O recesso do Congresso se aproxima, mas não sem antes deixar algumas bombas debaixo do tapete. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), prorrogou a CPI da Covid por mais 90 dias e os trabalhos envolvendo a reforma do Imposto de Renda devem ser retomados somente em agosto, após o período de descanso.
A Comissão também deve dar uma pausa nos trabalhos. Mas antes, deve ouvir Christiano Carvalho, representante da Davati no Brasil. Christiano é uma das peças para entender a suposta cobrança de propina em 400 milhões de doses da AstraZeneca, oferecidas pela empresa.
O investidor brasileiro deve ficar de olho na saúde do presidente, que não deve passar por uma cirurgia de emergência, de acordo com o boletim médico divulgado. Além disso, a proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2022 deve passar pela Câmara e Senado ainda hoje, trazendo a proposta de gastos do governo para o próximo ano.
Confira o que mais deve movimentar a bolsa brasileira no pregão desta quinta-feira (15):
Inflação nos EUA
O presidente do Banco Central americano, Jerome Powell, voltou a afirmar que o momento inflacionário é passageiro e que não pretende retirar a sua política de estímulos monetários antes da hora. A fala de Powell fez o dólar sofrer uma forte desvalorização frente ao real e segurou a volatilidade das bolsas americanas.
De acordo com o Federal Reserve, os dados de emprego não estão nem próximos do que costumavam ser. A instituição financeira só deve alterar sua política de juros e injeção de dinheiro na economia após uma melhora dos indicadores de trabalho.
Reforma tributária
A proposta de reforma do Imposto de Renda do deputado Celso Sabino (PSDB-PA) pode acabar aumentando a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), que seria um novo tributo, unindo o PIS e Cofins. O texto tem desagradado estados e municípios, que afirmam uma perda entre R$ 23 bilhões e R$ 27 bilhões em arrecadação.
A equipe econômica tem trabalhado para acalmar os ânimos dos mercados, que viram com maus olhos o aumento de impostos sobre lucros e dividendos.
China devagar
Durante a noite de ontem, foram divulgados dados da economia da China. O PIB chinês subiu 7,9%, em linha com as expectativas, enquanto a produção industrial desacelerou de 8,8% em maio para 8,3% em junho, mas ainda acima das projeções de 7,8% do The Wall Street Journal.
As vendas do varejo também saltaram 12,1%, acima das projeções de 10,9%. Mas desacelerou em relação ao mês anterior, que registrou alta de 12,4%.
Os dados vieram mais fracos na passagem mensal. Entretanto, acima das expectativas do mercado, o que mostra uma desaceleração cautelosa da economia chinesa.
De acordo com especialistas, as variações se devem à base de comparação mais fraca em virtude dos dados do pior ano da pandemia.
Bolsas pelo mundo
Os principais índices asiáticos encerraram o pregão majoritariamente em alta, após dados regionais da China animarem os negócios. Apesar da rota de desaceleração da economia do Gigante Asiático, especialistas avaliam que os indicadores vieram melhor do que o esperado.
E as bolsas da Europa operam em baixa, à espera da divulgação dos dados de produção da Opep. A baixa nos preços do petróleo atinge as ações do setor e coloca pressão sobre os índices.
Por fim, os futuros de Nova York apontam para um pregão sem direção única, após a fala de Powell na tarde de ontem (14). Os índices de Wall Street devem reagir aos balanços do dia.
Agenda do dia
- Câmara inicia sessão para votar projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2022 (10h)
- Estados Unidos: Divulgação dos pedidos de auxílio desemprego (9h30)
- Estados Unidos: Produção industrial de junho (10h15)
- Estados Unidos: Presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, testemunha ao Comitê Bancário do Senado americano (10h30)
- Senado tem sessão para votar LDO (16h)
- Presidente dos EUA, Joe Biden, se reúne com chanceler alemã, Angela Merkel, na Casa Branca
- Opep divulga relatório mensal sobre mercado de petróleo
Balanços
- Estados Unidos: UnitedHealth (antes da abertura)
- Estados Unidos: Morgan Stanley (8h30)
- Estados Unidos: Alcoa (após o fechamento)