Esquenta dos mercados: recuperação após Evergrande deve movimentar a bolsa em dia de debate sobre precatórios
A divulgação da taxa de juros aqui e nos Estados Unidos é o evento mais esperado da semana, e a cautela deve predominar nos mercados até a “Super Quarta”
O susto com Evergrande deve repercutir nos mercados internacionais nesta terça-feira (21). No último pregão, a bolsa brasileira fechou com recuo de 2,33%, aos 108.843 pontos, e o dólar à vista teve alta de 0,93%, a R$ 5,3312.
O investidor está em busca de um porto seguro com as turbulências do exterior, e o cenário doméstico não deve animar também. A reunião dos presidentes das duas Casas com o ministro da Economia, Paulo Guedes, pode agitar os mercados hoje.
Os legisladores e o ministro devem tentar arrumar uma saída diplomática para o embate envolvendo os precatórios e respeitar o teto de gastos. A recuperação do exterior pode segurar o Ibovespa hoje, mas a cautela antes da “Super Quarta” pode limitar os ganhos do dia. Confira:
Evergrande movimenta o mundo
A cautela deve predominar no exterior e limitar a recuperação após o pregão da última segunda-feira (20). O caso de Evergrande deve repercutir nos mercados internacionais nesta terça-feira (21).
Os índices da China permanecem fechados durante o feriado, mas o subíndice de Hong Kong encerrou o pregão em alta de 0,51%, após cair 3,3% na segunda-feira com a tensão envolvendo a incorporadora.
A gigante incorporadora chinesa deve dar um calote na dívida de US$ 300 bilhões, a maior do mundo do setor imobiliário. É difícil dimensionar o que aconteceria se uma empresa desse tamanho quebrar e alguns analistas comparam a situação com a crise do subprime de 2008.
Leia Também
Com quase R$ 480 milhões em CDBs do Banco Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai cerca de 5% na bolsa
Entretanto, alguns especialistas descartam um segundo Lehman Brothers, mas os desdobramentos do caso devem ser acompanhados de perto. Mesmo assim, a crise envolvendo a Evergrande pressionou as cotações do minério de ferro em Qingdao, na China, e derrubou as siderúrgicas brasileiras.
Sem maiores indicadores pela frente, o mercado deve tentar uma recuperação e ficar de olho na divulgação da taxa de juros da China, na noite desta terça.
Precatórios e reforma administrativa
Os presidentes do Senado e da Câmara, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e Arthur Lira (PP-AL), respectivamente, devem se reunir pela manhã com o ministro da Economia, Paulo Guedes. A pauta do dia é buscar uma solução nas duas Casas para o impasse dos precatórios, que deve destravar o Orçamento para o Auxílio Brasil em 2022.
O parcelamento dos precatórios deve abrir um espaço de R$ 89 bilhões no Orçamento, o que permitiria o pagamento do Auxílio Brasil (antigo Bolsa Família) na casa dos R$ 300 em média.
Ambas as Casas querem que os debates envolvendo os precatórios sejam concluídos ainda esta semana. No radar, fica a votação do parecer da reforma administrativa na comissão especial da Câmara.
Além dos debates entre as Casas, o cenário político fica no radar. O presidente da República Jair Bolsonaro deve discursar hoje na Assembleia Geral da ONU, mas o impacto da fala do presidente deve ser limitado.
Os investidores devem permanecer de olho na decisão de política monetária do Copom, divulgada nesta quarta-feira (22). Somando forças ao Banco Central brasileiro, a “Super Quarta” deve contar também com a divulgação da taxa de juros nos Estados Unidos.
Pré-Fed e China movimentam exterior
Por falar na “Super Quarta”, a cautela antes da decisão do Federal Reserve sobre política monetária deve pressionar os índices hoje. As estimativas do mercado apontam que o Banco Central americano deve estabelecer juros entre 0% e 0,25%.
Mas a taxa de juros deve perder espaço para o discurso de Jerome Powell, presidente do Fed, após a decisão. Os investidores esperam os próximos passos do tapering, a retirada de estímulos da economia norte-americana.
Durante a crise de covid-19, o BC americano injetou dinheiro na economia dos EUA, visando a manutenção do consumo, emprego e maior liquidez no mercado. Em um primeiro momento, a estratégia funcionou, mas o desemprego segue relativamente alto e todo esse estímulo monetário começa a pressionar a inflação e a curva de juros.
Bolsas pelo mundo
O feriado do ano novo lunar mantém as principais praças chinesas fechadas, mas o subíndice de Hong Kong encerrou o pregão em movimento de recuperação após os temores envolvendo Evergrande. Tóquio, entretanto, voltou do feriado local com fortes perdas, refletindo a crise imobiliária.
Na Europa, as bolsas ensaiam uma recuperação, após as perdas da última sessão, de olho na divulgação da taxa de juros pelo Fed amanhã.
Por fim, os futuros de Nova York apontam para uma abertura em alta, após o choque com Evergrande. A cautela pré-Fed pode limitar os ganhos do pregão de hoje.
Agenda do dia
- Estados Unidos: Construções de moradias iniciadas em agosto e permissão para novas obras (9h30)
- Congresso Nacional: Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), têm reunião sobre precatórios, que deve contar com a presença do ministro Paulo Guedes (10h)
- Assembleia Geral da ONU: Abertura da Assembleia Geral da Onu cm discurso de Jair Bolsonaro (Brasil), Joe Biden (EUA) e Xi Jinping (China), entre outros (10h)
- Câmara dos deputados: Comissão especial deve votar parecer para reforma administrativa (10h)
- Estados Unidos: Estoques de petróleo (17h30)
- China: Banco do Povo da China (PBoC, em inglês) define taxa de referência para empréstimos de 1 a 5 anos (22h30)
- Início da reunião do Copom
- Feriado na China mantém as bolsas fechadas
Ibovespa retoma ganhos com Petrobras (PETR4) e sobe 2% na semana; dólar cai a R$ 5,2973
Na semana, MBRF (MBRF3) liderou os ganhos do Ibovespa com alta de mais de 32%, enquanto Hapvida (HAPV3) foi a ação com pior desempenho da carteira teórica do índice, com tombo de 40%
Depois do balanço devastador da Hapvida (HAPV3) no 3T25, Bradesco BBI entra ‘na onda de revisões’ e corta preço-alvo em quase 50%
Após reduzir o preço-alvo das ações da Hapvida (HAPV3) em quase 50%, o Bradesco BBI mantém recomendação de compra, mas com viés cauteloso, diante de resultados abaixo das expectativas e pressões operacionais para o quarto trimestre
Depois de escapar da falência, Oi (OIBR3) volta a ser negociada na bolsa e chega a subir mais de 20%
Depois de a Justiça reverter a decisão que faliu a Oi atendendo um pedido do Itaú, as ações voltaram a ser negociadas na bolsa depois de 3 pregões de fora da B3
Cogna (COGN3), C&A (CEAB3), Cury (CURY3): Veja as 20 empresas que mais se valorizaram no Ibovespa neste ano
Companhias de setores como educação, construção civil e bancos fazem parte da lista de ações que mais se valorizaram desde o começo do ano
Com rentabilidade de 100% no ano, Logos reforça time de ações com ex-Itaú e Garde; veja as 3 principais apostas da gestora na bolsa
Gestora independente fez movimentações no alto escalão e destaca teses de empresas que “ficaram para trás” na B3
A Log (LOGG3) se empolgou demais? Possível corte de payout de dividendos acende alerta, mas analistas não são tão pessimistas
Abrir mão de dividendos hoje para acelerar projetos amanhã faz sentido ou pode custar caro à desenvolvedora de galpões logísticos?
A bolha da IA pode estourar onde ninguém está olhando, alerta Daniel Goldberg: o verdadeiro perigo não está nas ações
Em participação no Fórum de Investimentos da Bradesco Asset, o CIO da Lumina chamou atenção para segmento que está muito exposto aos riscos da IA… mas parece que ninguém está percebendo
A bolsa ainda está barata depois da disparada de 30%? Pesquisa revela o que pensam os “tubarões” do mercado
Empiricus ouviu 29 gestoras de fundos de ações sobre as perspectivas para a bolsa e uma possível bolha em inteligência artificial
De longe, a maior queda do Ibovespa: o que foi tão terrível no balanço da Hapvida (HAPV3) para ações desabarem mais de 40%?
Os papéis HAPV3 acabaram fechando o dia com queda de 42,21%, cotados a R$ 18,89 — a menor cotação e o menor valor de mercado (R$ 9,5 bilhões) desde a entrada da companhia na B3, em 2018
A tormenta do Banco do Brasil (BBAS3): ações caem com balanço fraco, e analistas ainda não veem calmaria no horizonte
O lucro do BB despencou no 3T25 e a rentabilidade caiu ao pior nível em décadas; analistas revelam quando o banco pode começar a sair da tempestade
Seca dos IPOs na bolsa vai continuar mesmo com Regime Fácil da B3; veja riscos e vantagens do novo regulamento
Com Regime Fácil, companhias de menor porte poderão acessar a bolsa, por meio de IPOs ou emissão dívida
Na onda do Minha Casa Minha Vida, Direcional (DIRR3) tem lucro 25% maior no 3T25; confira os destaques
A rentabilidade (ROE) anualizada chegou a 35% no entre julho e setembro, mais um recorde para o indicador, de acordo com a incorporadora
O possível ‘adeus’ do Patria à Smart Fit (SMFT3) anima o JP Morgan: “boa oportunidade de compra”
Conforme publicado com exclusividade pelo Seu Dinheiro na manhã desta quarta-feira (12), o Patria está se preparando para se desfazer da posição na rede de academias, e o banco norte-americano não se surpreende, enxergando uma janela para comprar os papéis
Forte queda no Ibovespa: Cosan (CSAN3) desaba na bolsa depois de companhia captar R$ 1,4 bi para reforçar caixa
A capitalização visa fortalecer a estrutura de capital e melhorar liquidez, mas diluição acionária preocupa investidores
Fundo Verde diminui exposição a ações no Brasil, apesar de recordes na bolsa de valores; é sinal de atenção?
Fundo Verde reduz exposição a ações brasileiras, apesar de recordes na bolsa, e adota cautela diante de incertezas globais e volatilidade em ativos de risco
Exclusivo: Pátria prepara saída da Smart Fit (SMFT3); leilão pode movimentar R$ 2 bilhões, dizem fontes
Venda pode pressionar ações após alta de 53% no ano; Pátria foi investidor histórico e deve zerar participação na rede de academias.
Ibovespa atinge marca histórica ao superar 158 mil pontos após ata do Copom e IPCA; dólar recua a R$ 5,26 na mínima
Em Wall Street, as bolsas andaram de lado com o S&P 500 e o Nasdaq pressionados pela queda das big techs que, na sessão anterior, registraram fortes ganhos
Ação da Isa Energia (ISAE4) está cara, e dividendos não saltam aos olhos, mas endividamento não preocupa, dizem analistas
Mercado reconhece os fundamentos sólidos da empresa, mas resiste em pagar caro por uma ação que entrega mais prudência do que empolgação; veja as projeções
Esfarelando na bolsa: por que a M. Dias Branco (MDIA3) cai mais de 10% depois do lucro 73% maior no 3T25?
O lucro de R$ 216 milhões entre julho e setembro não foi capaz de ofuscar outra linha do balanço, que é para onde os investidores estão olhando: a da rentabilidade
Não há mais saída para a Oi (OIBR3): em “estado falimentar irreversível”, ações desabam 35% na bolsa
Segundo a 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, a Oi está em “estado falimentar” e não possui mais condições de cumprir o plano de recuperação ou honrar compromissos com credores e fornecedores
