IGB/Gradiente está enfrentando a toda poderosa Apple na Justiça — o caso ainda vai ser analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), numa data a ser definida. E, se for declarada vencedora, pode conseguir numa tacada só os recursos necessários para quitar as dívidas com credores e voltar às operações.

Uma escolha delicada, dado que é impossível ter certeza dos rumos das discussões no STF. Mas, seja como for, o mercado reagiu bem: logo após a abertura, as ações IGBR3 chegaram a disparar 47%, indo a R$ 38,50; ao fim do pregão, eram negociadas a R$ 33,30, numa 'modesta' alta de 27,4%

O papel, no entanto, ainda está longe das máximas históricas: em fevereiro de 2021, chegou a ser negociado perto dos R$ 180 (sim, R$ 180). Mesmo com o salto de hoje, a IGB/Gradiente ainda não está sequer nos maiores patamares de 2022 — em janeiro e em março deste ano, as ações IGBR3 tocaram os R$ 49,00.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Veja abaixo como estavam as ações por volta de 12h:

Leia Também

Gradiente (IGBR3): adeus à bolsa?

Em primeiro lugar, é importante esclarecer: quem está tão disposto a comprar as ações da IGB/Gradiente (IGBR3), de modo a oferecer esse prêmio tão atraente?

O potencial comprador é a HAG Participações, holding que detém 51% do capital da Gradiente e, basicamente, serve como veículo de investimento da família Staub, dona da empresa. A HAG, inclusive chegou a flertar com uma possível abertura de capital na bolsa em 2012, fazendo um pedido de registro junto à CVM, mas desistiu dos planos em 2014.

Pois, ao que parece, a HAG não quer mais ter envolvimento com o mercado de ações: a holding pretende fazer uma oferta pública de aquisição (OPA) de ações da Gradiente para o fechamento de capital da companhia, ao valor unitário de R$ 40,51 — na última sexta-feira (9), os papéis IGBR3 valiam R$ 26,13.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

E como funciona esse processo? Num dia a ser determinado, ocorrerá um leilão na B3 em que os acionistas da IGB poderão vender suas ações à HAG pelo valor de R$ 40,51. Caso mais de 2/3 dos participantes cadastrados aceitem a proposta, o fechamento de capital será levado adiante.

Caso o quórum necessário não seja atingido, então a HAG aumentará sua fatia no capital social da Gradiente, enquanto o volume de papéis em livre circulação no mercado irá diminuir em relação ao nível visto hoje — que, diga-se, já não é muito expressivo.

Segundo dados presentes na última versão do formulário de referência da Gradiente, o capital social da empresa estava dividido da seguinte maneira:

  • HAG Participações: 50,999%
  • Hemi Consultoria e Assessoria: 0,001%;
  • Moris Arditti: 0,012%;
  • Ricardo Emile Staub: 0,01%;
  • Outros: 48,987%.

A Hemi também é ligada aos Staub — Ricardo Emile, no caso, é o diretor-presidente da Gradiente, enquanto Moris Arditti é um outro membro da diretoria executiva. Não há ações em tesouraria — 48,987% do capital social da companhia está em circulação no mercado, sob a forma de pouco mais de 6 milhões de papéis IGBR3.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A disparada das ações nesta segunda-feira está diretamente relacionada aos termos da oferta da HAG: investidores interessados num lucro rápido compram os papéis da Gradiente, montando uma posição a ser vendida no leilão da OPA — desde que o preço de compra seja inferior aos R$ 40,51 propostos, o saldo positivo é garantido.

Mas... por que só agora a HAG/família Staub quer fechar o capital da Gradiente?

A incerteza do STF

Um primeiro ponto a ser levado em conta é a metodologia para definição dos R$ 40,51 da OPA: a HAG considerou a média ponderada das cotações das ações da Gradiente (IGBR3) durante um ano — mais precisamente, a janela entre 1º de setembro de 2021 e 31 de agosto de 2022.

