🔴 [EVENTO GRATUITO] COMPRAR OU VENDER VALE3? INSCREVA-SE AQUI

Ivan Ryngelblum
Ivan Ryngelblum
Jornalista formado pela PUC-SP, com pós-graduação em Economia Brasileira e Globalização pela Fipe. Trabalhou como repórter no Valor Econômico, IstoÉ Dinheiro e Agência CMA.
interferência estatal

XP critica exigências do governo do Paraná à Copel por programa de units

Para analistas, riscos de governança corporativa da empresa aumentaram após a carta enviada pela administração estadual

Ivan Ryngelblum
Ivan Ryngelblum
11 de janeiro de 2021
10:59 - atualizado às 17:44
Prédio da Copel em Curitiba
Prédio da Copel em Curitiba - Imagem: Divulgação/Copel

A solicitação do governo do Paraná para que a Copel (CPLE6) pague dividendos extraordinários, além de impor condições para a migração da empresa do Nível 1 para o Nível 2 de governança da B3, foi vista pela XP Investimentos como um golpe na governança corporativa da empresa.

Na sexta-feira (8), a companhia informou que o governo estadual, seu controlador, pretende votar a favor da criação de um programa de units, mas condicionou a migração ao Nível 2 da B3 a dois fatores:

  • a realização de uma oferta secundária de ações de titularidade do Estado, em conjunto com a oferta a ser realizada pela BNDESPar, o braço de participações em empresas do BNDES, mantendo seu controle acionário, e;
  • a distribuição de dividendos extraordinários “no maior valor possível levando-se em consideração as necessidades de fluxo de caixa da Copel ao longo de 2021″.

Para os analistas Gabriel Francisco e Maira Maldonado, estas solicitações representam um retrocesso em termos de governança, contrastando “em muito” com a independência que a gestão da Copel vem tendo desde 2019 para conduzir “um dos melhores processos de melhorias operacionais da história da companhia”.

O que incomoda?

Eles consideram negativa a intenção do governo estadual de vender uma participação adicional na Copel tendo em vista as pressões de liquidez provocadas pela venda de uma participação correspondente a até 14,4% do capital total – o Estado pode continuar controlando a companhia com 16,7% do capital total, ou metade do capital votante mais uma ação.

A medida provocaria também um desalinhamento de incentivos do governo após a oferta, diante do descasamento entre a sua posição acionária final e o poder de controle. Esta situação poderia resultar em riscos futuros de intervenção do governo na empresa, na opinião dos analistas da XP Investimentos.

No caso dos dividendos extraordinários sendo exigidos, eles avaliam que o pagamento tem que passar pelo crivo das instâncias decisórias da Copel, e não por meio de solicitação do acionista controlador.

“Do contrário, a impressão que fica é que o Governo do Estado quer extrair recursos da companhia antes de vender parte de sua posição em uma oferta secundária”, diz trecho do relatório.

Nem tudo está perdido

Apesar das críticas, os analistas da XP Investimentos avaliam que a questão dos dividendos pode ter um desfecho positivo.

Para isso, o conselho de administração da Copel deveria propor uma política de dividendos que permita a distribuição extraordinária caso certas condições de endividamento fossem cumpridas e com salvaguardas para preservar a saúde financeira da companhia.

“Inclusive, não acreditamos que o mercado reagiria mal se ocorresse uma distribuição de dividendos extraordinária antes da venda de parte da participação do Estado, desde que ela fizesse parte de uma mudança no estatuto da companhia, e que possa ocorrer de maneira recorrente no futuro”, diz trecho do relatório.

Os analistas da XP Investimentos acreditam que se a mudança na política de dividendos da Copel ocorresse da maneira adequada – aprovada pelo conselho de administração e em assembleia de acionistas –, poderia contribuir para o processo de venda de parte da participação do governo do Paraná.

Preço-alvo

Paralelamente, os analistas da XP Investimentos elevaram o preço-alvo das ações da Copel, de R$ 70,00 para R$ 75,00, por conta da venda da Copel Telecom, em novembro, para o fundo de investimento Bordeaux, por R$ 2,4 bilhões.

Eles calculam que a privatização da antiga companhia telefônica estatal teve um efeitos pós-impostos sobre ganho de capital de R$ 1,54 bilhão em suas estimativas, o equivalente a R$ 5,60 por ação.

Os analistas mantiveram a recomendação de compra para os papéis.

Compartilhe

BALANÇO

Vem dividendos por aí? Lucro líquido da Copel (CPLE6) sobe para R$ 5 bilhões em 2021 e é o maior da história da companhia

22 de março de 2022 - 20:33

Os resultados divulgados nesta terça-feira (22) mostram que há espaço para o anúncio de dividendos gordos para os acionistas da companhia do setor elétrico

SINAL VERDE AMARELOU

Pedido de anulação de decisão da Anatel pode atrasar venda da Oi Móvel; Copel Telecom aponta irregularidades nas reuniões do órgão regulador

4 de fevereiro de 2022 - 20:55

A companhia alega que há irregularidades nos dois encontros realizados pelo colegiado do órgão para análise da transação

É RITMO DE FESTA

Dividendos: Ambev presenteia acionistas com mais de R$ 8 bilhões antes do fim do ano; B3 e Dexco também entram na festa

10 de dezembro de 2021 - 7:11

Juntas, as três empresas distribuirão quase R$ 10 bilhões em dividendos e JCP perto do Natal e do Ano-Novo

2022 MAIS GORDO

Dividendos e JCP: Copel (CPLE6) engrossa a lista de pagamentos milionários aos acionistas; não fique fora dessa

8 de dezembro de 2021 - 19:59

Data da remuneração ainda não foi definida pela empresa, mas valerá para aqueles com posição até 30 de dezembro deste ano

Dinheiro na conta

Com dividendo bilionário, Copel (CPLE6) se salva da queda generalizada da bolsa

20 de setembro de 2021 - 11:28

Estatal paranaense de energia anunciou que vai pagar R$ 1,4 bilhão em dividendos e Juros sobre o Capital Próprio (JCP) aos acionistas

Acionistas felizes

Sextou com dividendos: Copel (CPLE6) anuncia mais de R$ 1 bilhão em proventos; veja quem tem direito

17 de setembro de 2021 - 19:08

Os valores aprovados pelo conselho de administração da empresa serão pagos aos acionistas em 30 de novembro

Mercado secundário

Conselho do BNDESPar aprova regras para venda de Units da Copel

13 de maio de 2021 - 7:23

O BNDESPar possui participação de 24% na Copel, e no final do ano passado, já havia anunciado sua intenção de se desfazer dos ativos

cardápio dos balanços

Balanços de Copel, Braskem, Azul e outros mexem com o mercado nesta quinta; veja os destaques

6 de maio de 2021 - 12:03

Só no Ibovespa, foram ao menos cinco companhias que revelaram os resultados do primeiro trimestre entre esta quarta e quinta; desempenho mexe com os papéis das companhias

recuperação

Lucro líquido da Copel soma R$ 795 milhões no 1º trimestre, alta de 55,6%

6 de maio de 2021 - 7:00

Já a receita operacional líquida acumulada até março de 2021 somou R$ 4,985 bilhões, alta de 22,6% sobre o mesmo período do ano passado

nova governança

Acionistas da Copel aprovam desdobrar ações, criar programa de units e migração para o Nível 2 da B3

12 de março de 2021 - 11:44

Medidas vinham sendo estudadas desde final de 2020, com o Paraná sinalizando que pretende se desfazer de parte de sua participação

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar