Magalu, Via Varejo ou B2W: quem ganha na disputa pelas vendas na Black Friday?
As três gigantes do comércio eletrônico devem crescer forte na Black Friday da quarentena, depois de um ano marcado pelo avanço do online

Com cerca de R$ 12 bilhões em estoque somados, as gigantes Magazine Luiza, Via Varejo e B2W (dona da Americanas.com e Submarino) travam uma disputa particular pelas vendas da Black Friday, depois de um ano marcado pelo avanço das operações digitais.
Como as três varejistas têm ações negociadas na B3, a bolsa brasileira, o resultado dessa corrida pode se refletir nas cotações na bolsa. Mas é um jogo em que só deve ter vencedores, na visão de especialistas ouvidos pelo Seu Dinheiro.
Como o mercado online ainda é de baixa penetração em um país de dimensões continentais, há espaço para as gigantes que já dominam parte do ecossistema crescerem sem afetar o desempenho umas das outras.
No entanto, em uma data como a Black Friday, a gestão do negócio pode ditar quem ganha mais, segundo Luís André Diz, professor do Ibmec. Entrariam na conta a diversidade de ofertas, qualidade de preços, tempo de entrega e custo do frete.
O especialista em varejo elenca ainda a presença online como fator importante. "Nesse sentido, vejo Magazine Luiza e B2W em vantagem, entre as gigantes brasileiras generalistas", diz.
O professor lembra que o Magazine Luiza tem uma rede de lojas "muito grande" e conseguiu consolidar as vendas online nos últimos anos. "Já a B2W, embora tenha um perfil muito menor, é especializada em ecommerce”, afirma. Para Diz, Amazon e Mercado Livre, com ações negociadas no exterior, também ganham nesse quesito.
Leia Também
Avanço do Magalu
Além de fortalecer a presença online com aquisições em série, o Magazine Luiza entregou neste ano parte do investimento de ao menos uma década. A empresa aumentou até mesmo as vendas físicas em meio à pandemia, segundo balanço do terceiro trimestre.
Por outro lado, a B2W — apesar de puro-sangue digital — tem perdido terreno, também para a estrangeira Mercado Livre. Ao contrário das concorrentes, a dona da Americanas.com e Submarino fez poucas aquisições neste ano. A empresa segue tendo prejuízo, apesar de ter diminuído as perdas no terceiro trimestre.
O descompasso também pode ser percebido no desempenho das ações: o Magalu acumula alta de 103% ao longo de 2020, enquanto a valorização da dona da Casas Bahia é de 71%. Na Nasdaq, Mercado Livre têm ganhos de 158% e a B2W subiu 21% na B3.
Indicador do varejo digital que mostra valor transacionado nas plataformas, o GMV atesta diagnóstico semelhante. No terceiro trimestre, o Magazine Luiza atingiu R$ 8,2 bilhões, em uma alta anual de 148,5%, Via Varejo chegou a R$ 4,1 bilhões — avanço de 219% — e B2W bateu R$ 7,3 bilhões, com ganhos de 56%.
O Mercado Livre avançou 62,1% no GMV no terceiro trimestre, chegando a US$ 5,9 bilhões. Mas a empresa não revela o quanto da cifra corresponde ao desempenho no Brasil.
O sócio da consultoria especializada Varejo 360, Luiz Claudio Dias de Melo, afirma que a B2W está "muito atrasada" no processo "omnichannel" — atuação linear em todos os canais de venda —, mesmo com espaço para ganhos do comércio online como um todo.
Para ele, fica claro que o Magazine Luiza está em estágio mais avançado de construção de um ecossitema de ecommerce e que a Via Varejo "evoluiu muito".
Via Varejo e a volta por cima
Desde que a família Klein retormou o controle da dona das Casas Bahia, a Via Varejo passou por uma reeestruração completa. Em um ano, a varejista conseguiu sair do prejuízo e mais que dobrar as vendas online. A empresa fez quatro aquisições nos últimos meses.
Marco Nardini e Danniela Eiger, analistas da XP Investimentos, falam da empresa como a mais bem preparada no quesito estoque, em meio a uma falta de produtos de determinadas categorias no setor — em especial vestuário.
"A companhia tomou a decisão estratégica de manter as compras de fornecedores durante toda a pandemia, garantindo um estoque robusto para a Black Friday", disseram em relatório.
Para Melo, ainda que as condições estejam favoráveis, a empresa — assim como todo o setor — segue tendo pressão sobre a última milha. "Uma parte grande das entregas depende dos Correios. Com as greves e desinvestimentos, a gente não sabe se a estatal suporta esse aumento de demanda", diz.
Macro no radar
A disputa entre as varejistas é na gestão do negócio também porque a perspectiva para o setor como um todo é otimista. Segundo cálculos da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o varejo deve faturar R$ 3,74 bilhões nesta Black Friday.
O volume vendido pelo comércio eletrônico terá um salto de 61,4%, de acordo com a instituição. Lojas físicas venderão 1,1% a mais. As vendas online seriam de R$ 400 milhões, enquanto os R$ 3,34 bilhões restantes seriam de lojas físicas.
O varejo online avançou no último ano, mas a estimativa do setor é de que ainda represente apenas 8% do total vendido.
Analistas da XP veem o otimismo para o setor sustentado pelo aumento da poupança durante a pandemia — haveria uma demanda reprimida — e taxas de juros historicamente baixas, que podem incentivar o consumo.
Por outro lado, outras questões macroeconômicas devem estar no radar dos executivos, segundo o professor do Ibmec, Luís André Diz. "É preciso ver como será o desempenho das lojas físicas, considerando a pandemia, e se o desemprego e a perspectiva do fim do auxílio emergencial já não terão impacto negativo".
Azul (AZUL4) capta R$ 1,66 bilhão em oferta de ações e avança na reestruturação financeira
Oferta da aérea visa também a melhorar a estrutura de capital, aumentar a liquidez das ações e equitizar dívidas, além de incluir bônus de subscrição aos acionistas
A decisão de Elon Musk que faz os investidores ignorarem o balanço ruim da Tesla (TSLA34)
Ações da Tesla (TSLA34) sobem depois de Elon Musk anunciar que vai diminuir o tempo dedicado ao trabalho no governo Trump. Entenda por que isso acontece.
Natura (NTCO3) renova contrato de locação de imóvel do FII BRCO11 e cotas sobem mais de 2% na bolsa hoje
Com a renovação do acordo pela Natura, o fundo imobiliário parece ter deixado para trás a fase de pedidos de rescisão antecipada dos contratos de locação de seus imóveis
Até tu, Nvidia? “Queridinha” do mercado tomba sob Trump; o que esperar do mercado nesta quarta
Bolsas continuam de olho nas tarifas dos EUA e avaliam dados do PIB da China; por aqui, investidores reagem a relatório da Vale
Por que o Mercado Livre (MELI34) vai investir R$ 34 bilhões no Brasil em 2025? Aporte só não é maior que o de Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3)
Com o valor anunciado pela varejista online, seria possível comprar quatro vezes Magalu, Americanas e Casas Bahia juntos; conversamos com o vice-presidente e líder do Meli no Brasil para entender o que a empresa quer fazer com essa bolada
Mercado Livre (MELI34) vai aniquilar a concorrência com investimento de R$ 34 bilhões no Brasil? O que será de Casas Bahia (BHIA3) e Magalu (MGLU3)?
Aposta bilionária deve ser usada para dobrar a logística no país e consolidar vantagem sobre concorrentes locais e globais. Como fica o setor de e-commerce como um todo?
Senta que lá vem mais tarifa: China retalia (de novo) e mercados reagem, em meio ao fogo cruzado
Por aqui, os investidores devem ficar com um olho no peixe e outro no gato, acompanhando os dados do IPCA e do IBC-Br, considerado a prévia do PIB nacional
Taxa sobre taxa: Resposta da China a Trump aprofunda queda das bolsas internacionais em dia de ata do Fed
Xi Jinping reage às sobretaxas norte-americanas enquanto fica cada vez mais claro que o alvo principal de Donald Trump é a China
Mercado Livre (MELI34) anuncia investimento de R$ 34 bi no Brasil e mostra que não tem medo das varejistas asiáticas — e nem das tarifas de Trump
Gigante do e-commerce fará o maior investimento da história da companhia no Brasil — e CEO explica por que não se assusta com Trump ou concorrência asiática
Magazine Luiza (MGLU3) cai mais de 10% após Citi rebaixar a ação para venda — e banco enxerga queda ainda maior pela frente
Entre os motivos citados para o rebaixamento, o Citi destaca alta competitividade e preocupação com o cenário macro
Michael Klein volta atrás em pedido de assembleia e desiste de assumir a presidência do conselho da Casas Bahia (BHIA3)
O empresário vinha preparando o terreno para voltar à presidência do conselho, mas decidiu dar “um voto de confiança” para a diretoria atual
Michael Klein eleva posição acionária na Casas Bahia (BHIA3) e dá mais um passo para retornar ao conselho da varejista
Segundo o comunicado, o aumento da posição acionária tem como objetivo viabilizar o envolvimento de Michael Klein na gestão da Casas Bahia (BHIA3)
Shopee quer bater de frente com Mercado Livre e Amazon no Brasil — mas BTG faz alerta
O banco destaca a mudança na estratégia da Shopee que pode ser um alerta para as rivais — mas deixa claro: não será nada fácil
Vale tudo na bolsa? Ibovespa chega ao último pregão de março com forte valorização no mês, mas de olho na guerra comercial de Trump
O presidente dos Estados Unidos pretende anunciar na quarta-feira a imposição do que chama de tarifas “recíprocas”
O e-commerce das brasileiras começou a fraquejar? Mercado Livre ofusca rivais no 4T24, enquanto Americanas, Magazine Luiza e Casas Bahia apanham no digital
O setor de varejo doméstico divulgou resultados mistos no trimestre, com players brasileiros deixando a desejar quando o assunto são as vendas online
Ato falho relevante: Ibovespa tenta manter tom positivo em meio a incertezas com tarifas ‘recíprocas’ de Trump
Na véspera, teor da ata do Copom animou os investidores brasileiros, que fizeram a bolsa subir e o dólar cair
O rugido do leão: Ibovespa se prepara para Super Semana dos bancos centrais e mais balanços
Além das decisões de juros, os investidores seguem repercutindo as medidas de estímulo ao consumo na China
Ibovespa tem melhor semana do ano e vai ao nível mais alto em 2025; Magazine Luiza (MGLU3) e Natura (NTCO3) destacam-se em extremos opostos
Boa parte da alta do Ibovespa na semana é atribuída à repercussão de medidas adotadas pela China para impulsionar o consumo interno
Magazine Luiza (MGLU3) vai acelerar oferta de crédito em 2025 mesmo com juros em alta, diz Fred Trajano
O CEO do Magalu afirma que, diante de patamares controlados de inadimplência e níveis elevados de rentabilidade, “não há por que não acelerar mais o crédito”
Magazine Luiza (MGLU3) salta 17% e lidera ganhos do Ibovespa após balanço — mas nem todos os analistas estão animados com as ações
A varejista anunciou o quinto lucro trimestral consecutivo no 4T24, com aumento de rentabilidade e margem, mas frustrou do lado das receitas; entenda