Lembra-se de que a máxima histórica das ações IGBR3 ocorreu no começo de 2021, chegando a R$ 180? Pois bem: o momento escolhido pela HAG leva em conta esse evento: a holding aguardou para que a janela de cálculo de um ano para o preço da OPA desconsiderasse boa parte dessa distorção nos preços.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Em segundo lugar, há a natureza volátil dos papéis IGBR3 — convenhamos que não é exatamente normal uma ação de empresa em recuperação judicial chegar a R$ 180. O fechamento de capital é uma maneira de a administração evitar essas flutuações tão intensas e de caráter especulativo.

Dito isso, há a questão envolvendo a Apple — um caso peculiar e que se arrasta há anos na Justiça.

Em resumo: a Gradiente registrou o termo "iphone", com todas as letras em caixa baixa, no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) ainda no ano 2000, muito antes de a Apple lançar o seu "iPhone" no mundo. A argumentação, portanto, é a de que a empresa da maçã deveria pagar pelo uso da marca.

Casos semelhantes já foram vistos no passado: a Apple precisou fazer um acordo com a Cisco para usar comercialmente o termo iPhone nos EUA; no México, uma empresa com uma alegação semelhante à da Gradiente foi declarada vencedora pelos tribunais locais.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A Gradiente já perdeu várias disputas em instâncias inferiores da Justiça brasileira. Em março, no entanto, o STF declarou que iria analisar o tema, recolocando a disputa no radar dos investidores. Em julho, a Procuradoria-Geral da República (PGR) deu ganho à Apple, mas a decisão final cabe ao Supremo.

Não há data marcada para que o STF paute a disputa entre Gradiente e Apple — e é difícil imaginar que, em meio às eleições presidenciais, o tema seja pautado ainda neste ano. Mas a expectativa persiste, e ela parece ser a direcionadora dos movimentos da HAG Participações.

Caso a OPA seja bem sucedida e o capital da IGB/Gradiente seja fechado, a HAG/família Staub será a única dona da empresa; e, se o STF der ganho de causa aos brasileiros, os eventuais ganhos e acordos a serem firmados com a Apple ficarão com esse grupo restrito de sócios.

A mesma lógica vale para os acionistas: quem aceita a OPA não troca o certo pelo duvidoso e embolsa os lucros da proposta da HAG; quem recusa, aposta na eventual vitória da Gradiente na Justiça e os possíveis ganhos ainda maiores que esse desfecho poderá trazer — a própria indenização ou acordo a ser firmado não tem uma cifra prevista.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

IGB/Gradiente (IGBR3): o que resta?

Segundo o balanço consolidado da IGB/Gradiente (IGBR3) em 2021, a empresa teve receita líquida de R$ 5,5 milhões no ano, uma ligeira alta de 4,9% em comparação com o resultado de 2020. Vale ressaltar, no entanto, que boa parte dessa cifra se deve à locação e administração de imóveis em seu parque industrial, na Zona Franca de Manaus.

Ou seja: falamos de uma empresa cujas operações estão quase paralisadas, com vendas muito próximas a zero no ano — e que depende da venda de ativos ou de eventos extraordinários, como a vitória jurídica contra a Apple, para quitar seus compromissos com os credores.

A Gradiente teve prejuízo líquido de R$ 54,2 milhões em 2021; no ano anterior, as perdas foram de R$ 84,8 milhões.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
OTIMISMO NO RADAR

Onde estão as melhores oportunidades no mercado de FIIs em 2026? Gestores respondem

18 de dezembro de 2025 - 17:41

Segundo um levantamento do BTG Pactual com 41 gestoras de FIIs, a expectativa é que o próximo ano seja ainda melhor para o mercado imobiliário

PROVENTOS E MAIS PROVENTOS

Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025

18 de dezembro de 2025 - 16:30

Mesmo após uma enxurrada de proventos desde outubro, analistas veem espaço para novos anúncios e pagamentos relevantes na bolsa brasileira

ONDA DE PROVENTOS

Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall

18 de dezembro de 2025 - 9:29

A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão

HORA DE COMPRAR

Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo

17 de dezembro de 2025 - 17:22

Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic

TOUROS E URSOS #252

Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade

17 de dezembro de 2025 - 12:35

Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva

ESTRATÉGIA DO GESTOR

‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú

16 de dezembro de 2025 - 15:07

Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros

RECUPERAÇÃO RÁPIDA

Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander

16 de dezembro de 2025 - 10:50

Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores

RANKING

Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI

15 de dezembro de 2025 - 19:05

Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno

SMALL CAP QUERIDINHA

Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais

15 de dezembro de 2025 - 19:02

O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50

HAJA MÁSCARA DE OXIGÊNIO

Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa

15 de dezembro de 2025 - 17:23

As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores

HORA DE COMPRAR?

Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema

15 de dezembro de 2025 - 16:05

Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem

TIME LATAM

BTG escala time de ações da América Latina para fechar o ano: esquema 4-3-3 tem Brasil, Peru e México

15 de dezembro de 2025 - 14:18

O banco fez algumas alterações em sua estratégia para empresas da América Latina, abrindo espaço para Chile e Argentina, mas com ações ainda “no banco”

CHUVA DE PROVENTOS CONTINUA

As ações que devem ser as melhores pagadoras de dividendos de 2026, com retornos de até 15%

15 de dezembro de 2025 - 6:05

Bancos, seguradoras e elétricas lideram e uma empresa de shoppings será a grande revelação do próximo ano

LEVANTAMENTO

A torneira dos dividendos vai secar em 2026? Especialistas projetam tendências na bolsa diante de tributação

15 de dezembro de 2025 - 6:05

2025 caminha para ser ano recorde em matéria de proventos; em 2026 setores arroz com feijão ganham destaque

LEI MAGNITSKY

Bancos sobem na bolsa com o fim das sanções contra Alexandre de Moraes — Banco do Brasil (BBAS3) é o destaque

12 de dezembro de 2025 - 17:14

Quando a sanção foi anunciada, em agosto deste ano, os papéis dos bancos desabaram devido as incertezas em relação à aplicação da punição

GIGANTE NA ÁREA

TRXF11 volta a encher o carrinho de compras e avança nos setores de saúde, educação e varejo; confira como fica o portfólio do FII agora

12 de dezembro de 2025 - 11:31

Com as três novas operações, o TRXF11 soma sete transações só em dezembro. Na véspera, o FII já tinha anunciado a aquisição de três galpões

VERSÃO TUPINIQUIM

BofA seleciona as 7 magníficas do Brasil — e grupo de ações não tem Petrobras (PETR4) nem Vale (VALE3)

11 de dezembro de 2025 - 19:21

O banco norte-americano escolheu empresas brasileiras de forte crescimento, escala, lucratividade e retornos acima da Selic

COM EMOÇÃO

Ibovespa em 2026: BofA estima 180 mil pontos, com a possibilidade de chegar a 210 mil se as eleições ajudarem

11 de dezembro de 2025 - 17:01

Banco norte-americano espera a volta dos investidores locais para a bolsa brasileira, diante da flexibilização dos juros

FIIS HOJE

JHSF (JHSF3) faz venda histórica, Iguatemi (IGTI3) vende shoppings ao XPML11, TRXF11 compra galpões; o que movimenta os FIIs hoje

11 de dezembro de 2025 - 14:31

Nesta quinta-feira (11), cinco fundos imobiliários diferentes agitam o mercado com operações de peso; confira os detalhes de cada uma delas

O TEMPO ESTÁ ACABANDO

Concurso do IBGE 2025 tem 9,5 mil vagas com salários de até R$ 3.379; veja cargos e como se inscrever

10 de dezembro de 2025 - 15:00

Prazo de inscrição termina nesta quinta (11). Processo seletivo do IBGE terá cargos de agente e supervisor, com salários, benefícios e prova presencial

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar